Chuva de descobertas

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(P.O.V. Remus)

...

- Vamos? – Ele estendeu a mão para mim e eu a peguei.

- Tem certeza de que isso é uma boa ideia?

- Não, mas vai ser legal.

- E se... – Sirius tapou minha boca e sorriu.

- Nem começa – disse, jogando a capa perto da passagem e me puxando para o meio da chuva.

- Você é louco! – exclamei e ele gargalhou, sentindo os primeiros pingos nos alcançarem.

- E quem não é? – Six soltou minha mão e rodopiou, erguendo o rosto para o céu e abrindo a boca.

Não pude deixar de rir ao observá-lo.

- Se divirta, Remus John Lupin!

- Por que eu concordei com isso mesmo?

- Porque você adora minhas loucuras! – Ele estendeu as mãos para mim. – Vem, vamos dançar na chuva!

- Eu não sei dançar.

- Quem disse que precisa saber? Não tem ninguém aqui pra te olhar além de mim e eu te garanto que não vou julgar. Vem logo.

- Six...

- A vida é nossa e nós vamos aproveitar. – Respirei fundo ao juntar nossas mãos.

- Às vezes você até fala algumas coisa que fazem sentido – debochei e ele riu.

- Eu sempre faço sentido, a maioria é que não me entende!

- Sei. Sei.

- Vamos, Remuxo, dança comigo. – Não sei se aquilo que estávamos fazendo podia ser chamado de dança, mas o mais importante é que ríamos sem parar enquanto o fazíamos. – Segura firme as minhas mãos, ok?

- Por quê?

- A gente vai girar!

- Ahn?

- Segura firme, Rem, ou... a gente cai! – Sirius deu o impulso e nós giramos e giramos e giramos... e quando eu pisquei estávamos jogados na grama molhada, lado a lado, sem conseguirmos conter nossas risadas.

- Não acredito que você me fez fazer isso. – Virei minha cabeça em sua direção.

- Eu não te obriguei a fazer nada que você não quisesse. – Ele virou a sua para mim. – Você veio por livre e espontânea pressão, querido.

- Eu te odeio, Six.

- Eu também te odeio, lobinho.

Sirius voltou seu olhar para o céu com o sorriso bobo ainda estampado em seus lábios. Seus cabelos estavam ensopados, assim como os meus, e algumas mechas mais finas permaneciam grudadas em seu rosto.

Ele estava observando as poucas estrelas visíveis naquele momento e eu... estava observando-o, sem me importar com quantas estrelas estavam ou não lá em cima, porque entre todas elas, não havia uma única que brilhasse mais do que... a estrela bem ao meu lado.

A essência de morango vinda do cabelo dele misturada com o cheiro da terra molhada percorreu todo o ambiente e eu tive que me conter para não tocar os fios que haviam crescido um pouco mais durante o período que estávamos em Hogwarts.

Seus olhos nublados brilhavam a cada clarão que se espalhava acima de nós e eu não conseguia desviar o olhar dele.

Sirius não era só quase a própria perfeição por fora, também era por dentro...

Bem... Sirius era inexplicável.

Sirius era a pessoa que sabia meus segredos mais obscuros.

Sirius era a pessoa que me daria apoio em tudo que eu quisesse na vida.

Sirius era a pessoa que me fazia sorrir pela manhã, mesmo que eu estivesse morrendo de dor.

Sirius era tudo que eu sempre sonhei, mas nunca pedi por não me achar merecedor e digno...

Sirius era a pessoa que deixava minhas emoções à flor da pele, porque...

Porque eu... eu estava apaixonado por Sirius.

Eu estava apaixonado pelo meu melhor amigo.

O ruído estourou de uma só vez em meus ouvidos e eu tive que me conter para não tapa-los.

- Remmie, ei, tá tudo bem?

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora