Lado Errado

Capítulo 79

Igor ✕

Porra, é aniversário do meu moleque mano!

Já é de manhã e tá uma correria que só.

Já levei o Thomás pra cortar o cabelo e cortei o meu, já peguei bolo, salgadinho e os caralhos à quatro. Isso porque a Camila disse que é só um bolinho, imagina o que ela fez no um ano.

— Hoje é seu aniversário filho. É a sua festa.

— É, bolo, guananá, bala, tudo plu Thomás — ele colocou a língua pra fora e riu, esse moleque é foda, cara.

— É pra todo mundo, filho.

— E pla mim?

— Pra você também filho, mas tem que dividir.

— Quelia só pla mim! — ri, que moleque cara, tô fodido.

— Papai te ama, Thomás.

— Eu também amo o papai. — dei um beijo na testa dele o coloquei na cadeirinha do carro

(...)
 
— Aí, deixa que eu arrumo! — ouvi Camila gritar, assim que passei pela porta.

— O que houve? — perguntei pra Talita que estava de braços cruzados.

— Camila em modo festa é insuportável, nada tá bom pra ela, deixa ela arrumar tudo sozinha. — ela saiu.

Cheguei perto da Camila e parei, olhando pra ela.

— Ei, calma, tá? — ele me olhou suspirando e logo depois fechou os olhos.

— Tem que ficar tudo perfeito, sabe?

— Já está, Camila. Não precisa se sobrecarregar.

— Tá. — ela se sentou na cadeira.

(...)

Moleque, nunca vi essa casa tão cheia... De onde vem tanta criança, parece uma creche.

E elas comem... Puta que pariu, como comem, será que eles tem um buraco negro no estômago? E eu achei que a Camila estava exagerando na quantidade de comida, ainda nem cantou o parabéns e foi mais da metade da comida.

Thomás já está sem blusa, sem tênis, sem meia. Não sai do pula pula, também a hora que bater na cama vai direito.

Isa tá toda boba também, faz tudo que o irmão pede, ela disse que hoje é o dia dele, então pode. E o ciúmes tá rolando, não deixa nenhuma menininha chegar perto. Thomás tá fodido mesmo, já estou vendo o Thomás no futuro vindo dizer que a Isabela empatou ele.

— Vamos cantar o parabéns? — Camila parou do meu lado com copo de cerveja.

— Vamos. — assenti com a cabeça

— Segura aqui, vou pegar o Thomás e arrumar ele. — ela me entregou o copo e foi em direção ao pula pula.

Tomei a cerveja e  peguei a Isa no colo, indo pra mesa do bolo.

(...)

— É hora, é hora, é hora, é hora, é hora. Rá, Tim bum, Thomás, Thomás! — ele se curvou pra apagar a vela.

Como a Camila segurava a Isa e eu segurava o Thomás, o ajudei a apagar a vela.

— Agola pode comer bolo, papai? — ele perguntou, já colocando o dedo no bolo.

— Não assim, filho. — ele ria e retirei sua mão de cima do bolo.

— Isso é normal do Thomás. — ela ria também — Na festa de um ano ele enfiou o pé.

— Estabanado igualzinho a tu. — ela riu.

— Não sou nada! — ela deu um tapa fraco no meu braço.

(...)

Era lixo que eu não aguentava mais, porra.

Acabamos de limpar a casa e fui tomar um banho. Camila tomou um banho com o Thomás e o colocou pra dormir, a Isa quis ir embora com a minha, é um grude com essa vó dela, que não sei.

— Ele dormiu? — perguntei assim que sai do banheiro e vi Camila deitada na cama.

— Dormiu, estava morto de cansado. Mas dormiu perguntando se amanhã tem mais festa. — ri

— Esse moleque é foda, cara. — me deitei

Estávamos tão cansados que eu só hoje queria dormir ao lado dela, e me sentir o Homem mais realizado de ter tudo aquilo que o dinheiro não compra. Minha mãe, minha filha, minha mulher, meu filho. Eu sou um filha da puta, porque eu tenho tanta coisa, tanta sorte de ter essas pessoas ao meu lado e por muito tempo não soube dar valor.

Agora eu vou lutar pra ter a família que eu queria ter quando criança. A família que meus filhos vão ser orgulhar ao falar quando crescer e vão usar de exemplo para criar a deles.

A Camila é a mulher que eu quero pra minha vida e eu tenho a certeza disso. Nunca houve outra igual a ela e nunca haverá. Tá maluco, me enlaçou legal.

Ela se ajeitou e deitou a cabeça em meu peito, enquanto eu fazia carinho em sua cabeça.

— Ver a felicidade do Thomás hoje, não teve preço. — eu disse e ela me olhou — Nada nesse mundo paga isso, nada nesse mundo é maior que a minha família, agora. — ela concordou com a cabeça.

— Trás suas coisas pra cá e volta a morar aqui com a gente. — ela disse, olhando no fundo dos meus olhos

— Tá falando sério? — senti meu coração acelerar, Camila é doida, vai que ela tá brincando comigo.

— Nunca falei tão sério na minha vida. O Thomás precisa de você, eu preciso de você. Não vamos cometer os mesmo erros de antes, eu sou outra e você é outro. Vamos fazer isso dar certo.

— Vamos. — a trouxe pra mais perto, selando nosso lábios — Nossa família em primeiro lugar. — ela concordou com a cabeça e voltou a selar nossos lábios.