Capítulo 107

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Camila ❁

— Foda se, faz o que tu quiser também! — ele saiu, batendo a porta.

Três semanas se passaram desde tudo. Igor continua na boca, estávamos organizando o batizado do Thomás e mais uma vez, o impasse do Bruno ser padrinho.

É um pedido MEU, um desejo MEU! Quantas vezes eu já abri mão do que eu queria por ele? É vez dele abrir por mim.

Eu sei que a minha intenção é das melhores e sem maldade nenhuma, acredito que às de Bruno também.

Se a Fernanda fosse metade pro Thomás do que o Bruno foi pra nós, eu nem me atreveria a negar isso a ele.

Quem meu filho beija, minha boca adoça.

Passei a mão no rosto e me levantei, passei o dia todo organizando tudo do batizado, tenho que ir na minha mãe ainda, tô só o cansaço.

(...)

Já estava perto da casa da minha mãe quando senti o calor daquela moto perto de mim, mas não me virei.

— Ou! — ouvi aquela voz grossa — Se tu é tinhosa eu sou mais que tu em, tô te avisando!

Me virei e vi Roni com uma pirainha na moto.

— Já? Mal chegou e já tá pegando essas? — olhei pra menininha que me encarou — Tá me encarando por que? — fechei a cara.

— Se já se achava sendo casinho do Igor, agora que é filha do dono vai se achar o cu de ouro. — ela resmungou

— Casinho não amor, eu sou mulher dele, MULHER! — gritei perto do seu rosto — coisa que tu não tem capacidade de ser, porque só serve pra ser comida mesmo!

— Ou! — Roni segurou meu braço — vamos parar? Calma

— Calma é o caralho, não me segura não, eu em! — tirei sua mão do meu braço.

— Bora, mete o pé! — Roni falou com a menina da moto

— Mas Roni... — protestou

— Ou tu desce ou eu te jogo. — ele falou sério.

Logo ela desceu, me encarou e bateu pé; eu em, se eu tivesse medo de cara feia e de birra, não era casada com Igor que faz isso sempre que é contrariado.

— Deveria respeitar minha mãe, sem noção nenhuma ficar andando com essas piranhas na tua garupa..

— Respeitar a tua mãe por que? Eu em, você que tá abusadona, quem me deve respeito é você.

— Eu não te devo respeito nenhum não filhão, quer chegar agora e sentar na janela? Já disse que tu não manda em mim, vamos querer!

Ele suspirou.

— Agora eu entendo o que minha mãe passava comigo, puta que pariu — ele passou as mãos na cabeça — Nós tem que conversar, tem não?

— Não, vem cá... Tu não tem outros filhos pra perturbar não? — coloquei as mãos na cintura

— Tem, tu ou o Davi. Escolhe aí! — estalei a língua — Vai subir, ou vai querer que eu vá lá pegar o Davi?

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