Eu estava errado

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(P.O.V. Lyall)

...

- Nossos filhos são amigos, você querendo isso ou não! Remus é um garoto incrível que não merece ser trancado dentro de uma casa só porque o pai está morrendo de medo de perder o emprego! – o homem de óculos à minha frente exclamou, depois de uma longa conversa.

- Eu já decidi o que é melhor para ele. Não vou deixar meu filho correr o risco de ser exposto à sociedade e... e descobrirem sobre...

- Por Merlin! – Euphemia Potter bravejou. – Sabe uma coisa... Está sendo ridículo! Está tentando protege-lo do mundo? Ou só está querendo se proteger? Sabe do que seu filho precisa, Lyall Lupin? Ele precisa é ser visto pelo próprio pai.

Abri minha boca para responde-la, mas antes que eu pudesse, ela continuou:

- Greyback tem muitíssimo orgulho do que fez a ele, sabe disso, não sabe? E sabe o porquê também?

- Sei perfeitamente – cerrei os punhos -, mas não quer dizer que ele tenha direito de ter feito o que fez e... Não devo explicação a vocês!

- Não, não deve – disse. – Mas seu filho merece a chance de viver e meus meninos estão tentando fazer o melhor que podem para fazer isso acontecer. Então, me faça um favor e deixe que eles continuem a...

- Acha que vou deixar um Black junto com meu filho?! – Me levantei, irritado. – A família daquele garoto está há anos, junto com aqueles outros puristas, tentando arranjar um jeito de nos deixar sem nada! De me...

- Lyall, sente-se – ouvi a voz de Hope e a olhei. – Está sendo extremamente mal educado com nossas visitas.

- Visitas? Eles vem aqui, em nossa casa, e querem ditar como devemos cuidar... Quer saber? Já chega! Eu quero vocês fora da minha casa, agora!

- Lyall...

- Não são mais bem-vindos aqui!

- Lyall, cale a boca! – Arregalei os olhos no mesmo instante, me virando para minha esposa. – O Remus vai.

- Como é que é?

- MEU filho VAI pra casa deles e já está decidido.

- Eu não concordei com isso...

- E eu não pedi sua opinião.

- Hope... – Ela apenas me olhou, esperando que eu continuasse. – Ele é meu filho também.

- Então, comece a ser um bom pai.

- Eu não sou um bom pai? Eu faço tudo por ele! Eu...

- Você tem tempo para ele? Você pergunta como ele se sente diariamente? Você verifica como ele está depois das luas cheias?

- Hope...

- Eu sei que quer protege-lo, querido, mas estou cansada de ouvi-lo chorando porque acha que o pai tem asco dele.

- Hope...

- EU já decidi! E a partir de agora vai ser assim, ou você começa a tratar o Remus da forma que um pai de verdade trataria ou nosso casamento acaba AGORA e você NUNCA MAIS verá a mim e ao Remus na sua vida!

- Hope...

- O quê?

- S... sinto muito. Nunca foi...

- Sua intenção? Eu sei, mas ele não sabe. – Hope se aproximou de mim e tocou meu braço. – Comece a melhorar agora. Basta falar que ele pode ir.

- Eu... Eu... – Eu amava meu filho, nunca deixara de amar, mas tudo aquilo era tão arriscado... A culpa já me corroía dia após dia, não podia errar e coloca-lo em perigo por minha causa de novo. – Não... Não posso... – Me afastei de minha esposa e subi rapidamente para o quarto de meu filho.

O discurso estava na ponta de minha língua, mas quando abri a porta, ele desaguou por meus olhos. Nunca imagina deparar-me com aquela cena. Os quatro estavam na cama de Remus, totalmente encolhidos. Meu filho estava deitado com a cabeça escorada no ombro do garoto Black, que o abraçava com um largo sorriso no rosto. Enquanto no outro extremo, o menino Potter dormia com suas pernas jogadas em cima das do loiro ao seu lado, que segurava uma bolsa aberta, cheia de potinhos e frasquinhos.

Pisquei algumas vezes ao olhar novamente para Sirius Black e notar um lenço avermelhado em sua mão esquerda. Foi naquele instante que eu soube...

- Se alguma coisa acontecer com meu filho quando estiver na casa de vocês, peço que me comuniquem na mesma hora, pois irei imediatamente – falei assim que Hope, Fleamont e Euphemia chegaram à porta também.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora