•°•°• Capítulo 111 •°•°•

73 8 8
                                    

— Por quê? — Marinette chorava baixinho, sussurrando para si mesma — Eu não entendo... Que merda de dia... Estava indo tão bem... Se não fosse esse maldito teste... — Sentia uma dor intensa na cabeça, parecia que iria explodir a qualquer momento, era muita coisa para assimilar. Não podia acreditar no que havia acabado de ouvir da própria mãe ao telefone, era como se não a reconhecesse mais... Tudo aquilo havia abalado suas estruturas e ela sabia que não dormiria aquela noite.

Já havia tomado banho e alguns analgésicos, mas nada parecia funcionar, estava na cama, rolando de um lado para o outro, só queria que aquela noite infernal acabasse e que o dia seguinte fosse bom, mas infelizmente, aquela noite estava longe de acabar. Marinette sabia que todos estavam dormindo, já era tarde, mas ouviu uma movimentação estranha, era a voz de Nino, ele parecia nervoso. Pode ouvir ele falar o nome de Adrien, mas não ouviu a voz do loiro, Marinette então furiosa, se levantou, caminhando até a porta, onde a abriu bruscamente, vendo que Nino estava com o telefone na mão que tremia bastante, Alya estava sentada no braço do sofá, cobrindo o rosto com uma das mãos.

— O que o Adrien aprontou agora? — Disse com a cara fechada. Sua cabeça doía demais, aquilo não acabaria nunca? Alya e Nino trocaram um olhar e se mantiveram em silêncio. — Eu tive um dia difícil, não me tirem do sério... Vai, fala logo, o que ele fez agora? Será que o Adrien não se toca? Que horas são hein?

— Era a Emilie... Nós já estávamos dormindo quando ela ligou, parece que o Adrien... Ele... Sofreu um acidente enquanto voltava para casa, ainda não sabem muita coisa, mas ele se machucou bastante e pelo que sabemos, fraturou o braço esquerdo. Ele estava inconsciente quando o socorro chegou, então estão avaliando a situação ainda. — Nino disse em voz baixa. — Eu vou até lá... Ela deve estar muito nervosa com tudo isso, e agora mais essa.

Marinette sentiu que seu coração ia parar, era como se seu corpo estivesse prestes a desmoronar diante da notícia, não podia acreditar, se pensava que sua noite estava ruim... Agora veria o quão pior poderia ser...

— É minha culpa... — Ela sussurou, sentindo as lágrimas escorrerem.

— Não, não é! Ele provavelmente estava nervoso e não prestou atenção na direção, ele ultrapassou o sinal e acabou batendo em outro carro, a culpa não foi sua! — Alya caminhou, segurando a amiga pelos ombros.

— Não.... Eu mandei ele ir embora, praticamente o expulsei e nem ouvi o que tinha a dizer. Eu estava com tanta raiva...

— Sim, você tem todo o direito de sentir raiva, você não fez por mal, Marinette, não foi sua culpa, não foi culpa de ninguém.

— Ela tem razão. — Nino disse, com os olhos marejados em lágrimas. — Ele só queria concertar as coisas, ele sempre quis fazer essa merda toda dar certo, ele me ligou inúmeras vezes, preocupado com ela, ele estava frustrado quando chegou aqui, mas veio para dizer coisas boas, provavelmente só queria te abraçar e dizer que estava certo, que realmente tinha uma chance. Mas você o expulsou, você gritou e mandou ele desistir, desistir do que ele lutou sozinho para manter vivo. Ele só queria que você o amasse tanto quanto ele te ama e você tratou ele mal, você fez ele ficar nervoso, você fez ele ultrapassar a porra do sinal.

— Nino, chega!

— Não, Alya! Ela precisa ouvir. Sabe Marinette, você não é a única sofrendo, você nem imagina como a cabeça dele estava. Com o pai longe, a mãe chorando pelos cantos, tendo que lidar com a saudade que sentia de você e ainda mergulhar de cabeça sozinho nessa ideia idiota de DNA, ele fez isso, ele insistiu e foi atrás, sozinho! Acha que só você está sofrendo? Ele podia ter morrido e se tivesse, você jamais iria se perdoar.

— Não é verdade, ele apenas está com raiva... — Alya disse em voz baixa.

— Eu já vou.

— Eu vou com você! — Marinette disse rapidamente.

— Não.... Você já fez estrago demais. Acabou, não foi isso o que você disse? Então deixa ele em paz.

— Nino... — Alya se aproximou, segurando o rosto do namorado enquanto o olhava nos olhos. — Eu sei que você está com raiva e preocupado, mas ela não tem culpa, claro que disse coisas ruins, mas tente entender, todos estão com os ânimos a flor da pele, tenho certeza que ele vai ficar feliz em vê-la, vai ficar feliz em saber que está ali por ele, você sabe disso. Deixa ela corrigir as coisas.

— Comigo ela não vai. — Foram suas últimas palavras antes de sair batendo a porta.

Marinette sentia o peso daquelas palavras e no fundo sentia que ele tinha razão, por mais que Alya insistisse que ela não devesse se culpar. Já estava tarde, de qualquer forma ela não poderia vê-lo, então decidiu que iria pela manhã, assim evitaria outra discussão, só que agora no hospital. Com muito custo voltou para a cama, sabia que não dormiria  mas iria ao menos tentar.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora