Cadê o Peter?

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(P.O.V. Sirius)

...

- Dá pra acreditar que Dumbledore disse mesmo aquilo pra gente? – A irritação tomou conta de minha voz ao voltarmos para o dormitório. – Ele realmente acha que nós queremos ficar sentados e esperando que o mundo desabe lá fora? – Me taquei de volta em minha cama.

- Six, você mesmo disse que os métodos do Ministério eram refutáveis...

- Eu sei, Remmie, mas Dumbledore nem ligou pro que dissemos e ainda me proibiu de falar com o meu irmão sobre isso!

- Ele não quer que você fale, porque isso nos dá vantagem sobre esse tal Lorde. Talvez ele só não queira mostrar pânico...

- Ninguém aqui tá em pânico, Remus! – James se sentou em sua cama de braços cruzados.

- Eu tô! – exclamei em alto e bom som. – Meu irmão tá sendo claramente influenciado a...

- Six...

- Não, Remus! – A frustração me atingiu mais do que se alguém tivesse me dado um tapa na cara. – Régulus tá andando com as pessoas erradas e o Avery ameaçou ele e a Mary! E eu não posso fazer nada? Alguma coisa de ruim vai ter que acontecer pra todo mundo agir? Eu tô cansado de SEMPRE alguma coisa ter que acontecer pra alguém agir! Eu não posso dei...

- Dumbledore vai resolver isso, Sirius, e se ele não resolver, nós resolvemos, ok? – Rem passou o braço cuidadosamente ao redor dos meus ombros.

O cuidado que ele tinha comigo sempre me impressionava. Ele sabia perfeitamente como me acalmar e sempre conseguia ser muito carinhoso comigo, mesmo naquele momento.

- Não é o bastante! – Tudo aquilo era de mais para mim. Apesar de estar cansado, eu precisava cuidar dos dois, mesmo que Reg não se importasse com isso. Ele era o meu irmãozinho, o mesmo que toda noite me esperava para poder cantar para ele dormir... o mesmo que um dia me chamara de herói...

- Vai ter que ser, querido.

- Não tô feliz com isso, mas ok... Vamos confiar no velhote, então. Pelo menos... por enquanto. – Deitei minha cabeça em seu ombro e respirei fundo. - Mas se ele não fizer nada, eu juro que...

- Nós resolvemos – James e Rem concluíram e eu assenti.

- Cadê o Peter? – Jay perguntou, mudando de assunto do nada.

- Deve estar na cozinha atormentando os elfos – murmurei, me aconchegando nos braços de Remmie.

- Até agora?

- Nunca se sabe, Potty.

- GENTEEEE – o grito de Piet ao entrar no quarto assustou nós três, que simplesmente sacamos as varinhas e apontamos em sua direção. – Que isso, gente? Quanta agressividade!

- Quase matou a gente de susto, Pettigrew! – James exclamou. – Ficou louco? Podíamos ter te azarado!

- Onde você tava? – O observei, reparando que havia algo escondido atrás de si.

- Eu tava andando por Hogwarts!

- Aham... – James e eu murmuramos ao mesmo tempo, confusos com a empolgação dele.

- O feitiço funcionou mesmo? – Peter sorriu largamente e assentiu. – EU NÃO ACREDITO! – Rem correu na direção de Piet. – Cadê? Me deixa ver como ficou!

- Aqui! – Peter entregou um pergaminho em branco para Remus, que sorriu de orelha a orelha ao pegá-lo. – Pode tirar o feitiço dos meus sapatos?

- Você já andou pelo dormitório, Piet?

- Andei sim.

- Ótimo! – Rem pegou a varinha e a direcionou para os sapatos de Peter. – Finite incantatem!

- Podem explicar? – perguntei, observando Remmie voltar para a cama dele.

- Esse aqui é o motivo de eu estar sem ideias pra pegadinhas!

- Isso aí? – James questionou, surpreso.

- Sim! Tem dias que tenho lido sobre feitiços mais complexos e, como tenho permissão pra entrar na área restrita, achei um feitiço que se colocado tanto no pedaço de pergaminho quanto nos pés da pessoa, onde você for será registrado bem aqui. – Apontou rapidamente para o pergaminho. – Entenderam?

James e eu nos olhamos com a ficha caindo totalmente. Corremos em direção da cama de Rem e sorrimos feito bobos.

- O MAPA! – gritamos, animadamente.

- Você é um gênio, Lupin! – A fascinação brilhava nos olhos de meu irmão enquanto ele olhava atentamente o pergaminho.

- Por que não disse nada pra gente antes?

- Pensei que não funcionaria, Six. O feitiço é bem complicado, não é nem mesmo ensinado aqui em Hogwarts, mas como vemos aqui, funcionou! – Ele tocou a ponta da varinha contra o pergaminho, que se abriu, mostrando todo o caminho que Peter andara. – Ele vai crescer de acordo com a expansão que andarmos. Hogwarts é muito grande, então vai demorar pra gente finalizar isso, principalmente com vocês tendo que se concentrar na transformação de animagos no mês que vem...

- Nós vamos conseguir! – James exclamou, animado. – Sempre conseguimos!

- Isso foi uma surpresa maravilhosa, querido. – As bochechas de Remmie coraram drasticamente ao me ouvir. – Pelo menos uma notícia boa hoje!

- Se Peter não tivesse passado a maior parte do dia andando de um lado pro outro, não teríamos conseguido – Remus disse, modestamente. – É óbvio que precisamos ajeitar umas coisas... retocar, repassar todos os locais, projetar e remanejar localizações, colocar outros feiti...

- Os Marotos são os melhores! – James soltou, interrompendo o provável discurso imenso de Remmie, fazendo todos nós rirmos com sua animação.

Aquele, com certeza, não tinha sido um dia perfeito. Eu ainda estava abalado pelas coisas que James havia ouvido de Reg. Eu precisava descobrir, eu tinha que saber quem era esse tal de Lorde... Não era só uma questão de orgulho ou determinação, eu tinha uma missão, um juramento que eu tinha feito a mim mesmo e não o quebraria. Reg e Mary eram meus irmãos e eu sempre os protegeria e cuidaria deles até o fim.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora