Algo de errado não está certo

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(P.O.V. SIRIUS)

(06/01/1972)

Estávamos de volta a plataforma 9¾. Tia Euph e tio Monty se despediram de nós com muitos abraços e lágrimas.

- Tenham cuidado e não façam nada de muito perigoso, certo? – Potter e eu confirmamos com a cabeça para tentar tranquilizar tia Euphemia, que já tinha nos falado isso um milhão de vezes no caminho até lá. – Vou sentir saudades de vocês. E não esqueça, Sirius, você sempre será bem-vindo à nossa casa.

- Muito obrigado por me acolherem de tão bom grado na casa de vocês – falei, me direcionando aos três Potters à minha frente.

- Já te falei, Sirius, você faz parte da minha família. Somos irmãos separados pelo destino! – exclamou dramaticamente, colocando os braços ao redor de meus ombros.

- E depois o dramático sou eu, né, Potter?

- Não estraga o clima familiar, chatice!

- Foi mal, maninho. Não era a minha intenção – disse, retirando os braços de James de cima de mim.

Não demorou muito para que os Potters fossem embora. Eu, Peter e James já nos localizávamos na terceira cabine ao lado esquerdo do segundo vagão do trem – a mesma cabine de todas as outras duas vezes – esperando a chegada de Remus, o que, por sinal, demorou bastante a acontecer...

- Finalmente! – exclamei ao ver Remmie entrar na cabine com seu malão na mão esquerda e um livro em sua mão direita.

- Bom dia pra você também, Sirius – falou, se sentando ao meu lado e colocando seu malão no chão. – Bom dia, meninos.

- Bom dia – disseram os dois à nossa frente.

- Qual o motivo do Sr. Certinho ter se atrasado tanto ao ponto de quase perder o trem, hein? – perguntei curioso ao notar olheiras mais profundas que o normal em seu rosto.

- Meu pai demorou pra me trazer, só isso – disse com um sorriso forçado nos lábios, que poderia até enganar outras pessoas, mas eu? Não.

- Sério mesmo, Remmie? Não tem outro motivo?

- P... por que teria? – Responder minha pergunta com outra pergunta. A tática que ele sempre usava quando estava nervoso e precisava de mais tempo para pensar em uma resposta convincente.

- Só pra saber... – O olhei diretamente e ele desviou os olhos. É... tinha alguma coisa acontecendo. Então, definitivamente, era melhor encerrar a conversa. Só que, quando estivéssemos sozinhos, eu voltaria naquele assunto.

Ficamos conversando a viagem inteira sobre tudo que havia acontecido nesse curto período de tempo que passamos separados. Quero dizer, eu, Pettigrew e Potter conversamos, pois, o máximo que Remus falava era "sim", "não" e "talvez", até porque estava praticamente com o livro enfiado na cara. 

Ele só parou de ler, por um pequeno momento, para comer alguns chocolates que havíamos comprado, juntando todos os sicles que tínhamos, mas não retardou a voltar sua atenção ao livro e se esquecer por completo da nossa existência.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora