— BOA TARDE, FAMILIA!
Marinette quase caiu da cama ao ouvir o pai gritar da sala, rindo logo em seguida. Estava cansada, mas a animação dele era contagiante. Se sentou na cama, se espreguiçando antes de se levantar e ir até a suíte tomar um banho rápido.
Ao sair de banho tomado, dentes escovados e uma roupa mais confortável, era a hora de se reencontrar com a dupla dinâmica.
A mestiça ficou paralisada ao ver a cena logo ao abrir a porta.
Sabine estava deitada no tapete se debatendo enquanto Miyamura segurava os braços dela rindo da irritação da esposa. Aquele homem sim, ria na cara do perigo.
— Estou atrapalhando? — Perguntou chamando a atenção dos dois, que a olharam.
— Não é o que parece. — Sabine se defendeu.
— Não mesmo. Estou dando uma lição na sua mãe.
— Ok, eu prefiro não saber os detalhes. — Disse ao se sentar no sofá enquanto observava os dois se soltarem e se sentarem no tapete. — Então, o que querem fazer hoje?
— Eu não sei, você quem manda. Eu sou visita. — O pai respondeu.
— Alguma ideia, mãe?!
— Acho que podemos apenas dar uma volta e decidimos no caminho. Você está com fome?
— Eu adoraria conhecer a culinária francesa. — O pai concluiu.
— Acho que você vai gostar, mas é bem diferente do que está acostumado.
— Eu posso lidar com isso, toda comida é boa até que se prove o contrário.
— Certo, então podemos ir a algum restaurante. — Foi a vez de Sabine falar.
— Agora?
— Acho que amanhã. — O pai disse ao se levantar. — Agora eu quero conhecer Paris. Vamos caminhar e tomar um ar fresco.
— Por mim está perfeito. — Os dois olharam para Sabine.
— Certo, eu topo. — O marido ajudou a mulher a se levantar, Marinette pegou a chave do carro e o celular, tomando a frente enquanto os pais a seguiam.
— Estão vamos lá, bora começar o tour por Paris. Eu me chamo Marinette, e nessa tarde ensolarada irei mostrar a vocês os pontos turísticos de Paris.
— A torre Eiffel. — Sabine disse sorrindo.
— Ei, existem muitos lugares lindos aqui, respeita minha Paris, e é ótimo fazer um pequinique aos pés da torre.
— Um pequenique... Eu gostei disso. — O homem de fato se animou com a ideia, Marinette então olhou para o pai.
— Podemos fazer isso agora, e mostro o restante da cidade depois, o que acha?
— Acho uma ótima ideia.
Marinette então deu meia volta, já estavam prestes a sair do apartamento, mas os planos agora eram outros. Caminhou até o armário, onde pegou uma pequena cesta, não era a primeira vez que fazia um piquenique, então já estava preparada.
Sabine fez alguns lanches enquanto o pai a ajudava, Marinette assistia a cena, todos juntos cuidando dos preparativos e isso aquecia seu coração, ver seus pais brincando e sorrindo, eles eram tão felizes e carinhosos. Sabia que tinha sorte em tê-los ali, apesar das desavenças que teve recentemente com a mãe, sabia que logo isso ficaria no passado.
— Estão prontas, crianças?
— Estamos, capitão! — Marinette e Sabine responderam ao mesmo tempo, quase que no automático, rindo em seguida.
Agora sim, estava na hora de ir.
Durante o trajeto, Sabine e Miyamura ficavam se atracando, as vezes na brincadeira, outras vezes a mãe ficava realmente brava. Sabine era a mais séria ali e seu marido era o bom humor em forma humana, estava sempre rindo e brincando, Marinette já era um meio termo entre os dois e adorava essa diferença entre eles.
Já estavam quase chegando, a torre já estava bastante visível por conta de sua altura, notaram que não haviam muitas pessoas ali, provavelmente por conta do horário e até preferiam assim. Marinette estacionou o carro um pouco mais adiante. Sabine desceu com a cesta e seu pai com a toalha, ela apenas caminhava observando a paisagem que já conhecia de cor.
— Uau... — Miyamura parou de caminhar, fazendo as duas que estava mais adiante pararem para encará-lo. — Ela é realmente alta... É linda.
— Eu disse, tem várias coisas lá, algumas lojas, restaurantes... Você vai adorar, subimos depois de comer, a noite fica ainda mais linda.
— Eu imagino.
Miyamura estendeu a toalha e Sabine logo colocou a cesta sobre ela. Todos se sentaram um ao lado do outro. O sol não era forte e o vento fresco tornava o clima mais agradável.
Sabine foi a primeira a tomar iniciativa e servir os outros dois. Haviam levado alguns lanches naturais, frutas e suco natural. Nada demais, apenas um piquenique simples em família.
Era incrível como tudo parecia diferente quando estavam só os três, até o momento estava sendo muito melhor do que Marinette poderia imaginar. Todos estavam tão felizes juntos, queria ter mais momentos assim ao lado dos pais.
Depois de algumas horas comendo e brincando entre eles, quando a noite começava a se fazer presente, a Torre ficava iluminada. Decidiram que era o momento perfeito para vê-la melhor.
Após guardar suas coisas no carro, Marinette voltou de encontro com os pais. Miyamura não conseguia disfarçar o quão animado estava e Sabine não parecia diferente. Fazia tanto tempo desde a última vez que esteve ali, era uma sensação boa, como uma nostalgia, algo que fazia com que ela sorrisse sem ao menos perceber e a filha observava a cena sentindo seu coraçãozinho pular de alegria.
— Vamos subir?
Os outros dois a encararam com um lindo sorriso no rosto, acompanhando a filha que havia tomado a frente como guia turística.
— Sente falta daqui? — Miyamura perguntou em um sussurro ao segurar a mão da esposa enquanto caminhavam.
— As vezes, mas acho que aconteceu tanta coisa que eu não voltaria.
— Entendo... Nesse caso, vamos apenas aproveitar nossa estadia.
— Sim, é melhor. É bom estar de volta.
Marinette caminhava a frente, mostrando tudo detalhadamente e falando o que sabia sobre cada lugar. Ambos estavam deslumbrados, tanto com a beleza da torre, quanto com a paisagem, Paris ficava ainda mais linda vista de cima.
— Que bom que vamos ficar tempo o suficiente para ver tudo com a melhor guia de todas.
Marinette sorriu com o elogio e estava achando uma graça o pai todo bobo com aquele lugar, isso por que estavam só começando, mas já era hora de ir embora.
Na manhã seguinte Marinette precisava trabalhar e ainda teriam a noite do terror, com filmes cuidadosamente selecionados pelo pai, mesmo sabendo que provavelmente todos dormiriam juntos depois disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O valor de um segredo.
Hayran KurguApós a morte do marido, Sabine se vê perdida, afogada em dívidas e preocupações, um amigo próximo decide ajudar, até as coisas ficarem confusas. Agora com um problema ainda maior, a mulher se vê novamente desamparada e pressionada a esconder a verd...