•°•°• Capítulo 155 •°•°•

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— Oh de casa! Vistam-se, por favor, a noite que é uma criança, mas ainda é dia, poupem meu psicológico.

— Adrien, para com isso! — Marinette o repreendeu fazendo com que ele desse uma gargalhada alta o suficiente para que a mãe o ouvisse.

— Não acredito! — Emilie gritou ao se levantar deixando o regador florido cair sobre a grama, o mesmo que usava para regar as rosas antes de ouvir a voz do filho. — Gabriel, o Adrien está de volta. — Ela correu para dentro de casa, onde atravessou a sala o mais rápido que podia para finalmente abraçar seu filho. Parecia que ele estava fora a tanto tempo, que saudade que sentia. — Que bom que você voltou, meu amor. A mamãe sentiu tanta saudade. — Ela se afastou, acariciando o rosto dele enquanto mantinha um lindo sorriso no dela.

— Também estava morrendo de saudade.

Emilie se virou para Marinette a abraçando brevemente. — Como vocês estão? Aproveitaram bastante?

Marinette sorriu ao olhá-la nos olhos, ela estava realmente feliz por estarem ali. — Estamos ótimos e a viagem foi incrível, aproveitamos cada segundinho, o lugar era lindo, a comida maravilhosa, nos divertimos muito.

— Eu imagino, uma bela vista, comida, bebida e muito amor. Isso sim é uma lua de mel bem aproveitada. Deve ter sido um mês e tanto... — Adrien e Marinette trocaram um olhar um tanto envergonhados, claro que a mãe sabia que o filho havia virado a nora do avesso, mas aquelas indiretas com tom de brincadeira sempre pegava os dois desprevenidos, por mais que Adrien soubesse ela só estava respondendo a provocação.

— E vocês, o que andaram fazendo hein...? — Retrucou no mesmo instante.

— Você sabe bem, livros, filmes, passeios, nada demais.

— Uhum... Tá bom, eu fui gerado enquanto vocês faziam nada demais.

— Adrien, pelo amor de Deus. — Mais uma vez ele havia sido repreendido pela esposa.

Mais uma vez ele riu, Emilie também ria, mas negava com a cabeça. — Sabe que ainda sou sua mãe e posso te dar umas bofetadas, não é?

— Eu confesso que adoraria ver essa cena, faz tempo que esse garoto não apanha. — A voz de Gabriel fez com que todos se virassem, olhando em sua direção. — Olha só, quem se lembrou que tem casa, pensei que fosse morar na ilha.

— Bem que você queria, né? Eu tô só observando. — Adrien brincou, tomando um peteleco do pai antes de receber um abraço apertado. — Está engraçado, né? Que tal usar esse bom humor para trabalhar, deixei umas coisinhas para você resolver, só para não achar que a vida é moleza, sabe como é. Tudo bem, Marinette? — Perguntou ao desviar o olhar em direção a ela, pouco antes de se afastar do filho.

— Tudo ótimo, estou animada para voltar a rotina.

— Eu não... — Adrien sussurrou, tomando uma cotovelada sutil na costela.

— Ele está brincando.

— Bom, família. A conversa está ótima, mas eu vim buscar umas coisinhas para levar para minha casa. — Emilie suspirou de forma audível e Marinette tocou seu ombro enquanto observava o marido se afastar.

— Emilie... Tem certeza que está bem com isso?

A mulher sorriu ao encará-la com os olhos marejados em lágrimas. — Sim... Eu estou sim...

— Se precisar de mais tempo, posso conversar com ele, sei que vai entender. O Adrien é muito compreensivo, principalmente quando se trata de você.

— Não... O Adrien é um homem, é adulto, casado, ele tem sim que ter a casa dele, viver com a mulher dele. Acho que eu passei a vida toda com medo de perder meu menino, eu sempre tive tanto cuidado, que é difícil ver ele partir. Ele foi meu raio de luz quando tudo parecia perdido e agora, olha só para ele, está tão animado. Eu não posso tirar isso de vocês. Sei que o ama tanto quanto eu e ele vai estar muito bem enquanto estiverem juntos. Sei que vai ser uma ótima esposa, uma ótima mãe, uma ótima companheira e uma ótima nora também.

Marinette sorriu em resposta. — Eu prometo que vou cuidar muito bem desse cabeça oca, e vamos visitá-la sempre que possível. Não se preocupe com isso, você não vai nem ter tempo de sentir saudade dele.

— Não tenho dúvidas disso.

Adrien desceu logo em seguida, com uma pequena mochila nas costas, Marinette o encarou confusa. — Só isso? Pensei que tinha mais.

—  A maior parte das coisas o Antony já deixou em casa mais cedo, isso aqui são só umas coisinhas particulares, nada demais. — Marinette arqueou uma das sobrancelhas.

— Particular... Sei...

Adrien sorriu, achou melhor não responder.

— Mãe, nós vamos para casa agora. Quero descansar um pouco, amanhã voltamos a rotina.

— Não vão ficar para o jantar?

— Podemos voltar mais tarde, é que temos mesmo que arrumar algumas coisas em casa, precisamos organizar a bagunça que o Adrien já fez no apartamento e desfazer as malas.

— Ei, eu não baguncei nada. — Marinette o olhou séria. — Tá, tem algumas coisas fora do lugar, mas é porque preciso levar minhas coisas, vou arrumar ainda hoje, antes do jantar.

— Que bom, é assim que eu gosto.

— Tá vendo só, eu nem cheguei e já tô tomando bronca. — Emilie não pode evitar a risada.

— Bem vindo a vida de casados. — Gabriel disse em voz baixa.

— Eu ainda vou ajudar a arrumar e ele reclamando, tá vendo, a ingratidão é triste.

— Eu não tô reclamando, estou me defendendo.

— Uhum, vamos logo, vai, jaja anoitece e nem fizemos nada. Tchau Emilie, Gabriel... Até logo. Voltamos até o jantar.

— Tchau, crianças. Até jaja.

O casal observou os outros dois saírem de mãos dadas enquanto riam da situação, claro que nada passava de uma brincadeira, sabiam que aqueles dois não poderiam estar mais animados e felizes. Emilie e Gabriel também se sentiam assim, estavam animados pelo retorno do filho e por ver seu entusiasmo, até que não havia sido tão difícil. E mais uma vez a casa era toda deles.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora