O valor de um segredo.

•°•°• Capítulo 121 •°•°•

Ao chegar em casa, Adrien se surpreendeu ao perceber que sua mãe o aguardava, aparentemente ansiosa, por mais que ela fingisse estar distraída, apenas "assistindo TV" ele sabia que era mentira, já que o filme estava extremamente baixo e não era nem de longe o gênero que ela gostava, provavelmente havia ligado a TV apenas para disfarçar e ele não notar que ela estava andando de um lado para o outro, antes dele começar a destrancar a porta.

— Oi, filho, como foi lá?! — Perguntou séria, era notável sua preocupação. Adrien conteve um sorriso, fingindo não notar a encenação muito mal feita, principalmente para alguém como ela, que já tinha experiência como atriz.

— Foi bom. — Disse ao caminhar até a cozinha. Emilie se levantou indo atrás instantes depois.

— Foi bom?! É isso o que você tem a dizer?

— Sim. Não foi como eu imaginava, na verdade, foi muito melhor.

— Melhor? — Ela pareceu indignada.

Adrien riu baixo. — Vai ficar repetindo tudo o que eu falo?!

Ela deu de ombros — É sério, me conte como foi.

Adrien permitiu que um longo suspiro escapasse, apoiando o quadril contra a pia da cozinha. — Bom... Foi bem tranquilo, ele parecia estar em seu estado "normal" e eu confesso que gostei de encontrá-lo, mesmo que eu tenha perdido o controle em alguns momentos. Não sei, é como se eu estivesse esperando uma reação mais agressiva dele, mas nada aconteceu, muito pelo contrário, ele parecia muito arrependido e triste pela perda.

— Ótimo! É o mínimo, ele foi um cretino e merece tudo o que está vivendo.

— É, ele cometeu um grande erro.

— Trair, não é um erro. É uma escolha, Adrien. Seu pai destruiu nossa família. — Emilie começava a se irritar.

— Sim, você tem razão, mãe. Mas... Quando foi mesmo?

— Quê?! — Ela o encarou confusa, cruzando os braços.

— Quando ele fez isso?

— Eu não sei a data exata, Adrien. Mas de qualquer forma, onde quer chegar com isso?

— Acho que vocês precisam conversar. — Emilie se aproximou, encarou os olhos verdes do filho com indignação.

— Conversar? E o que mudaria se conversarmos? Já acabou! Não há nada que possamos fazer.

— Talvez tenha uma outra forma de resolver, vocês estavam uma pilha de nervos, talvez se você falar com ele com mais calma agora-

— Está defendendo ele, é isso mesmo que eu estou vendo?

— Não. Eu nunca defenderia. — Dando um passo à frente, Adrien falava de forma firme. — O que ele fez foi errado e causou um estrago enorme na nossa vida, eu também estou furioso, mãe, mas se for parar para pensar, ele está certo em um ponto, isso foi a anos atrás. Depois disso, ele tentou ao máximo ser o melhor marido e pai que poderíamos ter.

— Sim, claro. Ele foi um ótimo marido, escondendo por anos essa mentira. Se não fosse a aparição da Marinette, nós nunca saberíamos disso, ele morreria com esse segredo trancado a sete chaves. Se ele queria corrigir as coisas, porque não contou a verdade logo quando aconteceu?

— Você perdoaria se ele contasse?

— Claro que não.

— Então... Talvez ele não quisesse te perder.

— Adrien, você já foi traído, sentiu na pele o que eu senti e sabe como dói, como pode defender esse crápula?

— Esse crápula é meu pai. Ele fez merda mas se esforçou para se redimir, claro que foi errado ele mentir, mas mãe, pensa... E se ele realmente mudou? Ele teve anos para compensar, você não pode punir ele para sempre por um erro do passado, e tudo o que viveram depois disso? Tudo o que nós vivemos. Eu também estou com raiva, mas sei que em algum momento vou ter que encarar isso de frente. Eu não quero tirar ele da minha vida. Se você tentar falar com ele, podemos chegar a um acordo.