Capítulo 55

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Camila ❁ (maratona 2/4)

Cheguei lá quase colocando o coração pela boca, o Igor estava sentado numa mesa com os garotos. Talita tinha me mandado mensagem dizendo que o jogo estava no intervalo.

— Você tem certeza disso, Camila?

— Eu ainda não sei, Talita — respondi, respirando fundo — Eu vou ver o quão sujo ele é, e que até ponto ele chega.

— Cara... — Talita disse passando a mão no cabelo — Você não merece passar por isso, ainda mais nessa situação.

— É por isso que eu preciso terminar essa história de uma vez por todas... — dei um abraço nela — Qualquer coisa eu te mando mensagem, tá? — ela concordou e eu fui até a mesa em que o Igor estava.

Sentei na cadeira ao seu lado e ele se assustou, falei com os meninos e peguei um copo de cerveja na mesa.

— Tá fazendo o que aqui? Disse que não viria...

— Decidi vir, tava entediada... — virei a cerveja num gole

— Tá tudo bem, Camila? — ele perguntou

— Tudo bem? Tá tudo ótimo, mil maravilhas. — ele me olhou desconfiado mas concordou com a cabeça.

O pessoal do morro é tudo eclético né, uma hora eles estão no funk, em outras tão ouvindo até axé.

Eles estavam ouvido poesia acústico, número 5 e eu nunca senti tão claro em uma música a situação que eu estava vivendo, e o que estava sentindo...

"Baby que você queria, eu fiz
Tudo que você pediu, eu dei
Mas tu jogou meu amor no abismo
Dividiu o que era dois pra três
E eu bem que tentei te fazer feliz
Do jeito que te amei, não vai existir outra igual
Dei moral, vacilou, perdeu
Se doer, não faz mal, porque tu escolheu"

A língua chegava a coçar pra jogar isso na cara do Igor, por tanto que ele nem me olhava... Mas eu sei que a minha hora certa vai chegar!

(...)

O jogo começou e eu estava inquieta, eu sabia que hoje eu colocaria um ponto final nessa história, eu sentia isso.

O telefone do Igor vibrou umas duas vezes encima da mesa, ele disfarçou e colocou no bolso, minha vontade era de meter a mão naquele bolso e pegar aquele telefone.

— Vou ter que colar lá na boca... — Igor falou

— Essa hora?

— Marreta mandou mensagem, vou colar rapidinho — ele me deu um selinho — Já volto.

— Tá... — concordei com a cabeça e o deixei passar

Esperei uns dez minutos e me levantei, saí saindo no meio do povo, quando cheguei na ladeira senti uma mão...

— Já vai se estressar, cara? — Era Léo.

— Não, eu vou... — parei — Tu sabia né?

— Cara... — ele passou a mão pela cabeça — Não cabia a mim te contar, tá ligado?

— Talita sabia? — perguntei, engolindo o choro

— Claro que não, ela seria a primeira a te contar... — ele me encarou — Tu não merece passar por isso.

— Não, por isso eu tenho que por um fim nisso. — ele concordou — Sabe pra onde ele foi? — ele negou com a cabeça — Léo...

— Eu não vou fazer parte disso, Camila. Eu já fiquei entre vocês uma vez, não vou ficar de novo. — concordei e subi a ladeira, por um lado ele estava certo.

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