Uma coisa por vez

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(P.O.V. Remus)

...

A correria contra os minutos me perseguia. Precisava correr, mas não correr demais, se o fizesse poderiam desconfiar.

Cheguei tarde na estação, por pouco não perdi o trem. Sai em disparado pelos corredores, afim de achar uma cabine vazia, mesmo sabendo que, provavelmente, não encontraria nenhuma.

Estava procurando ainda quando passei e vi uma cabine aparentemente vazia. Me encaminhei até a porta e a abri, me deparando com dois garotos, um de cabelos curtos extremamente bagunçados, óculos redondos e que segurava uma câmera trouxa, e à sua frente havia o outro, este tinha cabelos negros um pouco mais alongados, olhos acinzentados e sua mão direita carregava uma foto de si mesmo. Eu não sabia o que estavam aprontando e preferia continuar sem saber...

- Foi mal, não queria atrapalhar – me desculpei, saindo pela porta o mais depressa possível.

- Ei, moço, espera! – exclamou o de olhos acinzentados. – Se você estiver procurando uma cabine vazia, não vai achar. Estamos em três aqui, se quiser ficar, fica à vontade – informou, fazendo com que nossos olhos voltassem a se encontrar. – É sério, eu e o Potter queremos que você fique aqui, não é, James?! – Ele cutucou o tal James.

- Exatamente, queremos que você fique, não tá fácil de aturar o Sirius sozinho!

- Ei! – Ele deu um pequeno empurrão no de óculos. – Não acredite no que esse bobão diz, eu sou o Sirius e ele é o James..., mas isso você já tá sabendo, não fomos tão discretos quanto você... – relatou, arqueando a sobrancelha ao me olhar. Tive que me segurar para não levar minhas mãos até as cicatrizes de meu rosto e tampa-las. – E o seu nome é...? – perguntou com um sorriso ladino nos lábios.

- Remus... Remus John Lupin – falei, sentindo a ansiedade subir em meu peito. Talvez devesse, simplesmente, sair correndo sem olhar para trás e...

- Então, Remus John Lupin, sente-se logo aqui! – Ele se levantou e apontou para o local ao lado de onde estava sentado antes. – O Peter vai trazer doces daqui a pouco, vem logo! – revelou, me puxando para dentro e fechando a porta logo atrás de mim. – Espero que goste de doces!..., Mas é claro que gosta, quem não gosta?!

Pisquei várias vezes, na tentativa de assimilar se aquilo tudo era real... e, para minha alegria ou tristeza, não sabia ainda dizer, aquilo estava realmente acontecendo.

Respirei fundo. Eles só eram colegas de cabine, ao chegarmos em Hogwarts iríamos para casas diferentes e nunca mais nos veríamos.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora