Capítulo 29

2.9K 338 35
                                    

Igor ✕

Assim que minha mãe saiu da sala ela entrou, seus olhos estavam vermelhos e inchados. Assim que a vi, sorri.

— Vem aqui... — ela soltou o choro e veio até a mim — Eu tô bem cara, vaso ruim não quebra!

— Para de falar isso! — ela disse, encostando a cabeça no meu peito — Você só vive me dando susto — ri.

— Essa cara não é só de medo por mim... O que foi? — ela me olhou

— Deixa você sair daqui, aí a gente conversa.

— Aí você vai me deixar puto, sabe que não gosto dessa porra! — mexi o braço atingido e soltei um gemido de dor

— Igor, para.. — ela me ajudou a ajeitar o braço — Não é nada demais, a gente vai conversar sobre isso! — ela se ajeitou ao meu lado — Como isso aconteceu?

— Nem eu lembro... — passei a mão pelo braço enfaixado — Tava indo em casa, do nada comecei a ouvir uns tiros... Era cana que tava no morro, dessa vez fui vítima só de bala perdida — ela me olhou de olhinhos baixos — Mais um na estática, mas com sorte...

— Não brinca com essas coisas, Igor... — seus olhos brilhavam de lágrimas acumuladas — Eu te mandei tantas mensagens...

— Eu tô bem, tô vivo... Foi coisa rápida já tiraram a bala e tô cheio de ponto.

— Sabe quando sai? — ela perguntou

— Amanhã, talvez... — ela concordou com a cabeça — Quem te trouxe aqui?

— O Léo.

— Que Léo, Camila?

— O Léo, uai. Teu amigo

— Ah, aquele que tentou te beijar? — franzi o cenho

— Igor, não começa... Se ele não fosse lá em casa eu nem ia saber..

— Até ontem tu não falava com ele, hoje ele vai lá, cheio de papinho pra cima de tu...

— Igor, ele me trouxe até você! Ou isso foi de coração ou ele é muito trouxa de tentar me conquistar me trazendo até você! Para de ser maluco! — ela se aproximou — Ele só quer voltar a ser nosso amigo, vai por mim.

— Vai dizer que ele não gosta de tu? Meu pau, eu em.

— Isso é ciúmes? — ela riu

— Vai você e teus deboches pra puta que pariu, Camila! — ela veio até a mim, depositou um beijo rápido em meus lábios e sorriu.

— Para de bobagem... Se eu estou aqui é por que eu quero estar contigo, só. — assenti com a cabeça

(...)

Eu sabia que tinha alguma coisa errada quando minha mãe perguntou se Camila queria dormir aqui comigo, elas saíram do meu quarto, conversaram um pouco lá fora e logo Camila entrou novamente, sentando na cadeira do acompanhante.

Nunca, ainda mais em dia de semana a Camila dormiria fora de casa. Eu insisti, insisti e ela não me contou nada.

Observava ela dormir na cadeira e minha cabeça latejava, eu precisava saber o que havia acontecido.

Peguei meu celular e o liguei, assim que ele se normalizou, começaram a chegar milhões de mensagens, incluindo da Camila e da Brenda que estava com a Isabela.

Ignorei todas e fui até a conversa da minha mãe, digitei um "Mãe" com dificuldade e logo a mensagem foi enviada e recebida

Oi meu amor, vc está bem?/ Coroa

Lado Errado Onde histórias criam vida. Descubra agora