•°•°• Capítulo 130 •°•°•

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Gabriel olhava atentamente para a tela do computador quando ouviu batidas na porta.

— Pode entrar... — Respondeu ao levantar o olhar brevemente.

— Com licença, tem alguém querendo falar com o senhor.

— Tem hora marcada? Eu realmente estou ocupado agora.

— Hm... Não. — A moça olhou ao redor antes de voltar a falar, um pouco mais baixo. — É sua ex esposa.

Gabriel sentiu um frio na barriga, o que ela queria ali? Estava preocupado, aquilo realmente não era esperado. Tinha um mal pressentimento e torcia para estar errado.

— Certo, mande ela entrar, por favor.

— Claro.

Se levantou, caminhando de um lado para o outro, estava tenso, não sabia o que estava acontecendo, mas coisa boa não parecia ser. Instantes depois a porta foi aberta e ele rapidamente desviou o olhar para a mesma, prendeu a respiração brevemente ao ver Emilie ali, de pé na sua frente, ela estava abatida, com certeza tinha algo errado. Gabriel rapidamente correu até ela, a segurando pelos ombros.

— Emilie, o que houve? — Ele estava nervoso, não muito diferente dela. Ela evitava olha-lo nos olhos, se mantendo o tempo todo de cabeça baixa. — Ei, fala comigo. O que está acontecendo? Você está me deixando preocupado.

— Eu não consigo sem você. — Respondeu em voz baixa.

— Como assim?

Ela então o encarou, com os mesmos olhos tristes, como da última vez que a viu.

— Não sou capaz de trair quem eu amo. Eu tentei, eu realmente tentei, claro que podia ter me esforçado mais, mas não consegui...

Gabriel não entendia, ela parecia confusa. — Querida... Eu não sei do que está falando. — O homem a ajudou a se sentar na poltrona, ficando de joelhos de frente a ela, enquanto acariciava sua coxa carinhosamente. — O que você tentou?

— Eu só quero esquecer você... Por que... Eu não consigo? O que eu preciso fazer para conseguir? — A voz era tão baixa, quase sem forças. — Eu só quero seguir em frente, mas não consigo imaginar outro homem me tocando... Não quero sentir outro perfume e nem viajar com outra pessoa. — O choro reprimido começava a dar lugar a algo mais angustiante e descontrolado. Emilie logo alterou o tom de voz, agora estava sendo mais agressiva, parecia estar furiosa com o que sentia. — Isso não é justo! Sabe o quanto eu chorei por sua culpa? O quanto eu sofri e mesmo assim, você não sai da droga da minha cabeça, por que eu sou assim? Por que eu perco meu tempo amando alguém tão desprezível como você?

— Emilie...

— Não me interrompa! Eu nem sei o que estou fazendo aqui, só segui o meu coração, essa porcaria de coração que só serve para me machucar. Agora eu estou aqui, me humilhando para o homem que me destuiriu, por que eu não consigo nem dormir sem passar aquele maldito perfume no travesseiro. Admite que você não me ama mais, admite que se arrepende de ter escolhido a gente.

— Eu não posso...

— Eu só preciso de mais um único motivo para te tirar da minha vida. Quem sabe se você me provar isso, eu consiga convencer meu coração de que tudo isso é uma enorme perda de tempo. Admite!

— Eu não posso... Eu não posso mentir mais para você.

— Por que não?! — Ela se levantou bruscamente, estava a beira de um colapso nervoso e ele logo se levantou ficando de frente para ela.

— Por que eu te amo e faria qualquer coisa para ter você de volta.

— Mentira!

— Não, amor, não é mentira.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora