Pensamentos positivos

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(P.O.V. James)

19/04/1975

- Vocês tão infectando o ambiente de novo? – resmunguei ao entrar com Peter e ver Remus e Sirius enchendo o quarto de fumaça.

- Boa tarde pra você também, maninho – disse após pigarrear.

- Foi mal, Jay – falou, fazendo um feitiço para retirar toda a fumaça.

- De boa, Remus. – Me joguei na cama de meu irmão e deitei minha cabeça no colo dele.

- Que isso agora? Sou eu quem faço isso, cai fora!

- Cai fora você!

- Tá. – Sirius se levantou, me fazendo cair da cama.

- Desgraçado!

- Olha a boca! – Remus retalhou.

- Já tenho quinze anos!

- Todo mundo aqui já sabe, Potterzinho. – Sirius riu. – Todos aqui sabemos que você é o mais novo daqui.

- Posso até ser o mais novo, mas pelo menos não sou o mais velho e o mais baixo!

- Piet é o mais baixo!

- Tô quase do seu tamanho, Sirius .

- Só se for em um universo alternativo, Piet!

- Eu tava lembrando de umas coisas – comentei.

- O quê? – questionaram ao mesmo tempo.

- Não tínhamos feito uma lista sobre as coisas que queríamos fazer no quarto ano? – Os três assentiram. – Então... eu perdi a folha, mas lembro que nela tínhamos escrito que queríamos aprender o feitiço do patrono... O que acham de fazermos isso hoje?

- James...

- Eu sei que parece loucura, Remus. Eu sei. Mas por que não tentamos? Você com certeza já estudou sobre, não é? – Ele assentiu. – Viu, só precisamos colocar em prática!

- Aqui mesmo? – Sirius questionou, animado.

- Com certeza!

- Piet? – Remus o olhou.

- Eu topo – respondeu ao notar que nós três olhávamos para ele, eu e meu irmão esperançosos e Remus claramente não querendo que isso acontecesse.

- Por onde começamos, lobinho?

- É... Por onde, Remus? – indaguei também.

- Vocês parecem se esquecer que eu não sou professor e...

- Você já não me disse que seu sonho é ser professor de defesa contra as artes das trevas, Rem? – Ele lançou um olhar mortal para Sirius, que apenas riu. – Nos mostre seus conhecimentos, professor Lupin. – Nós três nos sentamos no chão, esperando que começasse a nos ensinar.

- Vocês são muito estranhos! – Riu e se sentou de frente para a gente, começando a explicar o básico.

- Acho que já deu de teoria por hoje, bora logo pra prática! – Me levantei, depois de passar horas lendo e ouvindo as explicações de Remus.

- Certo... Quem vai primeiro? – ele perguntou, se sentando na cama de Sirius.

- James! – exclamaram os dois, ainda sentados no chão.

- Boa sorte, Jay.

- Obrigado, Moony.

- Ei! – Sirius me retalhou, como eu já imaginava.

- Você já tem um monte de apelidos pra ele... que são só seus. Então, fica quieto aí, totó! – Ele cruzou os braços e ficou ali emburrado, nos fazendo rir.

- Se concentre em pensamentos positivos, ok? É bem provável que vocês não consigam nas primeiras tentativas, então não fiquem desapontados por isso.

- Certo, Remus. – Respirei fundo e levantei a varinha, me concentrando na felicidade que senti no primeiro natal que Sirius passou comigo e com nossos pais. – Expecto Patronum! – E apenas faíscas saíram.

- Acho que não foi uma lembrança forte o suficiente.

- Eu usei uma das minhas memórias mais felizes!

- Quer tentar de novo, irmão? A gente espera.

- Não precisa, tentei uma vez e agora são vocês. Temos bastante tempo, vou de novo depois de vocês.

- Certo – os dois concordaram.

- Você vai ir também? – Me virei para Remus.

- Depois que vocês conseguirem, eu penso sobre isso.

- Ok, então. – Me sentei, esperando um deles ir.

Ficamos bastante tempo ali, às vezes Remus jogava alguns chocolates para nós e nos mandava comer, mas nada além de faíscas apareciam. Já estava quase esgotando minhas memórias felizes e nada, absolutamente nada...

- Acho que não vamos conseguir fazer isso... – Me joguei em minha cama após tentar outra vez e falhar.

- Tô começando a achar isso também... – Sirius disse, se jogando ao meu lado.

- Remus, você vai?

- Eu meio que... er... eu prefiro não fazer...

- Por quê? – nós três perguntamos em uníssono.

- A forma corpórea do patrono é significativamente influenciada pela personalidade do conjurador, assim como é com os animagos, também é algo que vem de dentro de você e se espelha do lado de fora...

"Por mais que no caso do patrono... pode ocorrer vezes, por mais raras que sejam, em que ele pode mudar de animal, mas, ainda assim, eu sei exatamente o que meu patrono seria... então, eu prefiro não tentar... prefiro não mostrar para as pessoas meu eu interior..."

- Um lobo – falei e o vi assentir.

- Rem, quantas vezes eu vou ter que te dizer que... – Sirius se interrompeu ao levantar e ir até Remus, o abraçando. – Seu lobinho teimoso!

- Já notou que sempre são eles a começarem o abraço, Peter? – comentei, vendo os dois mostrarem o dedo do meio para nós. – Vocês que venham dessa vez! – Abracei Piet e os dois vieram nos abraçar também, rindo.

Apertei todos no abraço e, assim que fiz isso, senti algo em meu peito bater mais rápido. Paralisei no mesmo segundo e notei que eu não era o único...

- Vocês tão bem? – Remus perguntou, olhando para nós três.

- Tão sentindo isso também? – Os dois assentiram, em choque.

- Meu Merlin... – ouvi Sirius soltar com os olhos arregalados.

- Será que tá próximo? – Peter questionou, colocando a mão do lado direito do peito.

- Dá pra explicarem o que tá acontecendo?

- Meu coração tá batendo, Moony! – Sirius exclamou com os olhos marejados.

- É meio óbvio, não? – Ele ficou nos olhando, muito confuso.

- O nosso primeiro sempre tá batendo, Remus, mas agora temos o segundo! – falei, sorrindo ao ver ele arregalar os olhos.

- Vocês... Vocês tem certeza disso? – Assentimos e ele começou a chorar, mas o sorriso não sumiu mesmo com as lágrimas.

- Agora só falta a porra da tempestade, querido!

- Eu sei, Six. Eu sei! – Os dois ficaram sorrindo em meio ao chororô.

- Nós vamos conseguir mais cedo do que esperávamos, marotos! – exclamei, puxando os três para perto de mim e os abracei cheio de emoção.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora