Esperanças contraditórias

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(P.O.V. Peter)

21/06/1975

- Então é isso, certo? – James questionou.

- Não precisam fazer isso agora – Remus contrapôs.

- Não começa de novo com essa história, Remmie!

- Eu vou ficar bem!

- Exato e eles vão junto!

- Não precisa.

- Claro que precisa. Eu não vou tá lá pra cuidar de você!

- Teimoso!

- Cabeça dura!

- Dá pra vocês dois pararem de brigar!? – James interveio.

- Não! – os dois exclamaram juntos.

- Já tá decidido, eles vão passar as luas cheias das férias com você!

- Eu já disse que não!

- Por que não? – questionei, fazendo os dois me olharem.

- Simples, o porão da minha casa não é o Salgueiro Lutador! Se der merda, fodeu! Vocês morrem, entenderam? Eu não quero que vão!

- Vamos ficar bem, Remus, já tivemos essa conversa um monte de vezes – James participou, tentando ser mediador. – Lobisomens não atacam animais.

- Eu não ligo, vocês não vão! Se aparecerem na minha casa, eu coloco os dois pra fora!

- Moony... – Sirius tentou argumentar.

- Antes de vocês se transformarem, eu passei por todas sozinho. Só esperem voltarmos pra Hogwarts. A casa... A casa dos gritos é mais segura, nesse sentido. Se acaso der merda, vocês conseguem fugir. Sem contar que lá em casa tem a minha mãe e, se alguma coisa acontecer com ela, eu não sei o que eu faço. Só tô querendo a segurança de todo mundo aqui.

- Mas e os seus machucados?

- Six, eu sempre me machuquei durante as férias. Sei que você odeia não poder vir me ajudar, mas a Madame P. toda vez vem. Já te disse isso. Fica tranquilo! – Remus o abraçou.

- Não gosto da ideia de descumprir a promessa – James disse, tristinho.

- Foi a pedido meu, então não descumpriram e nem descumprirão nada.

- Por que não passa a lua cheia na casa dos Potters, então? – propus.

- O quê?

- Na sua casa tem um porão enorme certo James? – Ele assentiu. – Ao invés de passarmos a lua cheia na sua casa, Remus, onde tem a sua mãe que é trouxa. Podemos passar na casa do Jay. Os pais dele sabem sobre você, além de que ambos são bruxos. Se der merda, eles nos socorrem.

- Que ideia excelente! – James e Sirius sorriram largamente.

- Gente, por Merlin...

- Shiu, nem vem! Não tem como argumentar contra agora, lobinho. Não estamos mais te dando escolhas.

- Não seria melhor perguntarmos primeiro aos Potters antes?

- Eu sou um Potter e Sirius também, e estamos aqui afirmando que você não só pode passar, como você vai! – James exclamou, feliz da vida.

- Tá combinado agora, não dá pra fugir, Remmie.

- Vocês são teimosos pra caramba.

- Sabemos – os dois responderam.

- Agora se me dão licença – Sirius disse, se espreguiçando e se transformando em cachorro logo depois.

- Vem logo. – Remus riu e se ajeitou para que ele pudesse deitar.

- Tá ficando manhoso e folgado demais não acha não, pulguento? – James debochou assim que ele se esparramou no colo de Remus.

- Cuidado com o que fala, Jay, muito cuidado – falei, rindo ao ouvir o rosnado.

- Ele odeia ser chamado de pulguento e você sabe disso.

- Mas ele é um pulguento mesmo, Remus! – Um rosnado mais alto ainda surgiu. – Vai me morder, é? – Ele assentiu, rosnando. – Remus, olha ele aí, oh!

- Eu desisto! – Ele gargalhou e continuou fazendo cafuné em Sirius.

Ficamos ali conversando e rindo, aproveitando nossos últimos momentos ali e juntos... Até porque eu, James e Remus nos veríamos durante as férias, mas não... Sirius não passaria esse tempo conosco, e sabíamos que, por mais calmo que ele parecesse estar, ainda assim, era óbvio que como sempre ele estava angustiado.

E por mais estranho que fosse, nosso quinto ano havia chegado, mas, antes disso, havia esse período sombrio para os marotos. O período das férias. A única esperança que tínhamos, era que pelo menos dessa vez não fosse tão sombrio.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora