O valor de um segredo.

•°•°• Capítulo 73 •°•°•

Quando Marinette acordou, já passava da hora do almoço, havia dormido tão mal na noite anterior. Além de ter voltado tarde para casa também havia chorado bastante, estaria ainda pior se não fosse o conforto dos amigos, e falando nisso...

Ela se sentou na cama, lembrando da noite anterior, da dor que estava em seu coração e principalmente do conforto estranho que sentiu nos braços de Adrien, mesmo depois daquelas palavras tão rudes e tão sinceras. Aquilo havia sido tão assustador, era como se de alguma forma ele tivesse aliviado quase que completamente sua dor, por instantes, se sentiu acolhida e protegida, o que era bom e ao mesmo tempo muito estranho.

Se afastou involuntariamente quando começou a perceber ou achou que havia algo errado, quando notou que Adrien se espantou com seu afastamento, precisou se retirar dali imediatamente.

Esperava que ele não tivesse percebido o motivo daquela atitude, não queria deixa-lo desconfortável e torcia para que fosse tudo coisa da sua cabeça.

Se levantou indo para o banheiro, tomou um banho rápido e se arrumou para descer em seguida, estava com fome e a cabeça doía bastante.

A mansão estava estranhamente silenciosa, a não ser pela voz de Flora, na cozinha. Marinette caminhou em direção a ela, quando chegou, viu que a cozinheira estava conversando com Adrien. Os dois olharam em sua direção.

— Boa tarde senhorita, já vai almoçar ou prefere tomar o café? — Perguntou sorridente, a senhora era sempre muito gentil com todos da casa.

— Acho que vou tomar o café, não estou com muita fome.

— Certo, vou preparar algo para você.

A mulher se virou, pegando algumas coisas na geladeira enquanto marinette puxava a cadeira para se sentar ao lado do loiro.

— Oi. — Ele disse em voz baixa, a olhando fixamente.

— Oi. — Ela o encarou brevemente, desviando o olhar.

— Como você está?

A mestiça suspirou. — Se eu disser que estou bem, estou mentindo. Vai passar, uma hora passa. — Adrien estendeu suas mãos, segurando e acariciando sutilmente as dela sobre a mesa, Marinette apenas sorriu. — Onde estão seus pais? — Perguntou soltando suas mãos das dele.

— Eles saíram a pouco tempo, queriam aproveitar o domingo a sós.

— Entendi... Você contou para sua mãe?

— Contei o quê? — Ele franziu o cenho, confuso.

— Sobre ontem.

— Não. Isso não me diz respeito, se você quiser que ela saiba, você mesma deve contar. — Ela riu baixo.

— Tem razão. Obrigada, eu não queria que ela ficasse mais preocupada.

— Aqui está. — Flora colocou o prato com algumas panquecas e a calda separada em outro recipiente na frente da mestiça, antes de trazer algumas frutas, caso ela quisesse.

— Parece uma delícia, muito obrigada.

— Não precisa me agradecer. — A mulher se afastou. — Se precisar é só me chamar.

Adrien a observava enquanto comia, também não estava se sentindo bem depois da noite passada, queria corrigir as coisas.

— Mari. — Fez uma pequena pausa, o que a fez encara-lo enquanto o mesmo olhava para a mesa, onde brincava com os dedos um pouco tenso. — Eu realmente sinto muito pelas coisas que te disse ontem, foi no impulso, você já não estava bem, não quis te magoar mais. — Disse sem encara-la.