Quando o despertador tocou, Marinette abriu os olhos, sentindo a cabeça pesar, havia dormido pouco e chorado até quase amanhecer, sentia uma angústia imensa a sufocar. Seus olhos voltavam a se encher de lágrimas, mas não tinha por que segurar, queria que toda aquela dor fosse embora.
Deixou que as lágrimas escorressem por seu rosto, enquanto agarrava a blusa que usava, na tentativa falha de aliviar a dor que sentia. Se manteve ali, apensas permitindo que a tristeza a consumisse.
Minutos depois, algumas batidas suaves na porta foram ouvidas, mas ela novamente não respondeu.
— Mari, você já acordou?
Ela suspirou pesadamente. — Sim. — A voz saiu baixa.
— Eu posso falar um pouquinho com você, princesa? Trouxe seu café, você precisa comer algo. Eu não posso demorar, você pode abrir a porta?
Ela pensou um pouco, se sentia péssima, não queria ver e nem falar com ninguém.
— Prometo que serei breve, você não precisa conversar comigo se não quiser, eu só quero ver como você está, pode ser?
Ela se levantou, caminhando até a porta, passou a mão no rosto, secando as lágrimas antes de abrir, dando passagem para ele entrar.
Adrien entrou, colocando a bandeja com o café, na mesinha ao lado da cama, voltando o olhar para ela.— Vem aqui. — Ele se encostou na parede, sinalizando para que ela se aproximasse e assim ela o fez. Adrien a puxou para um abraço, sem dizer nada, apenas permitiu que ela desabasse em seus braços. A mestiça agarrava seu terno, escondendo o rosto no peito dele, enquanto Adrien acariciava os cabelos escuros dela. — Você quer me contar? — Ela apenas negou com a cabeça, sem se afastar. — Tudo bem. Olha, fica em casa hoje, você precisa descansar, se eu precisar de algo, te mando por e-mail.
— Obrigada. — Ela o abraçou ainda mais forte.
— Quando estiver pronta para conversar, eu vou estar aqui para te ouvir. — O loiro levantou o olhar, percebendo que estavam sendo observados, sorriu ao ver a mãe tensa, escorada no batente. Instantes depois ela se aproximou, também tocando os cabelos da mestiça.
— Fiquei tão preocupada, quase não dormi essa noite. — Emilie sussurrou.
— Eu também, depois do susto que tomei, perdi até o sono.
— Eu sinto muito, não queria ter feito aquilo, mas não consegui controlar. — Marinette tinha a voz embriagada pela tristeza.
— Está tudo bem, querida. Essas coisas acontecessem e foi até melhor você explodir, faz mal guardar essa dor toda no coração.
— É, a minha mãe tem razão. — Adrien a afastou sutilmente, mas ela mantinha a cabeça baixa, ele então a acariciou no rosto. — Vamos comer um pouquinho? Sei que não jantou antes de sair ontem.
— Eu não estou com fome.
— Você precisa se alimentar, Marinette. — Emilie sorriu para ela, limpando uma lágrima que escorria no rosto da menina.
— Bom, agora eu preciso ir, vê se come alguma coisa. — O loiro beijou a testa dela antes de se afastar. — Você cuida dela, não é? — Ele olhou em direção a mãe.
— Pode deixar comigo!
Adrien se aproximou de Emilie, sussurrando em seu ouvido. — Mas não pressiona, se ela não quiser se abrir agora, está tudo bem. Tudo no tempo dela. — Marinette podia ouvi-los, mas não deu atenção.
— Certo, eu vou tentar. — Respondeu no mesmo tom.
Adrien então se afastou, saindo do quarto. Não queria se atrasar, mas também não podia sair sem saber se estava tudo bem.
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O valor de um segredo.
Fiksi PenggemarApós a morte do marido, Sabine se vê perdida, afogada em dívidas e preocupações, um amigo próximo decide ajudar, até as coisas ficarem confusas. Agora com um problema ainda maior, a mulher se vê novamente desamparada e pressionada a esconder a verd...