Minha estrela

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(P.O.V. Remus)

...

Assim que ouvi James entrar no quarto e poucos minutos depois roncos virem de não muito longe, sai o mais rápido possível do banheiro, tentando tirar o cheiro da fumaça de lá de dentro. Com certeza tinha sido uma ideia ridícula fazer isso lá dentro, mas não tinha como eu fazer em outro lugar tendo pessoas acordadas ainda na comunal.

Desci rápido com a caixinha na mão. Quase meia noite, era pouco provável que alguém estaria ali. Me sentei no parapeito da janela do salão comunal, a abrindo com cuidado e me ajeitando.

O céu estava bem bonito naquela quase madrugada... É... acho que podia chamar de madrugada mesmo, então... O céu estava bem bonito naquela madrugada fria.

Abri a caixinha e estalei os dedos, fazendo a pontinha do cigarro pegar fogo, o coloquei na boca e traguei um pouco, soltando a fumaça em um suspiro aliviado, logo em seguida.

- Rem? – ouvi a voz de Sirius e tomei um susto.

Eu tenho a merda de uma audição perfeita e quando eu preciso que ela funcione, ela resolve não funcionar, que excelente!

- O que tá fazendo aqui? – questionei, o olhando.

- Eu pergunto o mesmo. – Ele se levantou e sentou ao meu lado, me fazendo abraçar minhas próprias pernas para que conseguisse se ajeitar ali.

- Perguntei primeiro.

- Descobri sobre a festa "surpresa" que vocês tão planejando.

- Você é um idiota! – exclamei, sorrindo.

- Caraca, vigésima terceira vez.

- Só isso? – satirizei, vendo ele rir.

- E você acha só?

- Acho sim – respondi, tragando de novo e soltando a fumaça para o lado da janela aberta.

- Que porra é essa, Remmie?

- É só um cigarro mentolado, Six.

- Nunca ouvi falar disso.

- É coisa dos trouxas.

- É bom?

- Não é bom nem ruim. Sei lá... só é calmante.

- Desde quando você usa isso aí?

- Desde quando eu fumo? – Sorri ao vê-lo concordar. – Comecei essas férias.

- Pode me dar um?

- Tem certeza disso? – Ele assentiu rapidamente como resposta. – Ok então.

Alcancei a caixinha de cigarros ao meu lado, mas quando me virei de volta para entregá-la a Six, senti o pequeno maço que estava em minha boca ser retirado dos meus lábios. Assim que levantei meu olhar, percebi o mesmo agora nos lábios dele.

Ele estava fumando o mesmo cigarro que há segundos estava na minha boca e, caramba, como é que ele conseguia ser tão sexy até mesmo fazendo aquilo? Aquela cena era extremamente magnifica de um jeito que eu nem saberia descrever o porquê sem ficar por completo corado.

- Isso é estranho – disse após pigarrear -, mas não é tão ruim quanto eu pensei que seria.

- P... pode me devolver?

- Definitivamente não, querido. Agora é meu! – E lá estava aquele maldito sorriso ladino, que eu tanto amava, por trás da fumaça.

- Ladrãozinho folgado. – Ele colocou a mão no coração, dramaticamente.

- Tic tac. Tic tac. É meia noite, lobinho. É assim que você trata o seu aniversariante do dia?

- Feliz aniversário, idiota. – Sorri e levantei o cigarro, vendo-o fazer o mesmo, como se fosse um brinde.

- Primeira vez nesse dia novo – debochou. – Há um ano a menos de vida! – exclamou e, assim como eu, tragou de novo.

- Viva! – Nós dois rimos e nos recostamos um no outro, observando o céu pela janela da comunal enquanto o cheiro da fumaça mentolada nos cobria e flutuava pelo ar tranquilo daquela madrugada.

A minha concentração ia se espairecendo mais e mais a cada instante e o único a ter totalmente minha atenção era o garoto rebelde e apaixonante ao meu lado... Por mais que o céu estrelado fosse uma vista e tanto, nada se comparava a estrela que eu tinha ali comigo, a estrela que eu queria chamar de minha... minha única e mais brilhante estrela.

Mas, que não era e nunca seria minha estrela. Então, o que me restava, era admirar e sonhar.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora