Capítulo 56

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Igor ✕ (maratona 3/4)

Uma semana já, tô me afundando em pó.

Quatro dias acordado direto, só na boca. Minha mãe tirou a Camila do morro essa semana, me xingou de tudo em que é nome, mas eu sei que mereço, eu errei.

Camila volta amanhã e eu tô doido pra vê-la.

Eu sei que a nossa história não acabou, não pode acabar assim, eu a amo, amo mesmo. Eu sei que errei, mas porra... Porque eu não consigo aceitar?

Com a Brenda não foi assim, eu quem terminei e ela quem corria atrás de mim. Já a Camila me bloqueou até no wpp.

Porra, a gente tem uma família, ela tá esperando um filho meu. Eu queria casar com ela mesmo, de papel passado e os caralhos. Mas essa vida do crime ilude, tu acha que pode ter tudo e na verdade não pode ter nada. A Camila não é a Brenda que aceitava todas as vacilações que eu dava...

Tava sentado no meio fio da calçada do moto táxi, quando vi Smith, Deise e Pablo passando...

- É, que família linda... - bati palmas - E aí, Smith, esqueceu do velho amigo?

- Para com isso, Igor. Vai pra casa, tu tá imundo. - Smith falou

- Ah, agora você lembra que tem amigo. Por que eu tô sem nada, e onde tu tava? - levantei bambeando
- Cara, tu tá fedendo a cachaça, todo drogado... Não tem necessidade disso.

- Não? Porra, a Camila me deixou filho, acredita? Só por conta de uma traição... A Deise já aceitou várias, né?

- Tu não fala da minha mulher que não te dou confiança em! - ele me pegou pela gola da camisa - Toma vergonha na sua cara, age como Homem! Ela não é obrigada a aceitar a sua falta de respeito e caráter.

- Vinícius... - Deise murmurou.

- Cresce, porra! - Smith me soltou, e começou a caminhar junto a Deise.

Me ajeitei e fui pra casa da minha mãe, ela deixou a chave comigo, mas desde que ela saiu eu não vou lá.

Cheguei lá, tomei um banho, comi uns bagulhos e dormi no sofá mesmo, eu sei que precisava tirar aquele efeito do meu corpo.

(...)

Acordei e já era outro dia, dormi mais de doze horas...

Que dor de cabeça do caralho, mano...

Tomei uma dipirona em comprimido e cacei alguma coisa pra comer.

Peguei meu telefone e tinha umas mensagens da minha mãe, e umas três ligações do Smith, até estranhei né, ele não era de ligar...

Sentei no sofá e liguei a televisão, peguei o celular e retornei pro Smith, que no terceiro toque atendeu.

- Qual foi?

- Tá em casa? - ele perguntou

- Tô, por que?

- Queria ter uma conversa séria contigo... - ele deu uma pausa - Por os pingos nos is.

Dali, eu já sabia que vinha merda.

- É só brotar, tô no teu aguardo.

- Fé... - ele desligou o telefone

Já fiquei escaldado né, numa hora ele nem quer me vê pintado de ouro, outra quer vir na minha casa conversar? Por mais que eu vacile como sempre faço, eu tenho o maior respeito pelo Vinícius, bagulho é de verdade mesmo... Sei que tô no erro esses tempos, mas eu escuto ele mano, mesmo não parecendo.

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