Capitulo 10

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Igor ✕

— Já viu quem saiu da cadeia? — Léo chegou todo saltitante.

— Quem? — perguntei sem dar muita importância.

— Smith cara. — ele respondeu sorrindo

Na hora meu sorriso se formou no rosto, o Smith é um dos caras que me ajudou em todas as fases da minha vida, até antes dele proibir as visitas eu ia ver ele. Eu devo muita coisa ele, ao homem que me tornei, ao pai que sou. Ele que puxou a minha orelha dizendo que tal ato era errado, quando todo mundo me aplaudia e incentivava mesmo sendo errado, ele junto da minha mãe tentou por juízo na minha cabeça, mas mesmo assim, escolhi esse caminho..  Mas sou grato a tudo, por isso nunca desamparei a família dele.

— Tá de marola não né, Léo?

— Tu acha que eu ia brincar com uma coisa dessas, porra? — ele estalou a língua — É ele mesmo mano, tá lá embaixo falando com o marreta!

— Caralho! — levantei num pulo, peguei a chave da moto encima da mesinha, sai batendo porta e imbicando na moto, descendo morro abaixo.

Quando eu cheguei ele estava num bar, com a sua mulher e seu filho. Ele estava diferente, mais magro, com umas tatuagens mas mesmo assim continha seu sorriso no rosto.

— Olha quem chegou — ele levantou e sorriu quando me viu — Lili cantou moleque!

Cheguei perto e dei um abraço apertado nele, não sou muito de demonstrar sentimentos, mas porra, é o Smith.

— Só não vale chorar em! — ele brincou — Cadê tua princesa? Tô doido pra vê ela!

— Tá com a mãe — respondi — E aí mano, como tu tá?

— Agora eu tô bem — ele respondeu sorrindo — Caralho, como é bom vê a rua de novo, já tinha me esquecido como é bom respirar esse ar!

— Vê se não dá mole de novo cara, tua mulher sofreu em. 

— Tô ligado, devo tudo a minha dama — a olhou — Mesmo com tudo isso nunca me abandonou. E a tu também pô, ela me disse a moral que tu fortaleceu.

— Tá maluco, nunca vou esquecer quem lutou por mim, não precisa nem agradecer porque é retribuição, mano.

— Tá certo, mais tarde cola lá na base que vou queimar uma carne, colocar pra gelar a loira que eu vou comemorar que voltei nessa porra!

— Suave, vou tentar levar a princesa pra tu conhecer.

— Leva sim, tô doido pra vê ela.

— Já é! — fizemos o toque e subi na moto, arrastando pra casa da Brenda.

Cheguei lá e bati na porta, esperei uns dois minutos até que ela veio abrir, seu cabelo estava num coque mal feito e ela estava com um top e um short de pano mole. A filha da puta é gostosa, isso eu não posso negar, e depois do nascimento da Isabela, aí mesmo que seu corpo evoluiu..

— Acabei de colocar a Isa pra dormir, o que você quer?

— Ia pegar ela pra levar no churrasco do Smith, mas já que ela dormiu..

— Smith saiu da cadeia? — assenti — Ah, sem condições de acordar ela agora, Igor.

— Hm, ta.

— Que cara é essa? — ela percebeu quando eu estava a encarando.

— Tá maluca?

— Até parece que não te conheço. Fala logo o que tu quer?!

— Um copo d'água, me arruma? — ela sorriu maliciosamente e eu também.

— Entra sem fazer barulho. — retirei a chave da moto e coloquei a mesma no pescoço e entrei.

(...)

Já ouviram o ditado que uma foda e um copo d'água não se nega a ninguém? Pois bem, é bem esse o meu caso com a Brenda. Nós não temos mais nada, nem daria certo, mas temos a consciência de que temos uma filha, e a Isabela é meu bem mais precioso do qual eu não abro mão.

Eu e Brenda somos o típico caso de "junta a fome com a vontade de comer" é só uma foda e acabou, cada um pro seu lado sem cobranças ou ciúmes, se bem que as vezes ela dá a louca mas já corto a graça dela.

(...)

— Arrumei alguém pra olhar a Isa em — ela disse enquanto eu vestia a bermuda.

— Quem? É de confiança?

— Parece ser sim..

— Parece? Tu não conhece a mina não? Tu é maluca, porra?

— A mina parece da igreja, Igor. Nunca nem vi ela aqui no morro.

— Sabe que se acontecer alguma coisa a culpa é tua né? Depois me amostra essa mina, quero vê quem.

— Tá bom.

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