Um dia de bonança

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(P.O.V. James)

04/01/1976

- Vamos sair antes que eles acordem, ok? – sussurrei.

- Ok – cochicharam.

- Tiramos sorte grande, nem tô acreditando que pela primeira vez vamos tomar banho naquele riacho! – Sirius finalmente pode falar alto, quando já estávamos mais distantes de casa.

- É a primeira vez que ele não tá congelado pelo frio – falei, rindo.

- Exato, pela primeira vez não tá frio, cacete! – meu irmão disse, feliz da vida.

- EI, ESPERA AÍ! – Ele saiu correndo e eu fui logo atrás.

- Meu Merlin, eu mereço! – ouvi Remus resmungar, vindo em seguida com Peter.

- BOMBAAAA. – eu e Sirius nos tacamos de uma parte mais alta, assim que chegamos no riacho.

- VOCÊ DISSE QUE NÃO ESTARIA GELADA!

- EU DISSE QUE NÃO ESTARIA CONGELADA!

- MAS QUE MERDA, PRONGS! – Sirius mergulhou após tacar água na minha cara.

- VOLTE AQUI, PADFOOT, EU VOU TE ACHAR! – Mergulhei atrás dele.

Eu e Sirius ficamos ali, guerrilhando um com o outro. Peter só havia entrado na água quando já estávamos mais longe e Remus tinha achado uma sombra boa e se recostado ao pé da árvore, lendo completamente concentrado.

- MOONY, VOCÊ NÃO VEM? – chamei.

- NÃO, VALEU.

- VEM, LOBINHOOOO – Sirius também o chamou.

- NÃO QUEROOOO.

Olhei para meu irmão e ele olhou para mim.

Era tão evidente o que planejávamos, que só foi sairmos da água para Remus exclamar em alto e bom som:

- NÃO OUSEM!

- Larga de ser mal, querido. – Sirius sorriu, maquiavélico.

- É só um banho de riacho, Moonyzinho. – Sorri também.

- Já que é assim... – Ele se levantou após colocar o livro na mochila com todo cuidado. – Se me alcançarem, eu entro. Tchau. – Remus saiu correndo o mais rápido que podia.

- Tá de zoeira, né? – Sirius riu ao meu lado.

- Como humanos até podemos não conseguir, Jay-Jay, mas como animais... – disse e se transformou, saindo correndo atrás de Remus.

- Até parece que eu vou ir atrás... – Dei de ombros. – Certeza que vou acabar enroscando minhas galhadas nessas árvores, se eu tentar. – Ri mais ainda comigo mesmo e me taquei no riacho, começando uma guerrinha de água com Peter.

Alguns minutos depois, Remus voltou com Pads no colo.

- Padfoot, para de lamber minha bochechaaaa! – Remus afastou o rosto e, mesmo assim, sua bochecha continuou sendo lambida.

- Ele te alcançou, foi? – Piet perguntou.

- Até que chegou perto, mas se jogou no chão cansado e fingindo que tinha torcido a pata, e eu, preocupado, parei de correr e fui ver se esse cachorro salafrário tava bem, e aí...

- Ele te enganou e, de uma forma trapaceira, te alcançou. – Desatei a rir quando Remus assentiu.

- Pads, paraaa. – Moony afastou o rosto de novo e tentou segurar o focinho dele.

Padfoot latiu e abaixou as orelhas.

- Se fingindo de alma boa – Wormtail comentou, fazendo com que eu e Remus rissemos e Pads rosnasse.

- Desce que eu tenho que cumprir minha promessa, Six. – Pads choramingou e Moony o desceu mesmo assim.

- Você vai mesmo?

- Eu disse que se me alcançassem eu iria... Agora tenho que cumprir, fazer o que né... – Remus riu e hesitou um pouco, mas tirou a camisa.

Em questão de segundos, ele já havia subido as pedras e se tacado no riacho.

Padfoot olhou para mim e eu olhei para Padfoot.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele saiu correndo, ainda como cachorro, e se tacou na água, todo animado.

Eu e Peter rimos e nadamos até o fundo, onde os dois estavam.

Padfoot se jogou em cima de mim e eu desatei a rir mais ainda, me segurando nele como se ele fosse uma boia.

- Já vamos voltar pra Casa Potter? – Peter perguntou.

Havíamos acabado de sair da água e estávamos nos secando com toalhas, exceto Sirius... que fez questão de se sacudir e jogar a água que estava nos pelos dele em todo mundo, quando já estávamos quase secos.

- Vamos... Não vai voltar ao normal não, pulguento?

Padfoot rosnou.

- Oh! Moony, olha seu cachorro aí! – Remus revirou os olhos e riu.

- Não vai voltar não, Six? – Pads pensou e, do nada, ficou em pé só com as patas traseiras. – De novo? – Ele latiu e abanou o rabo. – Por Morgana, viu! – Remus pegou ele no colo e começou a andar. – Peguem minha mochila aí por favor, não tenho as mínimas condições pra isso.

Eu e Peter gargalhamos e fomos atrás. Piet com a mochila dele e de Sirius, uma em cada ombro, e eu com a minha e de Remus.

Chegando perto de casa, Sirius simplesmente voltou ao normal, ainda no colo de Remus, e ficou quietinho ali mesmo.

- Você é a porra de um folgado, Six. – Remus riu, levemente corado.

- Me deixa aqui ou me transformo de novo! – ameaçou, fazendo todo mundo rir mais ainda.

- Vamos ter que entrar lá dentro, vai ter que descer, Sirius. – Meu irmão olhou para Remus e desceu sem nem insistir.

- Você tem altos poderes, Moony! – exclamei, rindo.

- Calado, Viado!

- É um CERVOOOOOO, seu pulguento insuportável!

- EU NÃO TENHO PULGAS, SEU CHIFRUDO!

- Começaram... – Remus disse, nos ignorando e entrando com Piet.

- ESPEREM A GENTEEEE. – Eu e Sirius entramos correndo atrás.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora