Os Marotos (Livro 1)

Despedidas precipitadas

(P.O.V. Peter)

...

- Que porra que tá acontecendo? Por que tá acordando a gente tão cedo? – James acordou, assustado, ao ser jogado no chão por Sirius.

- Eles tão vindo pra cá.

- O quê? – perguntei, me levantando em um só pulo.

- Preciso que arrumem suas coisas o mais rápido possível. Vocês tem que ir embora... agora.

- Irmão...

- Agora, James.

- E... você?

- Não vou ter esse debate de novo. Preciso que sejam rápidos.

- Se eu for embora, como vou saber se... você tá bem?

- Nós temos o espelho de dois sentidos, lembra?

- E você vai usar dessa vez?

- Vou.

- Jura? – insistiu.

- Eu juro solenemente, maninho.

- Não acredito que eu vou fazer isso... – Jay sussurrou, melancólico, quase chorando. – Arrumar a mochila, ir embora e te deixar aqui, é isso?

- É.

- Já estou pronto. – Remus não olhou para ninguém ao se sentar na cama, segurando sua mochila.

- Ótimo! Agora só falta vocês dois.

Em minutos já estávamos prontos e descemos para a sala, indo em direção de Mary e Marlene, que já se encontravam do lado da lareira.

- Vocês demoraram muito! – exclamou Mary.

- Maninha, se acalma por f...

- Não me peça algo que você mesmo não está conseguindo fazer!

- Maryanne...

- Você sabe que eles só tão vindo pra cá, porque alguém abriu a boca e...

- E você não tem certeza disso. Você não tem certeza se foi ele, então para e se acalma!

- Do que vocês tão falando? – perguntei na tentativa de entender o assunto.

- Não é nada, Piet. – Sirius se virou para nós. – Vocês precisam ir.

- Se cuida. – Marlene o abraçou.

- Eu vou, loira. Eu vou.

- Você ainda vai pra minha casa antes das férias acabarem, não é, maluquinha? – perguntou, indo na direção de Mary.

- Vou tentar, Lene.

- Palavra de leoa, Maryanne?

- Palavra de leoa. E é Mary.

- Tchau pra vocês! – Se despediu, acenando e desapareceu.

- Se cuida, irmão – James disse, abraçando fortemente Sirius.

- Eu vou, se cuida também, potinho.

- Não faça nada que eu não faria.

- Claro, Potter, pode deixar.

- Andem logo vocês dois, antes que eu não consiga mais ir embora daqui. – James retirou o óculos para limpar as lágrimas que não paravam de escorrer.

- Toma cuidado e tenta comer direito – falei, arrancando uma risada baixa e anasalada de Sirius.

- Pode deixar, Piet. Não vou morrer de fome, juro!

- É bom mesmo! – exclamei, o abraçando – Tem muita comida nesse mundo pra você justamente morrer de fome.

- Tudo bem, pode deixar.

Fui para perto de James, esperando Remus, que estava em um canto mais separado apenas observando todos nós, se despedir também.

Ele foi na direção de Sirius após suspirar longamente e o abraçou enquanto as lágrimas escorriam soltas, tanto as dele quanto as de nosso amigo. Em seguida, Remus sussurrou algo no ouvido dele e teve um sussurro em resposta. Não ouvi a conversa que eles tiveram em cochichos, só sei que quando Lupin se afastou, disse:

- Não f... faça ou fale nenhuma bobagem que te c... coloque em risco, ouviu?!

- Ouvi.

- Tchau, Six.

- Tchau, Remmie.

Assim que Remus se aproximou de nós, pegamos o pó de flu e entramos na lareira, sumindo segundos depois.

- Merlin! O que fazem tão cedo aqui, meninos? – Tia Euph se sobressaltou ao nos ver ali.

- Resolvemos vir mais cedo, mãe, só isso.

- Às cinco da manhã? James Fleamont Potter...

- Mãe, por favor, e... eu não posso explicar... Eu... – Ele foi até a mãe e a abraçou, chorando.

- Vão pro quarto – disse ao dar um beijinho no topo da cabeça de James -, vocês precisam descansar um pouquinho. Vou levar algo pra vocês comerem daqui a pouco.

- Obrigado, mãe – James agradeceu e nos levou até o quarto.

Ninguém dormiu. O silêncio reinou.

...continua no próximo capítulo...