•°•°• Capítulo 21 •°•°•

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A mulher não abriu a padaria por aqueles dias, queria sair o mais rápido que pudesse. Aquilo tudo era demais para ela suportar, seria mais fácil se não tivesse que lidar com os Agreste nunca mais, era uma nova oportunidade de ser feliz, de seguir em frente, apenas com sua força e coragem, como sempre foi.

Os móveis foram fáceis de vender, hoje em dia existem vários sites ótimos para isso, Sabine ficaria só com o que fosse essencial todo o resto seria vendido, inclusive sua amada padaria. Mas seria para um bem ainda maior.

Aos poucos sua casa ficava vazia, acabou sendo mais rápido do que ela esperava, em uma semana muita coisa ja tinha sido vendida.

Nesse meio tempo a mulher evitou ao máximo o contato com Emilie, inventando uma suposta viagem para explicar o motivo da padaria estar fechada, uma vez que a mulher passou por lá e não a encontrou. Se Emilie soubesse, seria o fim, ela faria de tudo para convencer Sabine, que não saberia dizer não, mas sabia que a pior opção no momento era ficar.

Sabine se sentia mal, por sair dali, morava naquela casa desde quando namorava com Tom, e antes disso era um lugar que sua família costumava frequentar, então tinha sim, um significado muito importante. O que mais doía, era pensar nele agora. Ele estaria decepcionado, Tom sempre foi gentil e muito justo, ele certamente não devia estar gostando nada das atitudes da mulher. Principalmente porque o casal era muito próximo de Emilie.

Mas não era hora para pensar nisso, já estava feito, não tinha mais volta. Precisava pensar daqui para a frente. 

Tentou manter sua mente limpa de pensamentos que pudessem lhe causar algum arrependimento, enquanto guardava algumas coisas que levaria com ela.

Por mais que quisesse se livrar de tudo, haviam coisas ali, especiais demais para serem deixadas para trás ou vendidas para alguém que não entendesse o verdadeiro valor.

A casa estava silenciosa, vazia, a padaria fechada. Um clima triste, propício para um bom porre.

Por que não?!

Sabine foi até a cozinha, abriu o armário e pegou a última garrafa de vinho que tinha guardado.

Mas antes de abrir, se lembrou do motivo pelo qual estava se mudando.

ㅡ Droga, eu devo estar ficando maluca. ㅡ A mulher colocou a garrafa na pia, rindo enquanto olhava ao redor.  ㅡ Eu não posso beber até você nascer, não é? Que irresponsabilidade. Juro que não sou assim, só estou meio... Eu não sei. Me desculpa. ㅡ Ela acariciou a barriga e caminhou até a sala. Se sentou no sofá e ligou a tv. ㅡ Uma pausa não vai fazer mal né? Estou tão cansada. ㅡ Ela se sentia sozinha, por mais que não estivesse totalmente. Mas ter que se afastar de todos para resolver seus problemas estava sendo desgastante. ㅡ Logo tudo isso vai acabar. Eu prometo.

A padaria seria a última a ser anunciada, não queria que a notícia chegasse até certas pessoas. Isso seria um problema. Não era certo sair sem mais nem menos, mas tinha conhecimento de que não poderia enfrenta-los diretamente. Dentre as opções, escolheria a mais fácil para ela.

Algumas horas de sono no sofá, renderam uma bela dor nas costas mas foi um descanso quase que suficiente, mas ela precisava voltar ao trabalho.

Com as caixas finalizadas e os móveis todos vendidos, Sabine já estava pronta para partir, ainda aquela semana estaria em Shanghai e não teria mais vínculo nenhum com os Agreste, a não ser pela criança que esperava.

A padaria foi entregue a uma corretora que seria responsável pela venda do imóvel. Sendo assim ela estava pronta para ir.

(...)

Enquanto Emilie voltava da casa de uma amiga, passou em frente a casa de Sabine. Ao observar que havia uma placa escrito vende-se, a mulher pediu para que o motorista parasse o carro imediatamente.

A loira caminhou até a porta que estava trancada, se aproximando para ver melhor o interior do lugar, que estava vazio. Emilie estranhou a situação, Sabine disse que estaria fora por alguns dias, mas aquilo não parecia certo. Então ela caminhou novamente até o carro e pediu para que o homem seguisse até a mansão.

No trajeto ela tentava entrar em contato com Sabine, mas o telefone parecia estar desligado e nenhuma das mensagens ao menos foram recebidas. Ela estava assustada, pensando que algo grave podia ter acontecido e ela estava totalmente por fora do que estava acontecendo.

Chegando na mansão, Emilie correu para dentro, procurando por Gabriel. Mas uma das funcionárias a informou que o homem teve um imprevisto no trabalho e teve que sair, logo em seguida avisando que Sabine havia passado lá a algumas horas atrás e deixado uma carta.

Emilie pediu para que a moça a entregasse e se sentou no sofá para ler.

Na carta Sabine pedia desculpas por sair tão de repente, usando a desculpa de que se sentia muito sozinha e teria recebido uma propósta irrecusável. Mas para não preocupar a amiga que estava grávida, preferiu não falar sobre isso antes. Também dizia que iria morar com seu irmão e que a amiga não precisava se preocupar porque ela estaria bem e entraria em contato logo que possível. Finalizou agradecendo por toda a ajuda e carinho que o casal ofereceu durante os momentos difíceis que enfrentaram juntos.

Emilie chorava muito ao ler, sabia que aquilo não fazia sentido, mas não conseguia pensar em um motivo para que a mulher fosse embora assim, tão repentinamente. Mas agora não tinha o que fazer. Ela provavelmente já estava bem longe.

O valor de um segredo.Onde histórias criam vida. Descubra agora