Tempos bons

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(P.O.V. Remus)

30/10/1974

- Deu certo mesmo? V... vocês conseguiram? – perguntei, os observando.

- Sim, Remmie, deu certo! – Sirius veio correndo para me abraçar e eu não pude conter meu sorriso.

- Onde vocês deixaram?

- Guardamos em uma caixinha impermeável – James me respondeu, sorrindo também.

- O nome de vocês tá...

- Sim, nós colocamos pra não correr risco de pegar o frasquinho errado – Peter disse, se sentando na outra maca vazia não muito longe da minha.

- Eu falei que conseguiriam!

- Agora só falta a tempestade de raios chegar! – Six se ajeitou na cadeira ao meu lado e fez carinho em minha mão.

- Espero que não demore... Agora que completamos as duas primeiras fases, seria injusto pra caramba isso não funcionar e termos que recomeçar tudo do zero – James se sentou na mesma maca que Piet e ficaram ali conversando.

- Deu tudo certo mesmo? – perguntei aos sussurros para Sirius.

- Claro que deu, querido. Jamais mentiríamos pra você.

- Vocês já fizerem o feitiço? – Ele assentiu em resposta, sorrindo. – Sentiu algo?

- Ainda tá muito cedo pra sentir, Rem.

- É, eu sei, só quis saber mesmo. – Sirius riu ao me ouvir falar. – Tudo certo pra amanhã?

- Você acha que tá em condições de participar? Não tá com dor? Ou nauseado? Ou sentindo fraqueza? Ou...

- Eu tô bem. Só tô um pouco fraco ainda, mas nada que uma poção revitalizante não cure. Meu medibruxo é excelente, sabia?

- Claro que eu sabia. Sou o melhor do mundo! – Revirei os olhos, mas não consegui controlar o risinho em meus lábios.

Sirius era assim e essa era uma das coisas que mais me deixava caidinho por ele... O jeito cômico e dramático de lidar com tudo somado com sua confiança de milhões.

– Quer que eu traga a poção, lobinho? – Assenti e ele foi até a estante pegá-la. – Aqui! – Peguei e bebi em um só gole aquela poção com o gosto ruim.

- Vocês já vão para as aulas? – perguntei a James enquanto Six guardava o frasquinho.

- É... Adoraríamos ficar aqui com você, inclusive, se qui...

- Ele só tá dizendo isso pra fugir de adivinhação – Sirius afirmou -, não cai nessa.

- Não tô não!

- Confessa, maninho, você detesta adivinhação assim como eu e o Piet, só que é teimoso demais pra admitir!

- Ei!

- Vamos lá! Tô esperando você confessar, Potter. – Ele cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas, aguardando pacientemente.

- Então fica aí..., mas... espera sentado, totozinho.

- Vocês realmente parecem ter certeza que o Sirius vai ser um cachorro, não é? – Peter questionou, balançando os pés.

- Mesmo que o animago ou o patrono dele não sejam... Ele sempre será o totozinho do grupo.

- Vai se lascar, James! – Sirius exclamou, rindo e mostrando o dedo do meio para ele.

- Remus, não vai falar nada? Ele tá me agredindo aqui! – dramatizou, colocando a mão no peito.

- Vocês são definitivamente dois seres insuportáveis! – falei, tacando uma almofada na cara de cada um.

- Eu adoraria revidar, mas se eu fizesse isso a Madame Pomfrey me mataria e mataria o Sirius também.

- Ela não precisaria. Eu mesmo te mataria, Potterzinho.

- Ele tacou uma almofada em você também!

- Não ligo – disse, tacando a almofada que eu havia jogado nele em James.

- Ei! Qual é? É pra ser guerra de almofadas agora?

- Claro que... Ei! – Peter havia acabado de acertar os dois desavisados, me fazendo gargalhar.

James e Sirius se entreolharam, cada um pegou uma almofada e exclamaram bem alto:

- É GUERRAAAAAAAA!

Os três começaram uma guerra de almofadas ali mesmo, enquanto eu estava deitado rindo à beça e comendo um dos vários chocolates que Sirius havia trazido para mim. Eles continuaram na confusão até Madame P. chegar e expulsar os três da enfermaria, os mandando para as aulas e dizendo que eles já estavam atrasados.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora