Tempo ao tempo

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(P.O.V. JAMES)

(05/01/1972)

Faltava apenas um dia para podermos voltar à Hogwarts. Neste exato momento, eu e Sirius estávamos em meu quarto, comendo uma das melhores sobremesas que minha mãe havia aprendido a fazer na vida!

- Sua mãe é uma excelente cozinheira, James.

- Você já me disse isso um milhão de vezes, Sirius. Eu não aguento mais!

- E daí? Vou continuar falando.

- É, eu já percebi isso, Black. E minha mãe também!

- A tia Euph me adora, só isso.

- Com você puxando o saco dela desse jeito, né?

- Ciúmes, Potter?

- Nenhum pouco. Pelo contrário na verdade. É até melhor, porque nas férias do ano que vem eu não vou ser o único com quem ela vai ficar brava por conta das pegadinhas... Parabéns, Sirius, você conseguiu o afeto e a preocupação de Euphemia Potter pra você também.

- Não achei tão ruim assim...

- Espere pra ver então!

- O que a gente vai fazer agora?

- Sei lá.

- Ah, não! Tédio não!

- Tá bom. Tá bom... Eu queria te perguntar uma coisa..., mas preferi não perguntar lá em Hogwarts, pra que não houvesse perigo do Peter ou do Remus nos ouvirem...

- Então... É só abrir a boca e falar, Potter.

- É sobre o Remus... Eu sei que quando você o chamou para entrar na cabine com a gente...

- James, fala logo de uma vez e para de me enrolar!

- As cicatrizes... Você já falou ou perguntou sobre as cicatrizes que ele tem no corpo?

- Por que eu perguntaria isso a ele, Jay?

- Sei lá... Imaginei que você fosse o único de nós a ter coragem de perguntar. – Sirius desviou rapidamente o olhar.

- Não. Por que quer saber...?

- É só que... Eu não sei... Não é muito comum pessoas terem um monte de cicatrizes pelo corpo... não daquela forma...

- Todos nós carregamos cicatrizes, James... – Ele massageou os próprios pulsos, sem me olhar. – Só que as do Remus são mais aparentes, só isso.

- Sim. Sim. Mas...

- Ele vive tentando cobrir o máximo de pele possível com aqueles suéteres de mangas longas. Você realmente acha que eu perguntaria algo pra ele que claramente o deixa desconfortável e mais inseguro?

- Uhum..., mas você nunca teve curiosidade de saber o porquê disso? De saber se os pais dele...?

- Pelo que ele me falou dos pais dele... não. Eles não encostariam no filho. E, sim, eu já tive curiosidade, só não fiz um interrogatório, porque se fizessem algo parecido comigo, eu não responderia nada. Só precisamos dar tempo ao tempo, talvez algum dia ele conte...

- É, você tem razão, Sirius. O que acha de mais uma rodada de sobremesa?

- Você, definitivamente, leu meus pensamentos, Potter!

- Quem sabe, né?

- O quê?

- Quem sabe eu não sou um legilimente e você não sabe?

- Só nos seus sonhos, maninho – Sirius disse, rindo da minha cara enquanto saía correndo.

- EI, SEU ESFOMEADO, ME ESPERA! EU TAMBÉM QUERO! – Corri o mais rápido que pude para alcança-lo.

- NÃO CORRAM NAESCADARIA, CRIANÇAS! NÃO QUERO NINGUÉM AQUI MACHUCADO! – gritou minha mãe, que estava lendo na sala.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora