Capítulo 57

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Camila ❁ (maratona 4/4)

Faz dois dias que cheguei e dois dias que o Igor não para de me atazanar.

Eu fui lá pra casa da tia do Igor, também porque a Dona Nádia não me queria aqui sozinha, ela sabe como filho dela é.

É muito ruim acordar e não ter o Igor aqui, por mais que ele vivesse na rua, mas pelo menos uma hora do dia eu o via. Mas eu tenho que aceitar que é melhor assim.

Independente da reciprocidade, eu me orgulho do amor que eu ofereci.

(...)

Dei uma de Maria e fiz uma faxina na casa, separei as coisas do Igor que ficaram aqui e iria devolver a ele. Eu tenho que dar um jeito na minha vida, arrumar um emprego ou pelo menos fazer um bico, daqui a pouco meu filho vai estar aqui, e eu preciso ter tudo sobre controle quando ele chegar.

Hoje eu tinha umas três unhas pra fazer, dei graças a Deus, já era um dinheiro.

(...)

Deus é bom e justo, fiz seis unhas hoje ao invés de três. Cheguei em casa e tomei um banho, e fiz uma janta pra mim, e comecei a ver tv. Tô uma semana sentindo dor no pé da barriga, mas é dor fraca, nada que seja caso de hospital mas às vezes são dores como cólica... Vida de grávida né?

(...)

- Come cara, trouxe um pão pra tu! - Talita disse, a bonita me acordou às nove da manhã e ainda tá me forçando a comer.

- Eu já disse que não tô com fome!

- Vai ficar nessa bad até quando, cara? Levanta essa poeira, vida que segue, daqui a pouco teu filho tá aí, boba.

- E quem disse que tô na bad? Só é recente cara, eu não vou sair por aí com sorriso de orelha a orelha porque não sou assim, mas eu tô bem!

- Tu tá pálida... Tá se alimentando direito?

- Tô, Talita... Virou dona Aline agora? Meu Deus!

- Em falar nela, voltou ontem, e o Davi perguntou por você, disse que ia vir te vê.

- Tô doida pra ver meu pingo, que saudades.

- Vamos pra praia? - Talita perguntou, como uma criança travessa

- O que? Do nada assim?

- É cara, vamos? Se tu falar que não eu vou encher teu saco, até tu falar que sim.

- Fazer o que né, Talita... Vamos.

- Tá, se arruma que daqui a pouco eu passo aqui. - ela saiu.

Me levantei, tomei um banho e comi o bendito pão, antes que a Talita enfiasse ele pela minha garganta. Coloquei as coisas na minha bolsa e sentei no sofá, peguei meu telefone e como sempre tinha mil mensagens do Igor no Messenger já que tinha bloqueado ele no wpp, nem me dei o trabalho de ler, apenas apaguei a conversa.

(...)

- Você não veio pra cá, pra ficar com esse cara, né? Distrai a mente um pouco..

- Eu tô tentando, tá? - alisei minha barriga - Eu só preciso focar nisso, só preciso focar que eu tenho alguém que precisa de mim e que o meu filho é quem vai me ajudar. Mesmo que ainda ele não tenha nascido!

- Sim, e eu vou estar aqui se você precisar de algo, tá? - concordei com a cabeça, enquanto olhava pro mar.

Eu preferi não querer saber o sexo do bebê, quero sentir o frio na barriga de saber na hora do parto. Eu não sei nem o que me espera na frente, se o meu coração já explode de amor ao saber que estou gerando o amor da minha vida, ele vai explodir três vezes mais quando eu olhar pra ele ou ela, pra minha bússola, minha direção. Meu filho ou filha é realmente a coisa que mais me importa nesse momento.

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