A vida é cheia de planos!

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(P.O.V. James)

26/07/1974

- Como tá aí? – perguntei, preocupado.

- Não tão ruim quanto eu imaginava – respondeu, se jogando na cama e segurando o espelho.

- E isso significa que...?

- Bom... eu tô sendo ignorado.

- Isso é bom?

- De certa forma sim... Não preciso participar dos jantares e reuniões, não preciso olhar na cara do Órion e da Walburga, posso ficar o dia todo ouvindo Queen, Bowie, Beatles... sem incomodo algum...

- Eles não...?

- Me torturaram?

- É... – murmurei, cabisbaixo.

- Não – respondeu, simplista.

- Não mesmo?

- Categoricamente... eles não estão tendo... er... tempo... nem pra isso, a casa tá cheia de pessoas esquisitas quase toda hora.

- Como assim?

- Eu não sei quem são, não conheço quase ninguém. E como eu tô vivendo em quase total isolamento no meu quarto, não preciso nem ser obrigado a conviver com essas pessoas... que devem ser iguaizinhas a eles, com toda a ideologia purista.

- Acha que isso tem a ver com aquilo...?

- Aquilo que você ouviu o Reg dizendo? – Assenti. – Acho.

- Sinto muito por isso. E a Mary tem ido aí?

- Ela vem de vez em quando. E todas as vezes acontece uma discussão entre ela e o Régulus. Aí quando eu não vou até lá pra parar a briga... ou ela vai embora e só deixa um bilhete pra mim dizendo que foi, ou entra chorando de raiva no meu quarto. Eu até agora não entendi nenhum dos motivos das brigas, mas o que eu sei é que eles não param de brigar.

- Nossa...

- Mas, mudando de assunto, como os nossos pais estão?

- Tão bem, muito preocupados com você inclusive.

- Manda um abraço pra eles, por favor.

- Pode deixar, maninho! – exclamei, sorrindo.

- Tem visto o Remmie e o Piet?

- Tenho sim.

- Eles estão bem? Tô com saudades deles.

- Estamos bem, totó. – Remus acenou ao meu lado, sem tirar os olhos do livro. – E também estamos com saudades.

- Remuxoooooooooo! O que tá lendo? – questionou, animado e curioso.

- Dom Quixote. – Sorriu e levantou a capa para que meu irmão visse.

- De novo? Já é a quarta vez!

- Quinta vez, na verdade. – Remus riu ao ver Sirius arregalar os olhos.

- E o Piet?

- Tô aqui. – Peter acenou, sorrindo.

- Então, eles estavam aí esse tempo todo e você não me avisou antes, quatro olhos?

- Queria fazer uma surpresa, maninho – falei, sorrindo. – Eles vieram pra cá ontem.

- Potterzinho, foi uma bela surpresa. – Sirius sorriu. – Queria muito estar aí com vocês...

- Também te queríamos aqui, irmão.

- Não é a mesma coisa sem você aqui – Piet falou.

- Não mesmo. – Remus sorriu, triste.

- Então, o que estão aprontando? Me contem novidades, tô por fora de tudo...

- A gente estava fazendo um planejamento sobre todas as coisas que queremos fazer no quarto ano. – A euforia preencheu a voz de Peter.

- E o que seria? – Sirius indagou.

- Fizemos uma lista, espera aí! – Entreguei o espelho para Remus e fui até a cômoda, já pegando a lista e voltando.

- Lê logo, James!

- Calma aí, apressadinho! – Com a lista em mãos comecei a citar: – Número 1: transformação; Número 2: concluir o mapa; Número 3: fazer muitas pegadinhas e tacar o terror, principalmente, no Halloween; Número 4: todos nós aprendermos o feitiço do patrono...

- Por que você quer aprender o feitiço do patrono? – Sirius perguntou, me observando.

- Não é óbvio? Só os bruxos mais poderosos conseguem, então quero ver se vamos conseguir. – Vi meu irmão revirar os olhos e rir do outro lado do espelho.

- Tá querendo impressionar a ruiva, não é?

- Claro que não – falei, sentindo meu rosto corar.

- Caraca, Jay, sério?

- Não é só por isso, tá legal? Eu realmente quero aprender, isso seria muito útil.

- Não tô dizendo que não seria... – disse, rindo da minha cara. – Mas você mesmo disse que só os bruxos mais poderosos conseguem, por que você acha que nós quatro, um bando de adolescentes sem juízo, conseguiríamos?

- Por que somos incríveis? E assim como vamos nos tornar animagos e concluir o mapa do maroto ainda no quarto ano, nós vamos conseguir isso.

- Sua autoestima é muito alta, sabia, James?

- E a sua não, Sirius?

- Até mais que a sua.

- Então você acha que vamos conseguir?

- Não só acho como tenho certeza, maninho. – Nós dois rimos e vi Remus, ao meu lado, revirar os olhos e segurar o riso enquanto Peter sorria animado.

Definitivamente o nosso quarto ano prometia muitas surpresas, disso eu tinha certeza!

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora