A harmonia da alma

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(P.O.V. Remus)

(01/10/1972)

Já fazia um mês desde o início das aulas. Tudo estava normal, exceto que... aquele ruído continuava atazanando a minha vida, as vezes mais fraco, as vezes mais forte, não era algo constante em intensidade. Não entendia ainda o porquê de estar ouvindo aquilo em praticamente todos os lugares... e, muito menos, o motivo de me afetar em algumas ocasiões e em outras não.

James, Sirius, Marlene e Frank agora treinavam duas vezes por semana, Piet ficava comigo no Salão Comunal junto de Dorcas, Alice, Lily e Mary. Estávamos começando a nos aproximar. Elas eram muito divertidas e era legal ter a companhia delas. Nós estudávamos todos juntos, apesar de Mary não estar em nosso ano. Aos poucos fui percebendo que as cinco haviam virado melhores amigas em um piscar de olhos e quase nunca se desgrudavam.

Eu e Evans nos aproximamos mais, devido as frequentes idas que fazíamos à biblioteca e aproveitávamos a caminhada para jogar papo fora.

Em contrapartida, sentia que Sirius estava mais distante de mim, não sabia exatamente o porquê. Ele desaparecia todos os dias, cerca de uma hora, e quando voltava, fingia que nada tinha acontecido. Não perguntei e nem mesmo puxei o assunto com ele, mas minhas paranoias estavam começando a me agoniar.

Eu precisava me concentrar.

Me recostei contra o carvalho do lado do lago negro, tentando escrever o trabalho de feitiços que Flitwick passara para semana que vem.

James estava de detenção com tia Minnie, Peter estava jogando xadrez com Prewett no Salão Comunal e Sirius estava... em algum lugar no mundo, afinal de contas, esse era o horário que ele costumava sumir.

Por mais que eu tentasse me concentrar para poder escrever, absolutamente nada vinha em minha cabeça, nem mesmo uma única ideia ou palavra.

Já estava ficando cansado de não conseguir escrever. Suspirei pesadamente, colocando o pergaminho, a pena e o tinteiro ao meu lado esquerdo. Me ajeitei, aproveitando a sombra fresca e suave que a árvore me dava. Meus olhos se fecharam e, simplesmente, me lembrei da canção que eu não ouvia há tempos. A música que me acalmava quando mais nada no mundo conseguiria tal resultado.

- "Fly me to the Moon

Let me play among the stars

Let me see what spring is like

On Jupiter and Mars

In other words, hold my hand

In other words, baby, kiss me...

Fill my heart with song

Let me sing for ever more

You are all I long for

All I worship and adore

In other words, please, be true

In other words, I love you...

Fill my heart with song

Let me sing for ever more

You are all I long for

All I worship and adore

In other words, please, be true

In other words...

In other words, I love you!"

- Por que você nunca me falou que cantava, lobinho? – Pisquei várias vezes ao notar que não conseguira perceber a presença de Sirius ali. – Por que escondeu essa perfeição de mim? – Ele se sentou ao meu lado.

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora