Capítulo 33

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Camila  ❁

Joguei a mochila encima da cama e fui correndo para o banheiro, desabotoei a calça me sentando no vaso e foi por pouco, por pouquinho mesmo que não dei um grito de alegria

— Nunca fiquei tão feliz por estar menstruada! — digo comigo mesma — Valeu amiguinha!

Tiro minha roupa e vou tomar um banho, sem um peso nas costas.

Confesso que já estava me preocupando por minha menstruação ainda não ter descido, já estava perto de fazer um mês de atraso e eu já havia até comprado o teste.

Eu queria esperar dar um mês pra ter coragem de fazer o teste, eu não queria ser mãe agora, mas também não iria abortar por uma irresponsabilidade minha.

Saí do banheiro enrolada na toalha e outra no cabelo quando me deparo com Igor sentado na beira da cama com um teste de gravidez na mão.

— O que é isso, Camila? — ele me olhou sério

— Onde você achou isso? — digo, com a voz trêmula.

— Não foi isso que te perguntei... — ele fechou o cenho

— Onde você achou isso, Igor? — refiz minha pergunta e ele bufou

— Na sua mochila — ele já respondeu puto — Agora você pode me explicar que porra é essa?

— Eu quero saber que direito é esse de mexer nas minhas coisas! — passei por ele e peguei a caixa do teste de sua mão — Você quer parar de mexer nas minha coisas?

— Dá pra me responder? — ele levantou, pegando no meu braço

— Igor, para! — soltei meu braço — Eu só estava desconfiando..

— E quando você ia me contar, quando a barriga já estivesse grande? — ele falo num tom mais alto

— Eu só queria ter certeza, esperar um mês, sei lá. — digo dando de ombros

— Camila, gravidez é uma coisa séria.

— E você acha que eu não sei? Acha que quero ser mãe nessa idade por acaso? Já não basta os problemas que tenho?

— Ah, então quer dizer que você vai tirar?

— Claro que não, idiota. Eu não estou grávida.

— Como você sabe se você não fez o teste?

— Minha menstruação desceu, Igor. — sentei na cama, retirando a toalha da cabeça

— Porque você não me contou quando suspeitou, cara? — ele sentou ao meu lado.

— Porque eu não queria te dar esperança. — digo, o olhando — Eu não terminei os estudos, não tenho um trabalho, eu não quero ter um filho assim.

— Mas você não precisa trabalhar, eu trabalho pra isso.

— É claro que eu preciso trabalhar. — a olhei com a sobrancelha alta — Eu não quero depender de você pelo resto da vida.

— Camila, não tem necessidade disso.

— É lógico que tem, Igor. Eu não gostava nem de depender da minha mãe, quem dirá de ti!

— Mas eu sou diferente.

— E eu também! Eu não nasci pra depender de homem.

— Mulher minha não trabalha. — ele disse sério.

— Então você procura outra mulher... — levantei, passando por ele — E para de mexer nas minhas coisas, eu não mexo nas suas! — peguei uma roupa e voltei para o banheiro, ouvindo ele reclamar baixo.

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