Camila ❁
— Foda se, faz o que tu quiser também! — ele saiu, batendo a porta.
Três semanas se passaram desde tudo. Igor continua na boca, estávamos organizando o batizado do Thomás e mais uma vez, o impasse do Bruno ser padrinho.
É um pedido MEU, um desejo MEU! Quantas vezes eu já abri mão do que eu queria por ele? É vez dele abrir por mim.
Eu sei que a minha intenção é das melhores e sem maldade nenhuma, acredito que às de Bruno também.
Se a Fernanda fosse metade pro Thomás do que o Bruno foi pra nós, eu nem me atreveria a negar isso a ele.
Quem meu filho beija, minha boca adoça.
Passei a mão no rosto e me levantei, passei o dia todo organizando tudo do batizado, tenho que ir na minha mãe ainda, tô só o cansaço.
(...)
Já estava perto da casa da minha mãe quando senti o calor daquela moto perto de mim, mas não me virei.
— Ou! — ouvi aquela voz grossa — Se tu é tinhosa eu sou mais que tu em, tô te avisando!
Me virei e vi Roni com uma pirainha na moto.
— Já? Mal chegou e já tá pegando essas? — olhei pra menininha que me encarou — Tá me encarando por que? — fechei a cara.
— Se já se achava sendo casinho do Igor, agora que é filha do dono vai se achar o cu de ouro. — ela resmungou
— Casinho não amor, eu sou mulher dele, MULHER! — gritei perto do seu rosto — coisa que tu não tem capacidade de ser, porque só serve pra ser comida mesmo!
— Ou! — Roni segurou meu braço — vamos parar? Calma
— Calma é o caralho, não me segura não, eu em! — tirei sua mão do meu braço.
— Bora, mete o pé! — Roni falou com a menina da moto
— Mas Roni... — protestou
— Ou tu desce ou eu te jogo. — ele falou sério.
Logo ela desceu, me encarou e bateu pé; eu em, se eu tivesse medo de cara feia e de birra, não era casada com Igor que faz isso sempre que é contrariado.
— Deveria respeitar minha mãe, sem noção nenhuma ficar andando com essas piranhas na tua garupa..
— Respeitar a tua mãe por que? Eu em, você que tá abusadona, quem me deve respeito é você.
— Eu não te devo respeito nenhum não filhão, quer chegar agora e sentar na janela? Já disse que tu não manda em mim, vamos querer!
Ele suspirou.
— Agora eu entendo o que minha mãe passava comigo, puta que pariu — ele passou as mãos na cabeça — Nós tem que conversar, tem não?
— Não, vem cá... Tu não tem outros filhos pra perturbar não? — coloquei as mãos na cintura
— Tem, tu ou o Davi. Escolhe aí! — estalei a língua — Vai subir, ou vai querer que eu vá lá pegar o Davi?
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Lado Errado
Ficção AdolescenteCamila é uma jovem de 17 anos que mora no complexo do Lins junto a sua mãe e seu irmão. Sonha em ser uma fotógrafa e dar uma vida melhor a sua família, mas se ver conturbada ao ter a vida cruzada com Igor, de 19 anos que um garoto da vida errada com...