•°•°• Capítulo 145 •°•°•

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— BOA TARDE, FAMILIA!

Marinette quase caiu da cama ao ouvir o pai gritar da sala, rindo logo em seguida. Estava cansada, mas a animação dele era contagiante. Se sentou na cama, se espreguiçando antes de se levantar e ir até a suíte tomar um banho rápido.

Ao sair de banho tomado, dentes escovados e uma roupa mais confortável, era a hora de se reencontrar com a dupla dinâmica.

A mestiça ficou paralisada ao ver a cena logo ao abrir a porta.

Sabine estava deitada no tapete se debatendo enquanto Miyamura segurava os braços dela rindo da irritação da esposa. Aquele homem sim, ria na cara do perigo.

— Estou atrapalhando? — Perguntou chamando a atenção dos dois, que a olharam.

— Não é o que parece. — Sabine se defendeu.

— Não mesmo. Estou dando uma lição na sua mãe.

— Ok, eu prefiro não saber os detalhes. — Disse ao se sentar no sofá enquanto observava os dois se soltarem e se sentarem no tapete. — Então, o que querem fazer hoje?

— Eu não sei, você quem manda. Eu sou visita. — O pai respondeu.

— Alguma ideia, mãe?!

— Acho que podemos apenas dar uma volta e decidimos no caminho. Você está com fome?

— Eu adoraria conhecer a culinária francesa. — O pai concluiu.

— Acho que você vai gostar, mas é bem diferente do que está acostumado.

— Eu posso lidar com isso, toda comida é boa até que se prove o contrário.

— Certo, então podemos ir a algum restaurante.  — Foi a vez de Sabine falar.

— Agora?

— Acho que amanhã. — O pai disse ao se levantar. — Agora eu quero conhecer Paris.  Vamos caminhar e tomar um ar fresco.

— Por mim está perfeito. — Os dois olharam para Sabine.

— Certo, eu topo. — O marido ajudou a mulher a se levantar, Marinette pegou a chave do carro e o celular, tomando a frente enquanto os pais a seguiam.

— Estão vamos lá, bora começar o tour por Paris. Eu me chamo Marinette, e nessa tarde ensolarada irei mostrar a vocês os pontos turísticos de Paris.

— A torre Eiffel. — Sabine disse sorrindo.

— Ei, existem muitos lugares lindos aqui, respeita minha Paris, e é ótimo fazer um pequinique aos pés da torre.

— Um pequenique... Eu gostei disso. — O homem de fato se animou com a ideia, Marinette então olhou para o pai.

— Podemos fazer isso agora, e mostro o restante da cidade depois, o que acha?

— Acho uma ótima ideia.

Marinette então deu meia volta, já estavam prestes a sair do apartamento, mas os planos agora eram outros. Caminhou até o armário, onde pegou uma pequena cesta, não era a primeira vez que fazia um piquenique, então já estava preparada.

Sabine fez alguns lanches enquanto o pai a ajudava, Marinette assistia a cena, todos juntos cuidando dos preparativos e isso aquecia seu coração, ver seus pais brincando e sorrindo, eles eram tão felizes e carinhosos. Sabia que tinha sorte em tê-los ali, apesar das desavenças que teve recentemente com a mãe, sabia que logo isso ficaria no passado.

— Estão prontas, crianças?

— Estamos, capitão! — Marinette e Sabine responderam ao mesmo tempo, quase que no automático, rindo em seguida.

Agora sim, estava na hora de ir.

Durante o trajeto, Sabine e Miyamura ficavam se atracando, as vezes na brincadeira, outras vezes a mãe ficava realmente brava. Sabine era a mais séria ali e seu marido era o bom humor em forma humana, estava sempre rindo e brincando, Marinette já era um meio termo entre os dois e adorava essa diferença entre eles.

Já estavam quase chegando, a torre já estava bastante visível por conta de sua altura, notaram que não haviam muitas pessoas ali, provavelmente por conta do horário e até preferiam assim. Marinette estacionou o carro um pouco mais adiante. Sabine desceu com a cesta e seu pai com a toalha, ela apenas caminhava observando a paisagem que já conhecia de cor.

— Uau... — Miyamura parou de caminhar, fazendo as duas que estava mais adiante pararem para encará-lo. — Ela é realmente alta... É linda.

— Eu disse, tem várias coisas lá, algumas lojas, restaurantes... Você vai adorar, subimos depois de comer, a noite fica ainda mais linda.

— Eu imagino.

Miyamura estendeu a toalha e Sabine logo colocou a cesta sobre ela. Todos se sentaram um ao lado do outro. O sol não era forte e o vento fresco tornava o clima mais agradável.

Sabine foi a primeira a tomar iniciativa e servir  os outros dois. Haviam levado alguns lanches naturais, frutas e suco natural. Nada demais, apenas um piquenique simples em família.

Era incrível como tudo parecia diferente quando estavam só os três, até o momento estava sendo muito melhor do que Marinette poderia imaginar. Todos estavam tão felizes juntos, queria ter mais momentos assim ao lado dos pais.

Depois de algumas horas comendo e brincando entre eles, quando a noite começava a se fazer presente, a Torre ficava iluminada. Decidiram que era o momento perfeito para vê-la melhor.

Após guardar suas coisas no carro, Marinette voltou de encontro com os pais. Miyamura não conseguia disfarçar o quão animado estava e Sabine não parecia diferente. Fazia tanto tempo desde a última vez que esteve ali, era uma sensação boa, como uma nostalgia, algo que fazia com que ela sorrisse sem ao menos perceber e a filha observava a cena sentindo seu coraçãozinho pular de alegria.

— Vamos subir?

Os outros dois a encararam com um lindo sorriso no rosto, acompanhando a filha que havia tomado a frente como guia turística.

— Sente falta daqui? — Miyamura perguntou em um sussurro ao segurar a mão da esposa enquanto caminhavam.

— As vezes, mas acho que aconteceu tanta coisa que eu não voltaria.

— Entendo... Nesse caso, vamos apenas aproveitar nossa estadia.

— Sim, é melhor. É bom estar de volta.

Marinette caminhava a frente, mostrando tudo detalhadamente e falando o que sabia sobre cada lugar. Ambos estavam deslumbrados, tanto com a beleza da torre, quanto com a paisagem, Paris ficava ainda mais linda vista de cima.

— Que bom que vamos ficar tempo o suficiente para ver tudo com a melhor guia de todas.

Marinette sorriu com o elogio e estava achando uma graça o pai todo bobo com aquele lugar, isso por que estavam só começando, mas já era hora de ir embora.

Na manhã seguinte Marinette precisava trabalhar e ainda teriam a noite do terror, com filmes cuidadosamente selecionados pelo pai, mesmo sabendo que provavelmente todos dormiriam juntos depois disso.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora