Capítulo 71

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Camila ❁

E já de manhã eu passando raiva...

O Igor levou realmente ao pé da letra essa situação de pegar o Thomás nos "dias dele". Não era nem sete da manhã quando ele veio pegar o menino.

Depois de ouvir tanto da minha mãe, quanto da dona Nádia, eu preferi não levar pra justiça, mas se fosse pelo Igor ele levava.

O Igor não abre mão do Thomás e eu também não quero que abra, só é difícil ter que passar por isso nesse tempo.

Bruno desceu as escadas e eu estava sentada na mesa, tomando café quando ele se sentou junto a mim, em silêncio.

— Cadê o Thomás?

— Igor veio pegar ele..

— Ah sim... — ele continuou em silêncio.

— Você acredita que não era nem sete horas quando ele veio aqui pegar o menino? Caramba, ele ainda estava dormindo!

— Mas é o dia dele, Camila. — ele disse, bebendo um pouco de café.

— Pera aí, você está do lado dele, por acaso?

— Não, eu estou do lado do Thomás, que é o único inocente nessa história toda! — ele me encarou — Vocês tem que colocar na cabeça que vocês são pais de uma criança, e que vocês são exemplo dele!

— Bruno, mas o problema é o Igor!

— O problema é você também, Camila! Ele é o pai e você é a mãe, ponto. Vocês tinham que chegar num consenso, porque vocês terão contato. E não é só agora, é pro resto da vida!

— Eu não tô entendendo você...

— Eu também não estou entendendo você, por que o Igor te incomoda tanto? E não me diga que é por causa do Thomás, porque você reconhece que ele é um ótimo pai. Você está querendo tampar o sol com a peneira.

— O que você está querendo dizer? — perguntei

—Você vai entender... — ele se levantou

— Pra onde você vai?

— Vou pra casa da minha mãe, até a hora do meu plantão.

— Bruno, não precisa disso... — ele caminhou até a porta.

— Precisa sim, e uma hora tu vai entender...  — ele saiu.

Bati as mãos na mesa e bufei.

— Que inferno! — falei comigo mesma e levantei, retirando a mesa do café.

(...)

Estava vendo televisão quando a porta abriu e minha mãe passou por ela, com uma bolsa, tipo de feira.

— Que isso? — perguntei

— É os brinquedos do Thomás que estavam lá em casa, fiz faxina lá e tinha até dentro do banheiro. — ri, pegando a sacola — Que cara é essa?

— Nada...

— Camila... — ela insistiu

— Ah mãe, o Bruno saiu de casa cedo, falou umas coisas nada a ver de manhã...

— Sobre o Igor? — ela perguntou, direta.

— É... — respondi, estranhando a rapidez — Como sabe?

— Nada... — e então ela fez aquela cara. A cara que todas as mães fazem quando sabem de coisas óbvias.

— Como sabe, mãe? O Bruno falou com a senhora?

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