Capítulo 78

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Camila ❁ — uma semana depois.

Como hoje foi feriado, passamos a tarde toda com as crianças, levamos elas na pracinha e no cinema, agora tá aqui, Igor e Thomás desmaiados no sofá. É incrível que eu carreguei por 39 semanas pra nascer igual ao pai, até na posição de dormir. Fico puta cara, não é justo.

Só de lembrar que nesse final de semana o Thomás já faz dois anos, me dá vontade de chorar.

Parece que foi ontem que eu passei mal e me levaram pro hospital, quando eu cheguei lá, descobri que estava grávida. Que novamente eu sentiria tudo aquilo de novo. Todos os enjoos, o mal estar, as dores nas costas, tudo novamente...

Confesso que tremi, com medo de ser tudo como antigamente, de não saber da conta.

Mas quando eu ouvi o choro do meu filho, tudo mudou dentro de mim. Eu realmente renasci com ele.

É engraçado dizer isso por soar tão clichê, mas como eu vivi toda essa minha vida sem o meu filho? É incrível, parece que eu não era nada, nem ninguém. Hoje em dia não consigo me imaginar sem o meu filho sem um dia sequer, como eu vivi 19 anos sem meu filho?

É surreal.

Peguei o Thomás e dei um banho nele, sem que ele acordasse, o coloquei no berço e assim que sai do quarto dele, vi o Igor sentado no sofá.

— Acordou, cinderela?! — ri

— Porra, dormi pra caralho — ele coçou o olho. Como o Igor conseguia ser tão bonito mesmo com a cara amassada de sono?

— É mesmo. — passei por ele indo em direção a cozinha e ele me puxou, fazendo com que eu caísse no seu colo.

— Vou dormir com você hoje?

— Não, você vai dormir na sua casa — lhe dei um selinho e levantei do seu colo, indo em direção a cozinha.

— Ainda com essa palhaçada, cara? — ele virou, em direção a cozinha — Só queria dormir com você e fazer um amorzinho pela manhã — ri

— Igor, a gente já conversou...

— Você não quer ir rápido com as coisas, mas já parou pra pensar que você tem um filho meu? Já ultrapassamos essa fase de "rápido demais" — ele fez aspas com a mão — E eu sei que você quer, tá estampado na sua cara isso — gargalhei

— Você está ficando maluco, isso sim.

— Mas você sabe que é verdade. — ele veio até a mim — E até porque, a minha mãe já dormiu, e você sabe que ela odeia ser acordada... — ele riu.

— E a sua chave, cadê?

— Ficou lá dentro de casa, ué. — ri

— Tá, vai dormir no sofá.

— Porraaaa — ele jogou a cabeça pra trás — Faz isso comigo não, preta. — ri e ele se chegou — Você não precisa fazer esse jogo comigo, sabe que agora somos outros.

— Se puxar a coberta, já sabe né? — disse e ele riu, beijando minha testa.

— Vou tomar banho, tá? — concordei com a cabeça e ele subiu, em direção ao banheiro do quarto.

Tranquei a casa e subi, amanhã vou trabalhar e já estamos na correria do aniversário do Thomás.

Assim que entrei no quarto, Igor estava deitado mexendo no telefone, tomei um banho rápido e me deitei na cama.

— Tava com saudades disso, sabia? — ele se chegou, beijando meu pescoço.

— Da gente? — perguntei.

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