Capítulo 36

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Camila ❁ _ dois meses depois

Eu estava aflita com o telefone na mão. Eu precisa a receber uma resposta positiva, se não, eu atrasaria uma boa parte da minha vida.

Eu andava de um lado pro outro com o celular, Igor que estava sentando no sofá com a Isabela, me olhava enquanto balançava a cabeça devagar...

— Vai criar um buraco no chão, cara. Senta um pouco. — ele disse enquanto me observava

— Não...— respondi, batendo de leve com o telefone na mão — Só vai piorar...

O motivo de estar tão ansiosa, era a resposta final na escola.

Com tudo que aconteceu eu faltei muito, perdi muita matéria e minha nota abaixou bastante. Minha escola não era daquelas que passa o aluno por passar, não! Meus professores eram rigorosos, pegavam no pé, não aceitavam trabalhos mal feitos ou copiado do Google como eles diziam.

Eu meio que fiz tudo ao meu alcance, entreguei todos os trabalhos possíveis, dando sempre o meu melhor. Fiz todas as recuperações, todas as segunda chamada que tive chance e agora não era mais comigo.

Eu preciso terminar a escola, começar um curso e trabalhar, por mais que eu já more com o Igor, eu odeio ser bancada por ele.

— Quem foi ver o resultado pra você? — Igor perguntou

— Talita. — respondi, me sentando no braço do sofá — Ela ia ver o dela, pedi pra que ela visse o meu também.

— Então fica calma, sabe como a Talita é tapada.

— Talita é tapada! — Isabela imitou e Igor riu.

Isa... Ah, como essa menina tá esperta. Agora ela fala quase tudo e não para mais de falar. Por enquanto ela está passando a maior parte do tempo aqui, Igor quase não fica na boca, e o porque disso eu não sei, mas eu gosto.

A Isa já imita tudo que fazemos, o que falamos, como agimos. Tá um grude comigo e o Igor.

— Não, a Talita não é tapada, Isabela. — repreendi Igor com o olhar — Olha lá, a Marsha. — apontei pra televisão e ela olhou.

— Você quer ir lá? — Igor perguntou — Eu deixo a Isa com a minha mãe, e a gente vai.

— Não precisa. Eu pedi pra Talita ver porque ela  já ia de qualquer jeito, só que ela não me dá uma resposta!

— Liga de novo. — ele disse.

Assim que peguei o telefone a porta se abriu, Talita entrou e parou no meio da sala.

— Por que tu não me ligou de volta, Talita? — perguntei, colocando a mão na cintura

— Porque essas coisas não se falam por telefone... — ela fez uma cara séria

Fudeu.... Será que reprovei?

— Fala logo cara, tá me deixando nervosa!

— Tu ficou em dependência em uma matéria. — ela disse — Mas aí eu fui lá e conversei com o diretor... Ele te passou direto... — ela me entregou a declaração escolar.

— Aí, mentira... — senti meus olhos marejarem — Tava morrendo de medo, vaca. Era pra ter me falado pelo telefone.

— Se eu falasse que tu tinha ficado de dependência, você ia surtar. — Talita veio e me abraçou — Parabéns amiga, você merece. — me deu um beijo na testa — Bom, eu vou indo, mais tarde se vemos no pagode. — concordei com a cabeça e ela saiu.

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