Discussões animalescas

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(P.O.V. Sirius)

...

- Vocês estão ficando malucos?! Não vou deixar que façam isso! – Rem bravejou após lhe contarmos sobre a ideia de nos tornarmos animagos.

- Remmie, escuta a gente e se acalma.

- ME ACALMAR, SIX?! – Ele riu em pânico. – Presta atenção na ideia idiota que vocês tiveram... Vocês estão ficando loucos! Não podem fazer isso! É muito perigoso!

- Nós já decidimos, Remus. Se você não quer nos ajudar, vamos fazer do mesmo jeito. – James sentou-se em sua cama e o observou calmamente.

- Isso é ilegal, seus imbecis! Se Dumbledore souber... Eu... Não podem fazer isso!

- Rem, nós estamos dispostos a correr os riscos e consequências disso.

- Mas...

- Vamos fazer isso, com ou sem a sua ajuda – o interrompi. – Seria muito bom ter a sua ajuda, mas... também faremos sem ela.

- Por quê? – Seus olhos miraram cada um de nós.

- Pra ajudar você – respondemos e ele cruzou os braços.

- Não quero que... não podem fazer uma maluquice dessas por mim. Se der errado...

- E se não der? – Peter interpôs.

- Vai dar errado, isso é óbvio!

- E se não der, Remus? – James participou, o olhando diretamente.

- Merlin, por que vocês são tão teimosos? Eu não quero que arrisquem suas vidas por mim é tão difícil entender isso?

- Nós vamos arriscar com ou sem sua permissão! – exclamou, ajeitando seu óculos.

- Se bem que seria muito melhor se você nos ajudasse, assim correríamos menos riscos, sabe...? – Peter completou.

- Se vocês não morrerem com essa transformação, podem morrer pelo lobo, e eu não quero ser o causador disso, não quero ter o sangue de vocês em minhas mãos! Eu... eu...

- Ei – o abracei de lado -, eu sou o dramático daqui. – Ele revirou os olhos, irritado. – Não vai acontecer nada com a gente e nem com você. Não vamos morrer na transformação e o lobo não vai nos matar. Confia na gente.

- Eu não quero que...

- Ah, você não pode decidir essa parte – James disse. – Aliás, nós juramos que faríamos isso. Tipo um pacto. Não podemos desfazer mais.

- Merlin... – Remus piscou algumas vezes em choque. – Eu nunca li nada sobre animagia... e é provável que os registros disso estejam na parte restrita da biblioteca.

- Sim...? – Ele encolheu os ombros, se afastando um pouco de mim para me encarar.

- Madame Pince sabe que eu tenho autorização pra entrar lá... Posso ajudar com essa parte. – Um suspiro prolongado e irritadiço saiu de sua boca. – Por mais que eu ainda seja contra isso tudo.

- Obrigado, lobinho. – O abracei, sorrindo.

- Então, er... – James continuou. – E o natal?

- O que tem o natal? – Remus questionou.

- Vai passar o natal com a gente, Remuxo? – Seu olhar ficou ainda mais confuso quando indaguei.

- A gente? Como assim...?

- Peter e Sirius vão lá pra minha casa – meu irmão respondeu.

- Eu não sei... er... – Ele pigarreou. – Bem... não sei se meu pai vai gostar disso. Eu adoraria passar o natal com vocês, mas não sei se ele vai deixar – disse, deitando a cabeça em meu ombro.

- Por quê?

- Piet, dia vinte de Dezembro é lua cheia, meu pai sempre fica cismado com essa semana do mês...

- Seu pai é cismado com tudo. – O ajeitei em meu ombro ao passar um de meus braços por suas costas. – Ele precisa te deixar viver, Rem, e passar o natal nos Potters junto com a gente, com certeza, não vai te fazer mal nenhum, pelo contrário, você vai estar em excelentíssimas mãos.

- Eu sei disso, Six. A questão é explicar isso pra ele... Quando ele souber que vocês... sabem... Ou melhor dizendo, quando ele souber que um Black sabe, e.... eu... eu nem sei qual vai ser a reação dele.

- Se ele tentar fazer qualquer coisa com você, Remmie, eu não respondo por mim!

- Sirius – advertiu.

- Tô sendo sincero.

- Só vamos esquecer desse assunto. – Remmie se afastou, abraçando seu próprio corpo.

- Já sei! – James levantou-se de supetão da cama, todo animado. – Meus pais vão fazer uma visitinha pros seus!

- Como é que é?

- Vou pedir pros meus pais irem até a sua casa, com nós três juntos obviamente, e vamos ter uma conversinha com eles!

- James...

- Vamos ir lá pra explicar tudo.

- Não! – exclamou com os olhos arregalados. – De jeito nenhum! Minha mãe adoraria conhecer vocês, mas o meu pai...

- Remus, relaxa! Não vamos falar que sabemos. Mas seu pai precisa saber quem somos. E ver, com os próprios olhos, que somos boas pessoas e não queremos prejudicar nem você e nem sua família.

- Vocês, definitivamente, tiraram o dia pra ter ideias ruins! – Ele suspirou. – Tudo bem, vou avisar pra minha mãe assim que eu chegar em casa. Mas, por favor, me mandem uma carta antes de irem.

- Tá bom – confirmamos em uníssono.

- E outra coisa...

- O quê? – questionei, fazendo com que ele se virasse especificamente para mim.

- Qualquer apelido tá completamente proibido!

- Vou ter que te chamar de Lupin? – debochei.

- Não precisa me chamar de Lupin, só Remus é o bastante.

- Aham...

- Mas... er... nada de Remmie, Rem, Remuxo, Lobinho... – começou a dizer vários dos apelidos que eu havia lhe dado enquanto contava nos dedos.

- Ok, já entendi – o interrompi. – Absolutamente nenhum tipo de apelido... só Remus.

- Isso mesmo! Meu pai não tá muito acostumado com apelidos e não acho que seria muito legal ele ouvir esses... principalmente lobinho.

- Prometo ser totalmente formal! – exclamei a contragosto.

- Vocês têm mesmo certeza de que querem...

- Temos! – respondemos e ele revirou os olhos.

- Vocês definitivamente são um bando de loucos e eu só espero que nada dê errado.

...continua no próximo capítulo...

Os Marotos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora