O dia da viagem, tão aguardado por Marinette finalmente havia chegado. Já estava tudo pronto e a garota estava mais ansiosa que nunca. Faltava menos de duas horas para a viagem.
Alguns amigos foram até a casa da mestiça para se despedir e desejar boa sorte, ela nunca imaginaria que tantas pessoas estariam tão felizes por ela naquele momento.
A família aproveitou para fazer um café da manhã caprichado e aproveitar ao máximo os últimos momentos juntos.
Se desse tudo certo, eles sabiam que demoraria um pouco para reencontrarem a filha, então queriam aproveitar o tempo que tinham com ela.
Foi realmente um dia maravilhoso para Marinette, ainda melhor que os anteriores, receber todo aquele apoio a deixava mais confiante.
Sabine no entanto seguia entristecida, não apenas pelo fato de talvez ficar longe de sua filha, mas por conta de toda a confusão que aquela situação poderia causar. A mulher pensou em avisar Gabriel, por vezes tentou entrar em contato, mas algo a impedia, ela não conseguia, algo a fazia travar. Talvez se ele soubesse, poderia se preparar e pegar leve com a filha dela. Mas ela não conseguia, não podia, não depois de tanto tempo, ele iria surtar completamente. Mas não faria isso na frente de outras pessoas, Marinette tinha uma chance, por mínima que fosse, mas ela devia arriscar. Agora só restava a mulher torcer, para que Gabriel não a reconhecesse de imediato.
Fei e Kyoko já estavam na casa da amiga, apenas esperando dar o horário de sair. As duas já haviam ido até lá no dia anterior para ajudar a arrumar tudo o que precisaria levar na viagem. Depois de muitos abraços e lágrimas, as duas decidiram acompanhar Mari até o aeroporto, junto com os pais dela.
ㅡ Fei, para, já chega. Se você continuar chorando eu também vou chorar. Hoje é um dia feliz. Por favor não faz eu me sentir mal por estar indo. ㅡ Marinette se aproximou da amiga, a abraçando o mais forte que conseguia.
ㅡ São lágrimas de alegria, eu vou sentir saudade.
ㅡ Eu sei, mas eu volto logo.
Kyoko a interrompeu. ㅡ Não volta não, pode parar. Você tem que passar.
ㅡ Eu sei, mas é que...
ㅡ É que nada, nós vamos ficar bem. Vamos estar torcendo por você. Não é, Fei?
ㅡ Com certeza, você é incrível. Nos mantenha informadas, tudo bem?
ㅡ Eu prometo que vou contar tudo.
ㅡ Marinette? Já está na hora meu amor, temos que ir. ㅡ Miyamura apareceu na porta, com um sorriso gentil no rosto.
ㅡ Certo, já estamos prontas. ㅡ O homem e as amigas ajudaram com as malas. Os quatro desceram juntos às escadas, aonde encontraram Sabine, que também chorava muito, na sala.
ㅡ Ah não, você também não. Chega de chorar, não aguento mais. ㅡ Marinette disse sorrindo, se aproximando para beijar a bochecha da mãe. ㅡ Eu vou ficar bem. Eu prometo. Confia em mim, tá bom?
ㅡ Eu sei meu amor, eu sei. ㅡ As duas se abraçaram por um tempo, até o pai chamar a atenção novamente.
ㅡ Precisamos mesmo ir, vamos nos atrasar.
ㅡ Tem razão, vamos. ㅡ Sabine segurou a mão da filha e caminharam juntas em direção ao carro que já estava estacionado em frente a casa.
Levaram longos minutos até chegarem ao aeroporto. Enquanto aguardavam anunciarem o portão de embarque, todos tentavam controlar o clima de tensão e ansiedade para que Marinette não se sentisse frustrada.
O pai tentava descontrair, fazendo piadas e contando histórias bobas, vendo que Sabine não estava bem para distrair as meninas. Foram muitas risadas até a hora do embarque.
Marinette se despediu primeiro das amigas, depois dos pais. Sabine mais uma vez se desmanchava em lágrimas enquanto as amigas tentavam acalma-la. Miyamura e Marinette caminharam juntos até o portão, o homem foi até aonde podia. Apartir dali, ela deveria seguir sozinha, então ele se aproximou mais, abraçando a filha com todo o amor que pudesse entregar a ela.ㅡ Dê o seu melhor, sei que você vai conseguir. Eu confio em você, vou estar aqui, torcendo o tempo todo. Eu te amo, minha pequena.
ㅡ Obrigada, vou me esforçar. Eu também te amo pai.
Marinette se virou, caminhando pelo longo corredor até sumir da vista do homem.
Já dentro do avião, ela observava pela janela, aguardando a decolagem. Ela já havia viajado antes, mas estava tão nervosa, como se fosse a primeira vez.
Agora não tem mais volta.
Vou dar o meu melhor, mesmo que eu não passe. Vou ter a certeza de que fiz o máximo que pude.ㅡ Ela pensou.Se arrumou confortavelmente na poltrona, no intuído de relaxar e pegar no sono, para que a viajem passasse o mais rápido possível. Afinal, era uma viagem bastante longa, o que poderia ser bastante estressante.
Marinette dormiu e acordou várias vezes, parecia não chegar nunca, o celular e as revistas já não eram mais tão atrativos. Ela demorou até pegar realmente no sono.
Muitas horas depois, quando os passageiros foram avisados de sua chegada em París, a mestiça sentia seu coração palpitar, não podia acreditar que realmente estava ali, tão longe de casa e sozinha, que estaria cara a cara com Gabriel Agreste no dia seguinte. Era coisa demais para absorver, mas ela deveria manter a calma, não era hora de surtar.
Após o desembarque, a garota aguardava o Uber que a levaria até o hotel aonde ficaria hospedada. Não demorou para que o carro chegasse. O motorista ajudou com as malas e os dois conversaram bastante durante o caminho.
ㅡ Olha só, é bem ali. A empresa que você vai vir amanhã. ㅡ O homem apontou em direção ao local.
ㅡ Uau, é bem maior do que eu imaginava.
ㅡ Sim, ela é enorme.
Chegando no hotel, o homem mais uma vez a ajudou. Marinette estava radiante por estar ali.
ㅡ Muito obrigada, tenha um ótimo dia. ㅡ Ela sorriu para ele e se virou, caminhando até a entrada. ㅡ Chegando na recepção a mestiça foi muito bem recebida, as pessoas ali pareciam bastante simpáticas, o que fez com que ela se sentisse bem. Marinette disse seu nome e pegou a chave do quarto que já estava reservada para ela. Entrou no elevador e caminhou pelo corredor, parando em frente a porta, respirou fundo antes de abri-la deixando a mala ao lado da cama, enquanto caminhava até a janela para apreciar a paisagem.
Ela se sentia extremamente feliz. Mal podia esperar para conhecer a cidade.
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O valor de um segredo.
FanficApós a morte do marido, Sabine se vê perdida, afogada em dívidas e preocupações, um amigo próximo decide ajudar, até as coisas ficarem confusas. Agora com um problema ainda maior, a mulher se vê novamente desamparada e pressionada a esconder a verd...