Os Marotos (Livro 1)

Não aceito não como resposta!

(P.O.V. Mary)

...

- O que houve? – Ali perguntou assim que porta se abriu do nada e eu tive que me virar para ver Lily, com o rosto todo avermelhado, entrar.

- Nada... – resmungou e foi direto para o banheiro, se trancando lá.

- Lily Evans! – Marlene e Dorcas chegaram, correndo.

- Onde ela tá?

- Como assim, Dorcas?

- Cadê a Lily? – Lene questionou, aflita.

- Dentro do banheiro... – Ambas saíram correndo e tentaram abrir a porta, desesperadas.

- Lily, abre a porta! – Dorcas bateu mais forte ainda.

- Alguém explica o que tá acontecendo aqui? – Alice se levantou.

- Aquele desgraçado, filho de uma megera!... Eu vou quebrar aquele nariz catarrento dele até ele não conseguir mais respirar!

- Ele quem? Marlene Mckinnon, quem é ele? E o que esse ele fez com a Lily? Diz logo! – bradei, me levantando.

- Snape... – Dorcas falou, sombria, e voltou a bater na porta.

- O que ele disse? – Alice indagou.

Ambas ficaram em silêncio.

- O QUE ELE DISSE? – As olhei seriamente.

- Ele chamou ela de... de...

- Sangue ruim. – A porta se abriu e Lily saiu lá de dentro. – Ele me chamou de Sangue ruim na frente de mais de cem alunos.

Arregalei os olhos, incrédula.

- EU VOU MATAR ELE! – comecei a sair em direção à porta, mas Lene me impediu.

- Ela é prioridade – sussurrou, segurando meu braço. – Dele a gente cuida depois.

- Ele chamou ela de... de...

- Ela é mais importante. – Assenti e Marlene soltou meu braço.

Assim que me virei, tentando parecer mais calma, percebi que Dorcas e Alice estavam abraçadas com Lily em meio às lágrimas...

Sempre soube que ele acabaria fazendo isso..., mas nunca pensei que exporia seus pensamentos preconceituosos na frente de tantas pessoas. Ainda tinha esperanças... Droga, como pude me deixar enganar?

Avisamos tantas vezes desde que ele começara a andar com o grupinho purista... que ela já não entrava mais nos pré-requisitos de sequer poder falar perto deles e eu sabia exatamente as regras de grupos puristas, e, mesmo assim, tive esperanças de que por ele ser um mestiço... Enfim, eu arrancaria a língua dele e o faria engoli-la por ter ousado humilhar minha amiga publicamente.

- Eu me sinto horrível... Sabe... Ele deve estar certo... Eu não passo de uma sujeitinha de...

- Olha aqui, Lily Evans! Você é a garota mais doce, brilhante e inteligente que Hogwarts já conheceu! Você é maravilhosa e nós, como suas melhores amigas, te proibimos de deixar que aquele babaca de merda faça a sua cabeça pra que você se sinta menos do que perfeita, me entendeu? – Lene retalhou, apertando Lily em um abraço.

- Marlene...

- Não aceito não como resposta!

- Não aceitamos! – eu, Dorcas e Alice participamos.

- Uhum... – Ela ficou pensativa. – Eu tentei ajudar... E aí...

- Shiu, já passou – falei, a apertando mais ainda.

- Eu tô cansada... Minha irmã tem razão... Eu sou uma aberração... Sou uma sangue ruim... Burra, otária, gorda, chata, ridícula...

- Não é verdade! Cala a sua boca! – exclamei e segurei seu queixo, a fazendo olhar diretamente para mim. – Você é linda! É a mais inteligente de nós cinco, se não for a mais de toda Hogwarts! E daí que você não tá dentro da porra do padrão de magreza ou de beleza? Eu também não tô! Isso não faz a gente ser inferior a ninguém! E você NÃO É UMA SANGUE RUIM! Me entendeu? Porque essa porra não existe!

Lily desatou a chorar mais ainda e eu a segurei em meus braços, tentando acalmá-la.

- Você é perfeita, amiga, simplesmente perfeita do seu jeito. Você precisa entender isso logo – Alice sussurrou.

- Estamos aqui pra cuidar de você...

- ... e te ajudar a perceber a gostosona que você é! – completei o que Marlene havia começado a falar.

- Nós te amamos, Lily, e queremos que você se ame também. – Ela nos olhou fixamente depois do que Dorcas disse.

- Vocês me avisaram tanto...

- Esse não é o momento adequado pra dizer "eu avisei" pra você, então apenas vamos aproveitar as companhias umas das outras, assim... cuidando umas das outras. – Lene sorriu ao ouvir um riso fraco de Lily.

- Certo, Leoas, certo. – Ela se aconchegou, quietinha, no abraço.

Nós ficamos ali, a apertando, até não dar mais e inventarmos algo para que ela se animasse.

...continua no próxima capítulo...