Camila ❁
Eu tentava me manter calma e pensar que não seria demais. Já estava noite e nada do Igor aparecer, nessa altura, todos já sabiam do tal "golpe" que o Igor tinha cometido, mas até então, não sabiam o porquê.
Cada hora era uma história diferente que eu ouvia surgir, meu telefone não parava de tanto chegar mensagem, no meu facebook só se falava nisso; até dona Nádia que não sabia do plano do Igor, já tinha me ligados umas vinte vezes.
"Mas por que você deixou ele fazer isso?" Tive que ouvir. Como se eu pudesse parar o Igor, né? Ele é bem grandinho e já sabe o que faz, sabe as reações e consequências que podia vir a ter. Eu tenho que cuidar é do meu filho, o Igor é mais velho que eu, não precisa de uma babá.
Mesmo sabendo que o motivo de tudo tinha sido por uma causa plausível, eu tinha medo; não estávamos no coração de ninguém, eu não sabia a intenção de ninguém. Isso não ia ser bem visto aos olhos dos outros, porque eles não sabiam o verdadeiro motivo.
Eu orava mentalmente para que nada acontecesse com ele; não queria que Igor sujasse as mãos carregando peso nas costas por ter tirado duas ou mais vidas; até porque eu sabia que Igor seria capaz de apagar quem entrasse contra em seu caminho.
Terminei de fazer a janta e suspirei caminhando até a sala me sentando no sofá, iria tomar um banho e pegaria as crianças que estavam com dona Nádia. A mesma fez questão e disse até ter medo de alguém vir aqui e fazer alguma coisa; ela também me queria lá, mas eu recusei, esperaria Igor em casa.
Talita disse que o Léo estava em casa, ela me contou as coisas que o Léo contou pra ela, já que ela estava amamentando e não podia ter fortes emoções.
Ela me disse que Léo não foi com o Igor até o Marreta, mas estava com ele quando passou Dentinho. Por Léo, Igor estava com sangue nos olhos, transbordado de ódio e eu não o culpo, era a mãe dele.
Havia soltado uns fogos horas atrás, não havia nenhum vaporzinho na rua, nada que eu pudesse tirar uma informação.
Suspirei fundo e me levantei do sofá para ir tomar um banho quando ouvi o portão abrir.
Meu coração quase saiu pela boca quando o vi, seu rosto estava com um grande roxo, do nariz para o olho, conforme ele se aproximava eu pude sentir o cheiro do álcool e outra coisa muito forte que não sabia indentificar o que era.
— Meu Deus... — coloquei a mão na boca e o reparei bem, vi se estava tudo em perfeito lugar e sim, estava.
— Tô bem, tô vivo! — ele retirou a blusa — Tá terminado.
Por impulso dei um abraço nele, ele fedia mas eu não me importava, ele estava bem e por mais que eu não estivesse feliz pelo feito, eu estava feliz por ter terminado.
Me soltei do seu abraço e o encarei, seu semblante estava mais tranquilo.
— Deu mole de apanhar, cara? — ri e ele também, passando a mão no nariz.
— Porra, tô puto! Acertou um que eu vi até estrela... — ele me olhou — Tá acabado essa porra toda, fiz o que tinha que fazer.
— Acha que foi o certo? — ele concordou — Não concordo mas respeito.
Ele me puxou pra si, segurou forte em minha cintura e selou nossos lábios serenamente.
— Já acabou, tá? Vamos seguir nossa vida, com a nossa família. — o olhei
— E agora, você vai ficar de frente aqui?
— Pra sempre não, mas de primeiro momento, sim. — suspirei — Eu tenho algumas coisas pra resolver, Camila..
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Lado Errado
Teen FictionCamila é uma jovem de 17 anos que mora no complexo do Lins junto a sua mãe e seu irmão. Sonha em ser uma fotógrafa e dar uma vida melhor a sua família, mas se ver conturbada ao ter a vida cruzada com Igor, de 19 anos que um garoto da vida errada com...