Capítulo 40

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Camila ❁

Terminei de fazer a unha da Talita e a ajudei a colocar o chinelo.

— Você é tão falsinha, cara! Vai viajar e não me leva.

— Você sabe que eu queria te levar, mas você vai acabar perdendo a prova no teu curso.

— Eu sei, falei brincando mesmo, e é prova de anatomia, cara, tem condições de eu faltar não.. Aí, adorei minha unha! Por que você não pede o Igor pra abrir um salão pequeno pra você?

— Tu sabe que minha paixão é fotograr, Talita.. A unha é só pra não depender dele totalmente.

— Tirar foto não dá dinheiro, Camila.. Hoje em dia todo mundo tem celular com câmera boa. — taquei o pau de laranjeira nela.

— Tu para de xoxar minha escolha, eu não falei nada quando tu decidiu fazer enfermagem.. "Enfermagem por amor" — fiz aspas — Ai eu chego no UPA vocês tão com cara de cu! — Rimos.

Ela ficou aqui conversando comigo enquanto eu arrumava minhas coisas e a do Igor, foi embora quase a noite, assim que ele chegou. Vamos viajar de noite mesmo, aproveitar mais.

O Marreta precisa sair da favela pra resolver uns problemas dele na região dos lagos, como é uma coisa suave ele falou que o Smith e o Igor podia levar eu e a Deise.

(...)

Arraial do Cabo é maravilhoso hein, que sonho!

(...)

— Porra, isso é porque você não queria ir, né? — Igor reclamou ao pegar a mala — Tá levando o guarda roupa inteiro?

— Não reclama não, senão fico em casa! — digo enquanto acabo de passar o perfume, Igor estala a língua e leva a mala pra sala.

Eu não queria ir nessa viagem, eu não queria nem que o Igor fosse, mas ele encheu tanto a minha mente que não teve como dizer não.

Eu tenho medo que reconheçam sabe? Tenho medo do que possa acontecer, por mais que o Igor tenha me assegurado que nada irá acontecer.

Assim que sai do quarto, vi Igor colocando uma pistola na cintura. Ele não tinha me visto, até eu fazer um barulho pra ele me notar.

Ele virou rápido e abaixou a blusa, passei por ele e o olhei de canto de olho.

— Não quero você com isso do meu lado não. — ele estalou a língua.

— Eu tô indo pra lá a trabalho, não a passeio.

— Mas eu não. — o encarei.

— Camila, — ele veio em minha direção — Pelo amor de Deus, vamos ficar namoral cara. Toda hora nós briga atoa, pô. Sabe que eu não gosto disso, sei que é por conta da minha decisão, mas não há mais nada a fazer, cara. — ouvi aquilo, incrédula.

— Ah, não a há nada a se fazer? Tá bom Igor, de hoje em diante eu não falo mais um aí, já que você gosta de tomar essas decisões sozinho, continua assim.

— Vai tomar no cu, tu é cabeça dura pra caralho, pô — ele saiu, indo pro quintal.

(...)

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