Maldita seja a Lua!

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(P.O.V. REMUS)

(05/09/1971)

O tempo parecia correr tão rápido... e, quando percebi, já era Domingo.

Acordei inteiramente dolorido naquele dia. Minha cabeça parecia querer se repartir em milhões de pedacinhos. A maioria de minhas cicatrizes coçavam tanto que minhas mãos formigavam só de pensar em coçá-las. Os ruídos estavam ainda mais insuportáveis... Tudo por causa daquela maldita lua.

Era hoje e eu estava morrendo de medo... O que eu iria fazer? Quando Dumbledore foi a minha casa disse que me ajudaria nesta fase do mês, explicou-me tudo que eu deveria saber e falou que se me sentisse muito mal poderia ir à enfermaria conversar com Madame Pomfrey, a enfermeira, que ela ajudaria com tudo que eu precisasse.

Não queria incomodá-la, mas, pelo jeito, não teria muita escolha...

Levantei-me, tentando fazer o mínimo de barulho possível, troquei de roupa e saí do dormitório, indo em direção à enfermaria.

- Bom dia! – exclamou uma mulher um pouco mais alta que eu, de olhos azuis e cabelos loiros, quase grisalhos.

- Dia. A senhora é a Madame Pomfrey? – perguntei, ainda apreensivo.

- Sou eu mesma. Você deve ser meu paciente Remus John Lupin, certo?

- Como é que a senhora sabe?

- Dumbledore já nos informou sobre você, todos os professores sabem. – Todos os professores sabiam sobre mim e eu não sabia que eles sabiam? Dumbledore não havia comentado essa parte... Isso era constrangedor e estranho... – Não precisa se preocupar, todos juramos não falar nada. Se está aqui é porque aconteceu algo, posso saber qual é o problema, Sr. Lupin?

- Eu não queria incomodá-la tão cedo, mas não tô me sentindo bem... – contei a ela exatamente o que estava sentindo, e, assim que terminei de falar, vi um sorriso caloroso se formar em seus lábios.

- Bom... sobre as cicatrizes recomendo que não as coce, mas já deve saber disso melhor que eu. Enquanto às suas duas aulas de hoje, não recomendo que vá a elas, o descanso antes da lua é importantíssimo! Se quiser ou achar melhor ficar aqui na enfermaria, pode ficar, não está me incomodando, pelo contrário, tenho a maior alegria de poder ajudar meus pacientes.

- Meus colegas de quarto vão achar estranho eu desaparecer assim do nada... e eu não posso ficar perdendo aulas...

- Sinto muito, querido. Você precisa descansar ou só vai ficar mais exausto. Sobre os seus colegas... entendo se não quiser contar pra eles. É até melhor que os alunos não saibam.

- O que eu falo se eles me perguntarem pra onde vou?

- Não gosto de incentivar mentiras, mas, no seu caso, se eles perguntarem, fale que sua mãe não está bem e que você precisa visitá-la. Falarei com Dumbledore sobre isso. Agora você vai voltar para o seu dormitório, vai pegar uma mochila e colocar nela um conjunto de roupas limpas para amanhã, alguma coisa para passar seu tempo aqui e algo leve para comer. Dumbledore já deve ter lhe dito como entrar na cozinha, não é?

- Sim, obrigado – agradeci, me levantando da maca.

- Não tem de quê. Não demore muito.

- Ok.

Saí rapidamente da enfermaria e voltei para o dormitório cheio de coisas em minha cabeça... As paranoias, como sempre, querendo ganhar destaque em meus pensamentos.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora