Igor ✕
— Qual foi cara, só mais uma revanche! — Léo falou.
— Tá doidão? Revanche é o que a Camila vai fazer se eu não descer agora! — digo, amarrando a chuteira — Tô prometendo levar a doida desde semana passada no cinema, tá me cobrando que nem um caralho.
— Porra, vai deixar a pelada de lado pra ir pro cinema?
— Prefiro a que eu tenho em casa. — pisquei — Deixa eu ir, viado.
Meti o pé correndo filho, sabia que a Camila ia dar uma palestra na minha cabeça, tô atrasadão também pô.
Passei pela porta e ela estava sentada no sofá arrumada, me viu e virou a cara rapidinho.
— Amor... — fui me aproximando — Foi sem querer, eu nem me liguei na hora.
— Cara, te mandei mil mensagens, tá de sacanagem?
— Eu vou tomar banho correndo cara.
— Sai da minha frente, Igor. Te dou trinta minutos pra tu tá arrumado!
Eu nem reclamei né, tô no erro.
Peguei a roupa que ela tinha separado e tomei uma ducha gelada, rapidão.
Já saí vestindo a cueca, escovando os dentes, coloquei a bermuda e sai do banheiro.
Coloquei o tênis, passei um perfume, coloquei a blusa e coloquei meus cordões e anéis, não saio sem!
Coloquei o boné porque só vou ficar na régua amanhã, ele nem tá tão grande, mas coloquei o boné mesmo assim. Peguei a carteira e fui pra sala, chamar a Camila.
— Bora?
— Até que enfim. — ela desligou a televisão e se levantou, vindo até a mim.
Ela tava com um conjuntinho de calça e top, mas filho, o peito dela tava quase saindo dali.
— Tá achando que vai pra onde com esse sutiã aí, Camila?
— Isso não é sutiã, isso é top.
— Que eu saiba, isso deveria se usar com uma blusa por cima!
— Que eu saiba você ainda não virou consultor de moda. Vambora, Igor! Tu não tá no direito de reclamar nada não! — ela saiu, abrindo o portão e me esperando na calçada.
— Camila tá afim de esquentar minha mente! — falei comigo mesmo.
Peguei a chave encima da mesinha e tranquei a porta, passei pela Camila e entrei no carro.
É, meu carro.
Comprei um carrinho, era meu sonho ter, até mesmo antes da moto, mas na época foi o que deu pra comprar.
Mas é claro, o carro não tá no meu nome e sim no da Camila. Eu não uso o carro pra nada a não ser pra uso próprio, não colocaria o nome da Camila em merda.
Tudo que tenho é no nome da Camila, nada no meu. Eu não sei, é uma coisa que sinto, como se ela merecesse tudo. Como se tudo que eu conseguisse fosse por causa dela... Bagulho louco.
Ela entrou no carro e logo dei partida. Era de lei todo mundo olhar pro carro e pra dentro dele, desci com os vidros abaixados né, porque os moleque daqui parece que sofre amnésia, mesmo sabendo que o carro é meu.
A Camila queria isso, precisava. Queria um tempo fora do morro, como um casal normal. Queria sair pra um lugar onde não estivesse ninguém do morro, onde pudesse apenas sentar e conversar, ela sentia falta disso.
— Quanto mais caro tu paga na roupa, menos pano vem, nunca vi! — digo quando paramos no sinal.
— Você quer parar? Toda roupa que eu coloco você implica.
— Porque você só coloca roupa curta, ué!
— E tu me conheceu com saião até o pé, né? — a encarei, puto — Ata, pensei que fosse.
— A cada dia que passa eu tenho mais vontade de socar tua cara com esses deboches! — ela gargalhou e me mandou beijos. — Vai querer fazer o que?
— Se você não demorasse tanto, dava pra gente vê um filme.
— E por que não dá agora? — dei partida, assim que o sinal abriu
— Porque as sessões começam tarde né.
Chegamos ao estacionamento do shopping e estacionei o carro, Camila saiu e logo me deu a mão e seguimos pra dentro do shopping.
Vimos um filme que estava em cartaz, a sessão começaria daqui a uma hora, então resolvemos ir comprar nosso lanche e dar uma volta, até dar a hora.
Paramos no Mc Donald's pra comprar um lanche, Camila é maluca pela por aqueles hamburguers sem graça, já eu prefiro um podrão mesmo que mata minha fome.
Chegou nossa vez e a Camila fazia seus pedidos, mas o cara lá do caixa não parava de olhar pros peitos dela, já tava ficando puto.
Camila fez seus pedidos e eu os meus, paguei e antes de sair, falei.
— Dá próxima vez que você olhar pros peitos da minha mulher, eu furo seus olhos, valeu?
— Igor, que isso? — Camila puxou meu braço
— Mas eu não estava olhando, senhor.
— Ah, eu sou cego né?
— Bora Igor, você só me faz vergonha!
(...)
Sentamos na mesa e Camila começou a devorar o hambúrguer dela, a princípio era só pra comermos no cinema, mas ela disse que tá com fome de outro mundo né, como se fosse novidade.
— Mas você disse que não gostava de picles... — olhei pra Camila enquanto ela devorava a comida dela.
— Eu pedi pra eles tirarem, agora tô com preguiça de tirar... — ela se encostou na cadeira — Nem senti o gosto.
— Normal, Camila.
(...)
Depois que comemos ainda passamos na lojas Americanas e compramos besteiras, vemos o filme que nem foi tão chato, e saímos. Resolvi passear mais um pouco com ela, merecíamos sair um pouco daquele morro.
— Tá melhor agora? — ela sorriu concordando com a cabeça e selou nossos lábios.
— Obrigada. — ela disse olhando nos meus olhos.
— Pelo que?
— Por tudo que faz por mim, mesmo sendo da forma errada. Obrigada por sempre me apoiar em tudo e querer meu melhor sempre. — estalei a língua e revirei os olhos
— Isso é o que devemos fazer numa relação, certo? — ela concordou com a cabeça — Sei que não sou todo certo, mas ninguém é, essa é a realidade.
Então ela me abraçou e soltou um suspiro, como se quisesse desabafar, mas preferia se calar.
Hoje eu tenho a plena certeza que é a Camila é uma das melhores decisões que já tomei.
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Oi mores, vim avisar que o link do grupo tá na bio do meu perfil, quem quiser entrar será muito bem vindo!❤
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Lado Errado
Teen FictionCamila é uma jovem de 17 anos que mora no complexo do Lins junto a sua mãe e seu irmão. Sonha em ser uma fotógrafa e dar uma vida melhor a sua família, mas se ver conturbada ao ter a vida cruzada com Igor, de 19 anos que um garoto da vida errada com...