Mudanças radicais

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(P.O.V. Marlene)

(03/11/1974)

- SIRIUS! – gritei e ele tapou os ouvidos.

- Meus tímpanos não existem mais, só pra você saber. O que eu fiz dessa vez?

- Tá ajudando a enfeitar seu próprio aniversário ao invés de estar se arrumando, cabeção?

- É... – Ele deu uma pausa, segurando o riso. – É exatamente o que eu tô fazendo. – Revirei os olhos e me virei na direção de James.

- POTTER!

- Hum? – Se virou para mim, limpando as lentes do óculos.

- Desde quando o Sirius deixou de ser narcisista?

- Ele nunca deixou, por quê?

- Ei! – dramatizou, colocando a mão no coração. – É meu aniversário e você me xinga?

- Eu mereço! – Suspirei. – MARYANNE!

- É MARY, CACETE!

- Tá, tá... Enfim, para o dormitório dos meninos, avante leoa! – Ela riu ao me ouvir.

- Pera aí, vou pegar nossas mochilas. Vai na frente com a nossa vítima... digo, aniversariante. – Mary subiu correndo e sorrindo.

- Vítima? Como assim vítima? – Sirius me olhou, desconfiado.

- Relaxa, não vamos cortar seu cabelo... Talvez só um pouqui...

- Ninguém toca no meu cabelo! – disse, segurando sua preciosidade.

- Ok, não vamos. Andando, Sirius! – O empurrei em direção ao dormitório, vendo James se contorcer de tanto rir.

- O que tá fazendo aqui? – Remus perguntou, me olhando quando entrei no quarto com Sirius.

- Vim trazer o aniversariante. E por que tá aqui e não lá embaixo ajudando?

- Tô organizando os feitiços que vamos usar mais tarde.

- Entendi, mas... – abri mais a porta – pra fora! Ninguém vai ficar aqui além de mim, a Mary e o Sirius. Garantia pra que ninguém veja como o aniversariante vai ficar antes da hora. – Sorri e voltei a apontar para o lado de fora.

- Boa sorte – ouvi Remus sussurrar para Sirius no momento em que saía do quarto com o livro em mãos.

Fechei a porta e eu e ele ficamos esperando alguns minutos até que Mary finalmente chegou, trazendo consigo as duas mochilas.

- Por onde começamos? – ela falou, tirando algumas bolsinhas organizadas de dentro de uma das mochila.

- Que tal pelo cabelo? – Sirius arregalou os olhos e já se colocou na defensiva.

- NINGUÉM vai cortar o meu cabelo!

- Só um pouco, maninho.

- Não, Mary. Não! – Ele ficou negando com a cabeça várias vezes. – Ele finalmente tá quase do tamanho do de vocês. Se continuarem querendo cortar, eu vou me trancar no banheiro e não saio mais de lá!

- Dramático, é só as pontas! – exclamei, me sentando na cama dele.

- Confia em mim, Six. Eu não vou estragar seu cabelo, ok? Sei há quanto tempo você quer ele grande. São somente as pontas, tá?

- Jura?

- Juro. – Ele respirou fundo e foi até Mary.

- Se cortar mais do que as pontas, eu nunca mais falo com você!

- Eu sei, eu sei.

A cada barulhinho da tesoura fechando, Sirius quase dava um treco de nervosismo. Uma cena hilária ao meu ver.

- Doeu? – ela debochou.

- Doeu, doeu muito – disse dramático, olhando para o cabelo cortado e caído do chão.

- Vai crescer mais rápido agora.

- Uhum... – Ele se jogou emburrado na cama ao lado da dele e abraçou um travesseiro.

- Não fica assim, Six. Por favor, sorri aí, vai. – Ele mostrou o dedo do meio para ela, fazendo nós duas rirmos.

- Eu tava pensando... o que vocês acham de furar as minhas orelhas?

- Tá falando sério, Six?

- Claro, mas antes... Por que não aproveita a deixa, loira? – questionou, do nada.

- O quê?

- Você vive reclamando que odeia seu cabelo comprido, passa a tesoura, aproveita o momento de assassinato de cabelos.

Olhei para Mary, que já estava com a tesoura de novo em mãos.

- Isso é radical demais, não acham? – Sirius e ela se entreolharam.

- Foda-se? – falaram ao mesmo tempo.

- Você nunca ligou para as opiniões alheias, vai ligar justo agora?

- Mary, você sabe que a Alice com a cabelo no ombro já é criticada, se meu cabelo ficar do jeito que eu sempre quis... Do jeito que você sabe que eu quero... Os comentários vão ser bem mais pesados e eu não acho que eu esteja preparada pra sequer responder isso e...

- Se alguém falar um A ofensivo pra você, eu te garanto que eu mesmo quebro os dentes dessa pessoa, ok? – Sirius veio para perto, sorrindo, e segurou as minhas mãos.

- E eu ajudo, obviamente, já que tem um tempão que tô querendo chutar alguns sacos por aí mesmo. – Ela passou o braço ao redor dos meus ombros e nós três rimos.

- Você é cruel, maninha!

- Diz a pessoa que me ensinou a ser assim!

- Então, Lene...?

- Passa a tesoura, Mary! – E assim foi feito...

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora