•°•°• Capítulo 14 •°•°•

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Emilie estava sentada na sacada, sentindo o vento bater em seu rosto, pensando em como sua vida estava finalmente nos eixos.

ㅡ Oi meu amor, se sente melhor? Quer fazer algo? ㅡ Gabriel se aproximou, se sentando ao lado dela.

ㅡ Eu quero ficar aqui, se não se importar. Pode passear, não tem problema.

ㅡ Amor, aconteceu alguma coisa? Por favor, fala comigo.

ㅡ Só não me sinto bem.

ㅡ Então vou ficar com você.

ㅡ Por favor, eu quero ficar sozinha.

ㅡ Emilie, se eu fiz alguma coisa... Emilie? ㅡ Ele via as lágrimas correrem pelo rosto da mulher. ㅡ Amor? Me fala o que aconteceu.

ㅡ Gabriel...

ㅡ Sim?!

ㅡ Eu... Eu estou grávida.

Ele demorou um pouco para processar a informação.

ㅡ Tem certeza?

Emilie entregou o teste que apertava nas mãos.

ㅡ Tenho sim.

Um sorriso enorme surgiu no rosto do Agreste, o homem estava sentindo uma felicidade imensurável.

ㅡ Meu Deus, obrigado. ㅡ Ele abraçou a mulher. ㅡ Isso é incrível amor, parabéns.

Emilie não reagiu da mesma forma.

ㅡ Você não está feliz? Pensei que você também queria isso, você disse que...

ㅡ Não vou suportar, passar por isso de novo. Não dá, eu não consigo, eu pensei que queria mas, se ele morrer também, eu não vou conseguir viver com essa dor.

ㅡ Não fala assim, ele não vai, vamos ser cuidadosos. Vamos ter esse bebê, vai ficar tudo bem. Amor, vamos ficar bem.

ㅡ E se não ficar?

ㅡ Vai ficar. Eu prometo.

Gabriel puxou a esposa, para que ela pudesse se sentar em seu colo, e ali ficaram, observando a paisagem enquanto acariciava os cabelos dela.

Não que Emilie não estivesse feliz, ela queria aquele filho mais que tudo, mas por esse mesmo motivo, sentia um medo enorme de perde-lo, ela já havia experimentado dessa dor e sabia melhor que ninguém, que nunca ia embora totalmente.

Gabriel sabia que teria que se esforçar muito, para não deixar que o medo atrapalhasse esse momento tão especial, ele teria que ser o elo mais forte entre os dois.

Depois da confirmação, Emilie agendou um ultrassom, para ver de quanto tempo estava e se estava tudo bem com o pequeno, o casal até poderia deixar para depois, mas por precaução decidiram não perder mais tempo. Emilie chorava um tanto aliviada, por saber que já estava quase entrando no terceiro mês e que os riscos seriam menores apartir dali, o que não muda o fato que deveria se cuidar, para não ter nenhum risco.

ㅡ Agora que está tudo bem, você está mais calma. Ainda temos alguns dias para aproveitar, vamos?

O casal saiu sem rumo, ainda não estava decidido o que fariam, até que se viram em um comércio local, era um lugar repleto de variedades. Emilie acabou se distraindo, ao passar em frente a uma loja de roupas infantis, ficou encantada com um vestido vermelho com rendas.

ㅡ Acho que ficaria um pouco grande. ㅡ Gabriel disse ao perceber o que ela tanto olhava.

Emilie riu do comentário. ㅡ Talvez, ela só vai usar quando tiver uns dois anos.

ㅡ Você gostou do vestido?

ㅡ Sim, é lindo.

ㅡ Então leva.

ㅡ E se for um menino?

ㅡ E se não for?

ㅡ Tem razão... Se for, eu guardo de recordação.

ㅡ Ótima ideia.

Gabriel se sentia aliviado, por ela estar se interessando mais e começando a demonstrar mais afeto pelo bebê, ele já esperava que aquele medo todo não durasse muito.

Emilie acabou comprando algumas coisas ali, ela sorria bastante, o que fez o coração de Gabriel se aquecer.

ㅡ O que foi? ㅡ Gabriel a olhou confuso.

ㅡ Lembra quando fizemos as compras na primeira vez?

ㅡ Sim, como poderia esquecer?! Por isso está sorrindo assim?

ㅡ Sim. ㅡ Emilie abraçou um macacão azul claro. Olhando todas as opções ao redor. ㅡ Estamos tendo uma segunda chance, uma chance de dar para esse bebê, tudo o que não pudemos dar ao nosso anjinho.

ㅡ Ele vai ter tudo o que estiver ao nosso alcance. Mas agora, acho que já chega.

ㅡ Tem razão, vamos esperar confirmarem o sexo.

ㅡ Sim, melhor. Se não, vamos ter que torcer para ser um casal.

ㅡ Vamos com calma aí, papai.

O casal não conteve algumas gargalhadas, aquela situação toda, era alegre, diferente de como Emilie imaginou que seria.

ㅡ Agora que nosso pequeno...

ㅡ Ou pequena... ㅡ Emilie concluiu.

ㅡ Isso. Agora que nosso bebê tem algumas coisinhas. Podemos aproveitar nosso dia? ㅡ Gabriel perguntou, segurando a mão da esposa.

ㅡ Sim, com certeza.

Gabriel e Emilie aproveitaram seus últimos dias ao máximo, logo era hora de voltar para casa. Mas não estavam tristes aquela viagem foi necessária para fortalecer a relação dos dois, e de bônus ainda descobriram que o novo integrante da família estava por vir.

(...)

ㅡ Bom dia minha preguiçosa. ㅡ Gabriel se sentou na cama, acariciando o rosto da mulher.

ㅡ Bom dia amor.

ㅡ Suas coisas já estão prontas?

ㅡ Já sim, mas eu quero dormir só mais um pouquinho.

ㅡ Não, vamos para o banho, vem. Temos que ir, você não quer se atrasar, né?

ㅡ Quero...

ㅡ Não quer não, anda. Levanta. ㅡ Gabriel pegou na mão da esposa, fazendo ela se levantar. ㅡ Já para o banho, mocinha.

ㅡ Ah não Gabriel.

ㅡ Não me venha com "Ah não, Gabriel", ninguém mandou você ir dormir tarde.

ㅡ Eu estava ansiosa.

ㅡ Você dorme no avião, vamos amor, é sério.

ㅡ Tá boom. ㅡ Emilie resmungou preguiçosa, indo em direção ao banheiro.  ㅡ Chato.

ㅡ Eu ouvi isso hem.

ㅡ Também te amo. ㅡ Ela gritou antes de fechar a porta.

Já com tudo pronto, o casal se arrumou para voltar para casa. Aquele lugar deixaria saudades, mas não era como se nunca pudessem voltar. Da próxima, iriam com a família completa.

Emilie aproveitou as horas de vôo para dormir, Gabriel faria o mesmo, mas se lembrou de uma "coisinha" que tinha esquecido em París. Sabine.

Agora sim, ele já tinha uma resposta em relação aos dois.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora