•°•°• Capítulo 43 •°•°•

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Gabriel e Marinette conversavam sobre o trabalho, no qual dariam continuidade. Ele já havia notado algumas habilidades e dificuldades que ela tinha, ambas precisavam da sua atenção, ela era realmente esforçada e muito boa ouvinte, sempre acatava suas dicas e conselhos sem pestanejar, mas ainda assim, a presença dela o incomodava e muito.

Era como se de uma hora para outra tudo pudesse desabar, ver que Marinette já havia conquistado o coração de sua esposa e aos poucos se aproximava de seu filho, fazia com que ele se sentisse impotente. Não tinha desculpas, argumentos, nem nada que fosse um bom motivo para tirá-la de vez da sua casa.

Não que a sua opinião não importasse, mas ele sabia que Emilie se sentia mal com o distanciamento, e ele tinha medo de como ela pudesse reagir, as vezes ela parecia tão frágil, não queria machuca-la ainda mais.

Gabriel pretendia usar as horas de trabalho para se aproximar de Marinette, precisava saber mais, talvez encontrasse algo que fosse suficiente para colocá-la para fora de uma vez por todas.

Ele a observava do outro lado da mesa, estava pensativo, não costumava ser muito comunicativo, mas precisava fazer ela dizer o porque realmente estava ali e o que pretendia fazer, mas sabia que deveria ser cauteloso, fazer com que ela se sentisse encurralada, não era a melhor opção.

ㅡ Você está gostando de ficar aqui? ㅡ Ela o olhou brevemente.

ㅡ Sim, eu me sinto bem aqui.

ㅡ A Emilie gosta muito de você.

ㅡ É, ela gosta sim. É um pouco estranho, mas estou me acostumando.

ㅡ Por que acha estranho?

ㅡ É que até pouco tempo eu nem sonhava em te conhecer e de repente tem toda essa história, temos meio que, uma ligação.

ㅡ Como assim, uma ligação? ㅡ Ele acabou soando um pouco rude, pôde perceber pela expressão surpresa no rosto dela.

ㅡ De amizade, vocês já conheceram minha mãe.

ㅡ Entendi... E sua mãe nunca disse nada sobre nós?

ㅡ Não, na verdade eu nunca vou entender como ela se esqueceu de vocês. A Emilie me disse que eram tão próximos, mas ela nunca ao menos mencionou nada.

Ela é realmente boa, se eu não soubesse quem é, jamais desconfiaria.

É estranho mesmo. Talvez tenhamos chateado ela, acho que nunca vamos saber, não é? ㅡ Ele forçou um sorriso.

ㅡ Ah, não. Tenho certeza que não foi isso, vocês são gentis e muito carinhosos. Bem, cada um da sua forma, mas são. Tenho certeza que não chatearam ela e mesmo se tivessem ela iria dizer.
Minha mãe não é do tipo de pessoa que deixa as coisas mal resolvidas.

ㅡ Claro, isso é verdade. E como é a relação com seu pai? ㅡ Ele se levantou, caminhando até a janela, ficando de costas para ela.

ㅡ Nossa relação é ótima, ele é o melhor homem que eu já conheci.

ㅡ E... O outro? Sabe algo sobre?

ㅡ Não, minha mãe nunca disse nada sobre ele. Na verdade eu não me importo, parei de perguntar quando tinha uns sete anos. ㅡ Ela estranhava um pouco ele perguntar sobre coisas pessoais, mas não se recusaria a responder.

ㅡ Você deve odiar ele, se fosse um homem bom, estaria com vocês.

ㅡ Não, eu não o odeio, não sinto nada. Não sei quais foram os motivos dele nos abandonar, talvez ele não amasse ela o suficiente, talvez não me quisesse, talvez teve oportunidade de ter uma vida melhor, não posso julgar sem ao menos saber o nome dele. Só espero que esteja feliz com a decisão que tomou. Nós estamos muito bem, isso que importa.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora