Gabriel apareceu mais uma vez na empresa, para a surpresa de Marinette.
Aparentemente ele tinha que acompanhar de perto a parte democrática da compra do prédio onde seria a nova filial, era bom ver que o negócio estava expandindo ainda mais e ela estava animada para voltar a trabalhar com ele, já que era o combinado, mas na realidade ela trabalhava mais com a equipe do que com o próprio. Só esperava que ele estivesse de bom humor, já que teriam uma reunião mais tarde.
Naquele momento Gabriel estava muito ocupado, como sempre, então ela aproveitava para organizar por ordem de importância tudo que seria passado para o Agreste, enquanto Nathaniel a avisava sobre a possível frustração de Gabriel, já que aparentemente ele e Audrey se desentenderam mais cedo, o que fez com que toda a equipe recebesse uma bela bronca, por sorte, Marinette não estava presente no momento, mas ainda assim, teria o dia todo para trombar com o empresário muito irritado pelos corredores.
— Não acredito, eles tinham que brigar logo hoje? Por muito menos ele já me faz tremer, imagina estar cara a cara com ele e aquela carranca amarga. Espero que algo alegre ele até meu momento de entrar naquela sala.
— Se eu fosse você, não contaria com isso. — Nathaniel riu. — Mas relaxa, você não está sozinha, todos levaram um esporro hoje. Não precisa se sentir especial na sua vez.
— Nossa, obrigada. Me sinto mais aliviada, foram belas palavras. — Ele riu mais uma vez.
— Por que acha que estou escondido aqui?
— Ah, está fugindo do Gabriel, se escondendo na minha sala?
— Sim. Mas sei que gosta da minha companhia. — Ela arqueou uma das sobrancelhas, empurrando sutilmente seu ombro, enquanto negava com a cabeça.
— Até parece. Mas agora é sério, me deseje boa sorte.
— Qualquer coisa você corre para o Adrien, já que andam tão próximos ultimamente.
Marinette franziu o cenho. — Não sei do que está falando. De qualquer forma, tenho certeza que até o Adrien ia tremer na base diante de um Gabriel mal humorado.
— É... Você está certa. Bom, eu vou indo então, boa sorte. Vamos torcer para o chefe estar de bom humor.
— Pensamentos positivos.
— Isso aí garota. Espero que isso te ajude. — Ela o encarou um tanto assustada. — É brincadeira, depois me conta o que rolou na reunião.
— Claro. Estou super empolgada.
— Eu imagino. — Marinette o observou enquanto caminhava até a porta. Suspirando tensa em seguida. Estava tão animada para mostrar suas novas criações, mas agora, não se sentia mais tão segura. — Está tudo bem, ele vai gostar... Afinal, o problema não é comigo, uma coisa não tem nada a ver com a outra. — Sussurrou para si mesma na tentativa de acalmar seu coração, mas no fundo, torcia para que ele tivesse um imprevisto para que ela não precisasse encara-lo naquele momento.
Todas as esperanças foram embora quando o telefone tocou, e a voz calma do outro lado da linha, avisava que Gabriel já estava a aguardando em sua sala. O coração dela faltou parar de tanto nervosismo, acalmando a voz apenas disse que estava tudo bem e que logo estaria lá.
Marinette pegou os papéis encima da mesa, tentando acalmar sua respiração enquanto os colocava dentro de uma pasta. Pegou o tablet em seguida caminhando em passos lentos para fora, não tinha pressa nenhuma em chegar até a sala de reuniões, mas infelizmente, por mais que caminhasse devagar, a porta ficava cada vez mais próxima. Ela teve que respirar fundo antes de bater quando finalmente parou de frente para a sala, onde conseguia ouvir do outro lado da porta a voz alta do Agreste, que parceria ainda estar irritado.
— Ai senhor... Da uma ajudinha aí. — Disse em voz baixa, então bateu na porta, esperando a permissão para que entrasse. A permissão foi concedida em seguida. Lá estava ele, sentado na sua cadeira, de costas para ela enquanto discutia ao celular.
Marinette entrou, fechando a porta em seguida e se sentando enquanto ele terminava de resolver seja lá o que era.
Quando ele se virou, finalmente encerrando a ligação. Ela sorriu amarelo. — Boa tarde.
— Boa tarde, Marinette.
— Eu trouxe o que você me pediu, espero que goste.
— Eu também. — Ele estendeu a mão, pegando a pasta e abrindo em seguida. Começou a folhear, levando uma das mãos até às tempôras, massageando enquanto o maxilar parecia cada vez mais rígido.
— Algum problema? — Ele apenas suspirou, retirando os óculos e esfregando as mãos no rosto. — Marinette engoliu em seco, esperando por uma resposta, mas ele apenas suspirava e ela não fazia ideia do que aquilo significava.
— Marinette...
— Sim, senhor.
— É isso que você tem para me apresentar?
— Bom... — Ela pensou em algum argumento de defesa, mas não veio nada em sua mente. — Sim, mas eu tenho mais aqui, se você quiser ver. — Ela entregou o Tablet a ele que se manteve com a mesma expressão.
— Eu sinceramente não sei o que está havendo com todos nessa empresa hoje... — Ele devolveu a pasta e o Tablet para ela. — Quando sair, fecha a porta. — Ele voltou a colocar o óculos, pegando o celular nas mãos novamente.
— Bom, mas é que... — Ele a encarou e ela congelou. — Pode deixar. — Marinette se levantou, caminhando rapidamente até a porta. Suspirou aliviada após passar pela mesma.
Estava chateada por saber que ele claramente não gostou do que viu, mas ao mesmo tempo foi melhor do que se ele tivesse dado uma bronca na qual ela não fosse esquecer nos próximos seis meses. Mas o que estava errado? Como saberia o que arrumar se ele ao menos disse o que o deixava insatisfeito nas propostas?
Teria que esperar até que ele estivesse mais calmo para perguntar, juntaria a coragem para fazer isso enquanto criava novas propostas.
O restante do dia havia sido frustrante, ela se sentia um pouco perdida, mas não havia muito que pudesse fazer a respeito.
Quando seu expediente se encerrou, a mestiça voltou para casa, se juntando aos Agrestes para o jantar, que foi calmo, Marinette se manteve pensativa enquanto ouvia algumas trocas de palavras na mesa, mas seu pensamento estava longe, quando terminou de comer, caminhou em direção ao quarto, mas antes que chegasse nas escadas, ouviu Gabriel a chamar, se sentia um pouco tensa, mas se virou, sorrindo.
— Oi. — Observou ele caminhar em sua direção.
— Mais cedo eu não estava com cabeça para avaliar seu trabalho, mas fiz algumas anotações do que pode ser alterado e enviei para o seu e-mail. — Seu tom era sério e sereno, ela apenas concordou com a cabeça.
— Claro, eu vou olhar mais tarde. Obrigada por avisar, vou corrigir e te apresento novamente.
— Certo. — Ele passou por ela, que soltou a respiração pesadamente, as vezes ele era um pouco assustador, mas não havia sido ruim e estava aliviada por isso.
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O valor de um segredo.
FanficApós a morte do marido, Sabine se vê perdida, afogada em dívidas e preocupações, um amigo próximo decide ajudar, até as coisas ficarem confusas. Agora com um problema ainda maior, a mulher se vê novamente desamparada e pressionada a esconder a verd...
