Capítulo 117

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Igor

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Cheguei em casa e já do portão estranhei o silêncio, eram oito da noite, esse horário é barulho de televisão, mais gritaria do Thomás e da Isabela e às vezes de bônus a voz da Camila brigando com eles. Pelo estado que está minha vida, eu só posso esperar o pior, senti meu coração acelerar com a possibilidade de estar acontecendo algo. Já destravei a pistola que estava na minha cintura e comecei a caminhar devagarinho, abrindo a porta com máximo de cuidado.

Tive a visão da Camila sentada no sofá, com uma taça na mão e mexendo no celular.. a televisão estava ligada porém sem som, soltei um suspiro de alívio que senti como se fosse um saco de cimento saindo dos meus ombros..

— Porra mô, faz isso comigo não, quase tive um treco aqui.. — digo, entrando em casa.

— Igor, quem quase teve um treco fui eu.. como tu entra assim, tá devendo? — colocou a mão sobre o peito.

— Que devendo o quê, tô acostumado com um falatório quando chego... Cadê as crianças.

— Com as nossas mães, hoje é uma noite pra gente.. — sorri, maldoso — pra gente conversar.. — desfiz o sorriso.

— Acabou com a minha graça.. o que foi, esqueci alguma data importante? — ela negou — Aconteceu alguma coisa com as crianças? — negou novamente — Qual foi do k.o então?

— Você não acha que precisamos conversar direito? Sem ser em discussão? — era verdade, eu mesmo já queria isso..

— Precisamos mesmo, só vou tomar um banho.. — ela concordou e fui até o banheiro.

(...)

Sai e me sentei ao lado de Camila no sofá, ela me entregou uma taça cheia e me deu um selinho

— Isso é uma noite de conversar pra tirar esse estresse acumulado, ok? Vamos tentar não discutir, não é esse o intuito. — ela disse.

— Fale por você ué, tu que sempre começa.. — dei um gole no vinho — Sabe que sou fraquinho pra essas coisas né? Tá querendo me embebedar.. — ela riu

— Quando começar a ficar bêbado para, mas vamos conversar primeiro.. sei que você não gosta de tocar no nome dele, mas precisamos falar sobre o Bruno..

Ponderei por um momento, não era um bagulho fácil de se falar, mas às vezes eu tinha a impressão que tínhamos um certo receio de conversas normais por conta de sem querer tocar o nome dele. Eu não quero sentir como se ela tivesse um fantasma no passado e que não pudéssemos falar sobre isso.

— Vou te falar que eu não suportava ouvir o nome dele, era agonizante saber que você viveu dois anos ao lado de uma pessoa que ela foi tudo o que eu não fui pra você. Quando eu vi o anel pela primeira vez, tava procurando uma tarraxa pra por no brinco da Isabela, se não fosse por isso talvez eu nem tivesse visto. Mas tava lá, no fundo do teu porta jóia, como se tivesse escondido, mas porra, impossível não ver um anel tão brilhante daquele... E eu sabia que vocês tinha sido noivos me ver aquilo na minha frente.. eu não pensei na hora o que você achava, só pensei que tinha um valor sentimental enorme pra você.. naquele dia eu fiquei puto, lembro que a gente discutiu por bobeira mas eu não te disse sobre o anel, talvez eu tivesse esperando que você me falasse sobre ele.. mas não falou.. e por mais que depois eu pensasse que você ainda tinha sentimentos por ele, os meus próprios sentimentos faziam questão de matar isso.. não era possível que você ainda o amava, você está comigo, e é comigo que vai continuar — ela sorriu — Por favor, me diz que você não o ama, que sei lá, guarda por recordação porque eu sei que você é cafona a esse tipo, que guarda até um papel de bala..

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