Mentiras e provocações

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(P.O.V. SIRIUS)

...

- Gente, cadê o Remus? – perguntou Peter, saindo do banheiro.

- Saiu, não tem muito tempo – respondi enquanto arrumava meu cabelo.

- Como é que você sabe disso?

- Ao contrário de você e o Potter, eu tenho o sono bem leve e acordo com qualquer barulhinho.

- Pra onde será que ele foi nesse horário? Nem o café da manhã deve ter sido servido ainda.

- Não sei, mas ele parecia estranho, incomodado com alguma coisa, sei lá.

- Incomodado?

- É, James, incomodado. – Olhei para ele e os cantos dos meus lábios se ergueram. – E aí? A detenção com a McGonagall te fez enlouquecer?

- Melhor com a McGonagall do que com a Sprout.

- Muito engraçado, Potter. Pelo menos eu não perdi vinte pontos da nossa casa por burrice!

- Mas é claro, se fosse você seriam muito mais!

Eu já estava com a resposta na ponta da língua, mas fui interrompido pelo barulho da porta se abrindo.

Nós três rapidamente olhamos para Remus, que se encontrava ali parado, bem mais pálido que o normal.

- Bom dia – falou Remus, todo sem graça.

- Bom dia, flor do dia! Tá até parecendo um girassol, acordando junto com o sol! – satirizei, fazendo-o rir.

- Suas comparações estão cada vez piores, Black.

- Discordo totalmente! Acho que você só não gosta, porque é chato, Sr. Certinho.

- Já falei pra parar de me chamar assim, seu idiota.

- Eu digo o mesmo, Sr. Certinho.

- Pelo que vejo, estamos... – Remus parou de falar e encolheu os ombros.

- Tudo bem? – Me levantei em um só salto.

- Ahn... er... S... sim. Sim. – Ele andou até o armário e pegou um conjunto de roupas dele. – Tá sim.

- Que foi que aconteceu? – James questionou.

- Só... er... aconteceu uma coisa na minha casa e eu vou ter que ir lá.

- Uma coisa? Que tipo de coisa? – indaguei, preocupado.

- Minha mãe não tá bem, eu não sei ao certo o que é..., mas Dumbledore permitiu que eu fosse visitá-la. Vou voltar amanhã, provavelmente de tarde – falou sem sequer nos olhar.

- Que isso, Remus, e agora que você fala uma coisa dessas? Tem alguma coisa que nós possamos fazer?

- Não!... Q...quero dizer... N...não tem n...nada que vocês possam fazer, James, não precisam se preocupar, ela vai ficar bem – anunciou, tentando sorrir. – Não é nada com que se preocupar.

- Vamos anotar as coisas das aulas pra você – comentou Peter -, assim você não perde nada.

- Pode deixar que eu anoto, coitado do Remus tentando entender a letra de vocês, nem sei se podem ser chamados de letras aqueles garranchos. – Me virei para ele, sorrindo. – Fala pra sua mãe que eu desejo melhoras pra ela.

- Ok, Sirius, e muito obrigado por...

- Não ouse me agradecer, tá me ouvindo? Ou eu vou fazer uma pegadinha muito louca com você quando voltar!

- Foi mal se eu feri seu orgulho, só queria agradecer – disse com um sorriso meigo nos lábios.

- Já deveria saber que não precisa me agradecer. O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo, querido?

- O ditado não é... Quer saber, deixa pra lá, idiota – falou, rindo.

- Segunda vez só hoje! Não me faça começar a contar quantas vezes você me chama de idiota por dia!

- Tá. Tá. Até amanhã, meninos. – Fiz um beicinho magoado e cruzei os braços, o que só o fez rir ainda mais. – Até amanhã, Sirius – anunciou, saindo do quarto com a mochila nas costas.

- VAMOS SENTIR SUA FALTA! – exclamei.

- EU TAMBÉM! – o ouvi dizer do lado de fora.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora