O que nos aguarda?

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(P.O.V. Mary)

(20/09/1973)

- Preparada, Maryzinha?

- Obviamente, Six! – Corri em sua direção com a empolgação à mil, mal acreditava que finalmente faria o teste para entrar no time de quadribol.

- Cadê a loira?

- Ela tá tendo um pequeno probleminha... você sabe, aquilo...

- Você não tá querendo me dizer o que eu tô pensando, certo?

- Só vou saber se você falar, Sirius. Ainda não sou um oráculo!

- Bem legal da sua parte, Maryzinha! – exclamou sarcasticamente. – Você não tá querendo me dizer que ela tá naqueles dias, né?

- Sim, ela tá e provavelmente vai me matar por ter te contado – falei, sorrindo ao ver a cara de nojo de meu irmão.

- Merlin, eu queria não entender isso!

- É uma coisa completamente normal, culpe a Andy, foi ela quem te explicou sobre isso.

- Exatamente, ela me explicou pra que eu pudesse te ajudar quando chegasse sua vez, Maryanne.

- O que não aconteceu ainda e se Morgana me ajudar, nunca vai acontecer!

- Agradeço que nada do tipo vá acontecer comigo...

- Não se esqueça que...

- Não! – Sirius disse ficando levemente corado e trazendo-me à tona uma baita risada por vê-lo assim. – Não me lembra disso!

- Mas a conversa com a Andy foi tãooooooo interessante, Six!

- Maryzinha, não me lembre o que provavelmente vai acontecer comigo, tá legal? Esse definitivamente não é um assunto que eu queira falar com você, maninha.

- Eu não escondo nada de você, então trate de não esconder nada de mim!

- Esse assunto é constrangedor!

- Tem certeza que você é mesmo o Sirius?

- Que tipo de pergunta é essa, Mary?

- O Sirius que eu conheço não tem um pingo de vergonha na cara, então trate de voltar a ser você mesmo, Six!

- Tão engraçadinha você, né?

- Sempre! – exclamei, jogando meus cabelos pros lados. – Mas me diz, qual o motivo principal da sua vergonha?

- Não tenho motivos, só o assunto que é constrangedor mesmo.

- Aham sei... Por acaso tá com medo de me contar quando você ficar duro pela primeira vez? – assim que fiz a pergunta vi Sirius ficar completamente paralisado e corado.

- Maryanne Elizabeth MacDonald!

- O quê? – Não pude deixar de rir ao ver Sirius sem palavras, isso era algo inovador até mesmo pra mim que o conhecia desde que eu nasci.

- Esse assunto acabou aqui, ok?

- Tá com medo de me contar? Ou será que essa vergonha é porque isso já aconteceu?

- Isso não aconteceu e não vai acontecer tão cedo, Maryanne! Quantas vezes eu vou ter que dizer que...

- Vamos? – Lene perguntou, descendo as escadas.

- Vamos! – Sirius se recompôs, apesar de ainda estar um pouco ruborizado.

- O James e o Frank não vem? – indaguei aos dois à minha frente.

- Os dois já estão lá. Saíram mais cedo pra conversar com o capitão do time. Estão falando sobre esse teste desde que voltamos pra Hogwarts... Tem três semanas que eu tô tendo que ouvir eles tagarelando sem parar!

- Pra ser mais exata, hoje é dia vinte de setembro, então... eles tão falando disso há duas semanas e seis dias.

- Dá no mesmo, Mckinnon.

- Que se dane então! – disse, rindo. – Me diz uma coisa, você nunca teve vontade de cortar o cabelo, Sirius? – Lene perguntou enquanto amarrava o cabelo em um coque.

Six estagnou um pouco e levou a mão de encontro com o coro cabeludo.

- Não, eu amava o meu cabelo longo e tô doido pra ele crescer de novo. Por quê? Tá querendo cortar o seu, loira?

- Claro que não, por que eu iria querer isso? – Sirius rapidamente me olhou e assim como eu, também percebeu que aquilo era uma mentira dela. – Andem logo, ou vamos chegar atrasados!

O teste foi bem cansativo. Eu, Deepak Mitchell e Navys Walker competíamos pela vaga de apanhador, e depois de duas intensas horas foi decidido.

- Eu tô quase desmaiando aqui, tô muito ansiosa! – exclamei, estalando meus dedos e mexendo sem parar minhas pernas.

- Relaxa, Maryzinha! Essa vaga é sua, sem dúvidas. – Six passou um dos braços ao redor dos meus ombros, sorrindo sem parar.

- Sirius?

- Oi?

- Você acha que o Régulus vai fazer o teste pra apanhador?

- Realmente... eu não sei, Mary.

- Tudo bem, esquece essa pergunta. Foi só uma pergunta boba.

- Você ainda é apaixonada por ele, né?

- Não... – respondi de imediato, tentando parecer o mais sincera possível.

- "Não"? Tem certeza que você não quis dizer "Sim"?

- Foi só uma paixonite infantil... Não sou apaixonada por um sangue purista babaca, que finge ser superior a todo mundo e simplesmente esquece das pessoas que ele dizia amar...

- Mary...

- Eu não gosto desse novo Régulus... O que grita comigo e que tenta fazer com que eu me sinta inferior. Eu sinto falta daquele garoto carinhoso que amava pintar e se sujar inteiro, que sempre ria do que eu dizia, que sempre me protegeria de tudo e de todos que me causassem mal, que sempre me apoiava em tudo por mais que dissesse que daria errado. O garoto que nem deve existir mais...

- No fundo, ele ainda tá lá.

- Acredita mesmo nisso?

- Eu nunca vou parar de acreditar... Ele é meu irmãozinho ainda... Se eu parasse de acreditar, tudo que eu tentei fazer pra cuidar dele seria em vão.

- Eu...

- Deepak Mitchell, Maryanne MacDonald e Navys Walker, podem vir aqui na frente rapidinho? – o capitão do time chamou, era agora, ele finalmente diria quem passou.

- Nós dois terminamos essa conversa mais tarde, m'a compris?

- Entendi sim. Vai lá, maninha, arrasa! – Sirius soltou o braço de meus ombros.

Fui rapidamente ao encontro do capitão, recebendo a notícia, por fim, de que a vaga no time era minha. Sim, eu conseguira! Me tornei a nova apanhadora do time da Grifinória! Como Lene sempre dizia: "As Leoas sempre arrasam!".

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora