•°•°• Capítulo 115 •°•°•

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E assim ele o fez, depois de muita conversa, convenceu a mulher a ir embora, prometendo que a encontraria no final do expediente para levá-la ao encontro da filha, a essa altura todos já sabiam que Sabine estava ali. Adrien havia pedido para o motorista levá-lo até o trabalho de Marinette para que voltasse em segurança e ambos aguardavam sua chegada na casa de Alya. O loiro se recusou a ir embora deixando as duas sozinhas, enquanto Alya e Nino preferiram dar privacidade, deixando que eles se resolvessem sem mais intromissões.

O clima era péssimo, não poderia ser mais desconfortável, Gabriel estava com a cabeça a mil em seu apartamento, pensando em como tudo aquilo só parecia piorar, Emilie pediu para que Nathaniel não contasse a ninguém sobre a briga das duas e agora Marinette e Adrien estavam no sofá em um completo silêncio torturante esperando que o maldito interfone tocasse avisando que seu maior pesadelo estava subindo.

Marinette lia a relia a mensagem que o ruivo havia mandado logo após ter ligado contanto todo o acontecido, inclusive a briga que presenciou, não poderia esconder aquilo de Marinette.

Não sei se estou fazendo a coisa certa, mas ela parecia transtornada, sei que ela iria te achar em algum momento, mas não queria que estivesse sozinha quando acontecesse. Prometo que não saio daí até ela ir embora! Vou avisar ao Adrien, não se preocupe.

Mas era tarde, quando Marinette recebeu a ligação, Adrien já estava na porta a esperando e já sabia de todo o acontecido, assim como Gabriel, já que a própria Emilie fez questão de informá-los, poupando alguns detalhes, é claro.

— Você está bem? — Perguntou a encarando um pouco entristecido.

— Não... Eu não estou...

— Eu vou ficar aqui, tudo bem?

— Sim, eu já ia pedir para que ficasse... Mas eu preciso falar a sós com ela. — Marinette encarava o chão enquanto falava com a voz baixa. Adrien segurou a mão dela e sorriu levemente quando a viu encara-lo.

— Vai ficar tudo bem... Eu tô aqui.

Marinette suspirou, sorrindo fraco, queria que isso servisse de algo, mas naquele momento, não fazia muita diferença. Apenas apoiou a cabeça no ombro dele e esperou ansiosa pela briga que estava prestes a começar.

Poucos minutos depois, o interfone tocou, Adrien atendeu e olhou sério para Marinette antes de responder. "Tudo bem, pode subir."

A mestiça sentia seu coração bater forte, estava com raiva... Não... Era mais que isso... Estava furiosa. Não queria ver Sabine nunca mais na sua frente depois daquela merda toda, não conseguia entender nem perdoar sua mãe por tudo aquilo. Estava com raiva pela mãe aparecer de surpresa, estava com raiva por ela achar que tinha o direito de bater na Emilie e também por Nathaniel se oferecer para levá-la até lá, mesmo que não fosse culpa dele, nesse momento ela sentia raiva.

Leves batidas foram ouvidas e mais uma vez Adrien se levantou rapidamente para abri-la, primeiro vendo Nathaniel que parecia bastante arrependido e logo atrás, Sabine, com uma cara de poucos amigos.

— Me desculpa... Eu acho que não devia... — Sussurou em voz baixa.

— Tudo bem, isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. — Adrien deu espaço para que eles passassem, Sabine foi a primeira a entrar e Nathaniel rapidamente se aproximou de Marinette, se ajoelhando no chão e apoiando as mãos sobre os joelhos dela.

— Eu prometi que ia ficar, eu posso? Ou prefere que eu vá embora? Não sabia que o Adrien viria, senti medo de deixá-las sozinhas. — Disse em voz baixa.

— Fica... Preciso que alguém controle ele enquanto estivermos conversando, você faz isso por mim?

— Claro, pode deixar comigo.

— Obrigada. — Ela sorriu sem graça enquanto Sabine observava. Adrien em momento algum dirigiu a palavra aquela mulher, muito pelo contrário, ele se manteve sério com os olhos flamejantes em raiva. Sentia que iria explodir a qualquer momento, era só Marinette dar um sinal e ele a estrangularia ali mesmo.

— Oi, Marinette. Não vai falar comigo, filha? — Sabine forçou um sorriso, abrindo os braços para recebê-la, Marinette por sua vez se levantou, indo em direção da mãe, mas se virou antes que pudesse toca-la, indo em direção ao quarto, Sabine fechou a cara olhando a filha caminhar sem ao menos lhe dar atenção. Marinette parou antes de abrir a porta, olhando em direção a mãe.

— Vai ficar aí parada ou vai entrar? Precisa de ajuda? — Perguntou ríspida.

— Eles vão ficar aqui? Queria uma conversa particular. — Olhou em direção aos dois rapazes.

— Eu não sei se você sabe, mas você não tem direito de querer porra nenhuma aqui, primeiro que você não é nem bem vinda, abaixa essa bola, porque eu posso muito bem te jogar para fora daqui sem um pingo de compaixão. — Adrien deu dois paços a frente, mas Nathaniel o conteve.

— Adrien, chega. Por favor. — Foi a vez de Marinette falar. Sabine então voltou o olhar para a filha, caminhando em sua direção até entrar no quarto, Marinette entrou em seguida, fechando a porta.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora