Capítulo 69

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Igor ✕

Hoje é dia de baile então é o que? Sabadou da melhor maneira, bebê.

É o primeiro baile que vou depois que sai da cadeia. Eu não voltei pra boca ainda, mas o marreta tá no meu pé que nem um caralho querendo falar comigo, sei que nesse baile ele vai me cercar.

Mas eu estava ocupado demais curtindo os meus filhos, plural agora bebê, porque o pai aqui conseguiu mais um pro time de futebol.

Mas brincadeiras a parte, é incrível que no mesmo momento em que soube que o Thomás era meu filho, eu já o amava como se estivesse junto da Camila na gravidez dele, como se ele existisse a minha vida inteira.

Não consigo dizer que amo mais a Isabela por ser mais velha e etc, não. Eu amo o Thomás no mesmo que amo a Isa. Toma no cu porra, eu tinha um casal de filho, o que era meu sonho!

E o moleque é muito igual a mim, a aparência é toda da Camila, alguns traços de personalidade também, mas é tinhoso igual a mim, já dá pra vê que ele vai ser daqueles de não levar desaforo pra casa, minha mãe disse que ele vai ser igual a mim, que brigava na rua por conta de pipa e bolinha de gude. Que pegava até madeira pra bater nos moleques maiores que eu, quando eu só tinha nove anos. Na hora eu ri né, mas já estou preparando minha mente pra ir tirar ele das confusões, é foda.

Além disso, ele e a Isabela tem uma conexão surreal. Ela dizia que era filho da "mamãe Camila" dela, mas não sabia de fato que era irmão de sangue. Imagina explicar isso pra uma menina dessa idade? Mas ela entendeu e hoje só vive gritando irmão pra cá, irmão pra lá, ele fica irritado e bate nela, mas ela continua ali fazendo as vontades dele, e tem um ciúmes absurdo, não sei quem vai sofrer com quem ali.

A casa da minha mãe hoje em dia só tem brinquedo. Ela também tá toda boba, ela já sabia que o filho era meu e tinha contato com a criança, mas não o tanto que ela tem hoje em dia, pra Camila o Thomás é um boneco de porcelana, nunca vi mais chata.

(...)

Cabelo na régua, bigodinho fininho, todo posturado, gostoso pra caralho!

Terminei de passar o perfume e coloquei o relógio, peguei a chave da moto e a carteira.

- Bença mãe! - falei quando passei pela sala, dei um beijo na Isa que dormia no sofá, no colo da minha mãe e beijei sua testa.

- Deus lhe abençoe e juízo em Igor, pelo amor de Deus!

- Fica tranquila coroa, trago pão pra tu! - ela me deu dedo e saí.

Subi na moto e subi o morro. Agora o baile tava sendo numa rua transversal, já que na quadra lotava e o povo não conseguia entrar.

- Colômbia... 🎤 - cantei, quando parei perto do Nano.

- Fala filho da puta. - apertou minha mão - Veio curtir a liberdade, né.

- Lógico, passarinho fora da gaiola, filho. - ele riu.

- Tá certo, tá certo... Quer? - me ofereceu a toalhinha e o Black lança na outra mão.

- Não não, tô suave. - ele concordou e colocou a toalhinha no nariz novamente.

Baile mal começou e o doidão se drogando, essa noite ele não termina em pé, filho.

Meia hora depois o Smith colou com a tropa, marreta veio logo na minha direção, não sei como não rodou nesse tempo que estava preso, os cana tem ódio dele..

- Fala menino de ouro! - passou o braço em meu pescoço - Fez falta, em! Temos muitos assuntos pra resolver.

- Papo reto, hoje só quero zoar, outro dia nós conversa, já é? - ele concordou com a cabeça

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