Capítulo 84

2K 228 46
                                    

Camila ❁

Graças a Deus estamos indo embora do hospital. Fiquei um dia mas parece que foi uma semana, que saudades da minha casa e dos meus filhos!

Igor pegou a muleta do lado da maca e me entregou.

— Tem certeza que consegue ir com isso?

— Tenho amor, eu só vou até o carro. — ele concordou com a cabeça e me deu o braço pra segurar.

Caminhamos por aquele corredor assinando a alta, Igor carregava a minha bolsa do trabalho, nada que estava na bolsa quebrou com o impacto por incrível que pareça, meu telefone só rachou o canto da tela por estar na minha mão.

Entramos no carro e Igor me ajudou, logo após ele entrou dando partida com o carro.

— Tu ouviu bem o que o médico falou né dona Camila? Nada de esforço, os remédios tudo na hora e cuidado com esses pontos pra eles secarem direito. — Igor ditava

— Nossa, acho que virei a Isa! — ri e ele me encarou, rindo também — Tudo bem pai, pode deixar.

— Eu tô falando sério, nem que eu tenha que te amarrar na cama!

— Dependendo do que a gente for fazer, eu vou gostar. — ele riu

— Toda quebrada aí, querendo sacanagem, tu não existe, cara.

— Tô quebrada, não morta... Só não fazer muitos movimentos bruscos. — ele gargalhou.

— Cadê aquela Camila que tinha vergonha até de ficar pelada na minha frente?

— Morreu. — digo, rindo — Morreu, tá super enterrada e vai ficar por lá.

— Se eu falo que tu é safada, ninguém acredita, cara! — ri — O ótimo é que é safada, mas só minha, graças a Deus! — Igor riu e passou a mão na minha coxa e ele sabia que ali era um ponto fraco meu.

— Não atiça se não vai continuar em. — tirei a mão dele que riu.

— Vamos logo pra casa antes que tu surte nesse carro.

(...)

Chegamos na porta de casa e o Igor abriu a porta do carro pra mim me ajudando, peguei em seu braço enquanto ele pegava a muleta dentro do carro.

Assim que sai, fiquei apoiada até que ele me desse a muleta e ouvimos aquela voz.

 — Fala menina de ouro! — Marreta se aproximou — Fiquei sabendo o que houve, melhoras aí, Cami. — meu coração acelerou e Igor passou minha frente, me colocando em suas costas.

— A Camila tá bem. — Igor falou com ênfase — Foi só um acidente, nada muito grave.

— Nos tempos de hoje tem que ficar de olho. — ele ajeitou o boné — E tu ainda quer sair da boca assim, sabe que não vai ter como se proteger.

— Marreta, isso é um assunto meu, se ligou? — Igor falou com uma certa raiva na voz — Já disse, foi um acidente.

Marreta riu.

— Mas é claro. Melhoras aí, dona. — ele me olhou de cima a baixo — Pensa em! — ele piscou para o Igor e saiu.

Igor abriu a porta me ajudando entrar e bateu a mesma, me assustei com o barulho e o encarei.

— Não quero vê você perto dele em! Em hipótese alguma! — ele disse e o encarei me encostando na parede.

— Perdi alguma coisa? — digo e ele suspira, vindo até a mim, me ajudando a sentar no sofá — Eu sabia que você tava me escondendo alguma coisa, tá vendo.

— Eu não estava te escondendo, só que no hospital não era lugar de falar! — ele suspirou novamente — Vê se não vai surtar em! — revirei os olhos — Marreta me chamou pra roubar um carro forte...

— Quê? — disse, o interrompendo — Você não vai né?

— Você pode esperar eu terminar de falar, surtada? — ele me olhou — Eu disse que não vou fazer essa porra, até porque não sou maluco. Ele não aceitou bem, e tal.

— "E tal", o que, Igor? — fechei a cara — Me explica as coisas. Esse negócio de sair dessa vida, você falou com ele? Que medo dele é esse agora?

— Eu não disse que ia sair da vida, ele me perguntou e eu só respondi que sim, num futuro... Só que ele não tá levando as coisas pra um lado bom. Ele disse que tenho dívida com ele e tal... Tá botando um monte de empecilho.

— Agora mesmo que você tem que sair, tá vendo... — suspirei — E só isso?

— Só. — ele disse sem me olhar.

— Igor... — ele me olhou — Hoje você me colocou atrás de você, como se ele fosse fazer alguma coisa comigo... Que medo é esse? Ele tá te ameaçando?

— Não, eu não recebo ameaça de ninguém. Mas também não sei da intenção de ninguém, Camila. Não posso ficar dando esse mole com vocês.

— Tem certeza que é só isso? — ele concordou e me aproximei, selando nossos lábios — Fica tranquilo amor. — ele segurou meu rosto, me beijando.

Igor terminou o beijo e ficou me encarando, olhando no fundo dos meus olhos. Suas mãos eram como corrente de energia para meu corpo, seus olhos mergulhavam nos meus, era um misto de sensações que eu não sabia explicar. Nunca havia sentido isso na vida.

Ele selou nossos lábios mais uma vez

— Não tem com que se preocupar. — ele disse calmo e concordei com a cabeça.

— Cadê as crianças? — perguntei, me ajeitando no sofá.

— Na minha mãe. — ele se levantou — Tá com fome? Não, nem me responde, já sei a resposta. — ri.

— Você é tão ridículo! — ele riu

— Vou na minha mãe pegar as crianças e comprar algo pra gente comer tá? — assenti — Qualquer coisa me liga. — assenti novamente — Vê se não vai levantar do sofá em, me esperar chegar.

— Tá Igor, tchau! — ele riu, saindo.

Peguei meu telefone e respondi as mensagens, enviei uma mensagem pra minha patroa sobre o que tinha acontecido e ela já sabia, me desejou melhoras, disse que só é para voltar quando estiver recuperada.

(...)

Passamos a tarde toda juntinhos, minha mãe, minha sogra e as meninas vieram aqui, passamos a tarde e logo depois elas foram embora.

Já era final da noite, Igor deu banho nas crianças e os colocou para dormir. Estava deitada quando Igor veio do banheiro com a toalha nas costas.

— Pensei que já estivesse dormindo... — neguei com a cabeça — Thomás me deu uma volta pra dormir em. — ri 

— Ele faz isso todos os dias.

— Porra, que garotinho, cara. A Isabela mal deitou e dormiu, já ele... — ele disse estendendo a toalha.

— Vem cá. — o chamei com a mão e ele veio, se deitando do meu lado e nos ajeitamos na cama e ele deitou sobre minha barriga — Eu tô sentindo você tão tenso meu amor... É por conta desse negócio todo com o Marreta?

Ele me olhou, passando a mão pelo meu rosto

— É isso tudo. É ele, eu, você. — ele deu uma pausa — Eu sei que você fica agoniada não podendo ser agitada do jeito que você é, eu deveria ter ido buscar você no trabalho!

— Ei, Igor. Como você saberia que isso acontecer? Amor, foi um acidente, acontece. Não foi culpa de ninguém, só daquele motorista filha da puta. — ele riu.

— Que bom que você tá bem, surtada. — ele se levantou, selando nossos lábios.

— Eu te amo... — digo, sem perceber e ele ri, enchendo de beijos meu rosto, boca e pescoço.

— Eu amo você também, maluca.

Lado Errado Onde histórias criam vida. Descubra agora